Cronologia de Revert Henrique Klumb (c. 1826 – c. 1886)

Cronologia de Revert Henrique Klumb (c. 1826 – c. 1886)

 

c. 1826 – Nascimento de Revert Henry Klumb, no Departamento de Seine e Oise, na França, filho de lavradores-proprietários. Alguns estudiosos afirmam que ele teria nascido em Berlim, na Alemanha. Porém, em um documento que está no Arquivo Nacional, conforme publicado no livro Rio de Janeiro – 1840 -1900 – Uma crônica fotográfica, de 2006, de George Ermakoff, Klumb se reconhece como francês. Também em uma matéria do Jornal do Commercio, de 1859, foi identificado como francês (Jornal do Commercio, de 27 de junho de 1859, na quinta coluna).

1854 – Klumb chegou ao Rio de Janeiro com Affonso Rouel, trazendo uma máquina fotográfica. Eles eram, segundo consta no livro Artistas de meu tempo, de Mello Morais Filho, fugitivos do exército francês. Em algum momento de sua estadia no país, Klumb aportuguesou seu nome do meio para Henrique.

1855 – Anúncio do estabelecimento Photographia de François Rene Moreaux, Klumb e Cia, na rua do Rosário, 134 (Diário de Rio de Janeiro, 16 de março de 1855, na segunda coluna). Klumb e Rouel se associaram a Moreaux e, segundo Melo Moraes Filho em seu livro Artistas do meu tempo, foram os primeiros a produzir fotografias sobre papel no Brasil.

Já em novembro, foi publicado um anúncio da abertura da galeria de exposição de Klumb, na rua dos Ourives, 64 , atual rua Miguel Couto ( Correio Mercantil , de 4 de novembro de 1855, na última coluna, além do anúncio).

 

 

Foi anunciado que um quadro de autoria de Manuel Araujo de Porto Alegre (1806 – 1879), diretor da Academia Imperial de Belas Artes, seria copiado em ponto pequeno na officina photographica do sr. Klumb (A Semana, 8 de dezembro de 1855).

Em anúncio do estabelecimento de Klumb, foi noticiada a presença do artista M. Muller no ateliê, responsável pelos serviços de pintura e desenho (Jornal do Commercio, 10 de julho de 1956, na sexta coluna)

1856 – Anúncio do estabelecimento fotográfico de Klumb, com aprovação do governo imperial (Gazeta Mercantil, de 6 de fevereiro de 1856, na primeira coluna).

Propaganda do estabelecimento fotográfico de Klumb, anunciando a descoberta por ele de um novo processo por meio do qual obtem-se retratos em fumo e coloridos, da mais absoluta perfeição, podendo-se entrega-los depois de um quarto de hora (Gazeta Mercantil, de 18 de julho de 1856, na quarta coluna).

Klumb anunciou a venda do retrato do marquês do Paraná (1801 – 1856), em seu leito de morte, produzido em 3 de setembro de 1856,  que serviu como base para uma litografia de Clement Bernard Louis Thérier (Jornal do Commercio, de 16 de novembro de 1856). Thérier havia chegado ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 1853, contratado por Francisco de Paula Brito (1809 – 1861) para trabalhar na Marmota Fluminense.

1857 - Anúncio do leilão da casa de fotografia de Klumb (Jornal do Commercio, de 20 de janeiro de 1857, na última coluna).

Sob o título “Lições de Photographia”, Klumb anunciava-se como professor de fotografia na ladeira do Castello, nº 18, onde residia ( Jornal do Commercio, de 29 de janeiro de 1857, na segunda coluna).

Klumb trabalhou como empregado no estabelecimento do fotógrafo Pierre Benoit Loup, na rua dos Latoeiros, 60 ( Jornal do Commercio, de 7 de março de 1857, na quarta coluna ).

1858 – Klumb embarcou para São João da Barra ( Jornal do Commercio, de 9 de fevereiro de 1858, na terceira coluna, sob o título “Movimento do Porto” )

1859 – Klumb viajou para Campos, e foi identificado como francês (Jornal do Commercio, de 27 de junho de 1859, na quinta coluna ).

1860 -Participou do Salão Imperial da Academia de Belas Artes, inaugurado em 23 de dezembro, expondo 15 fotografias: 6 retratos, duas vistas do dique da Ilha das Cobras, duas reproduções de estátuas em gesso, uma vista da Floresta da Tijuca, uma vista da Cascatinha da Tijuca, uma vista de uma chácara na Tijuca, uma vista de uma chácara às margens do rio Paraíba, em Campos; e um quadro contendo vistas estereocópicas e três retratos no formato carte de visite.  No catálogo do evento constava “Sr. Henrique Klumb, photographo da Academia. Rua dos Latoeiros, nº 44″.

1861 – Foi publicada uma crítica sobre o Salão Imperial da Academia de Belas Artes com elogios a Klumb (Diário do Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 1861 ).

Com a presença de Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, foi realizada a cerimônia de premiação dos artistas que participaram do Salão Imperial da Academia de Belas Artes de 1860. Klumb foi agraciado com uma Menção Honrosa (O Correio da Tarde, 8 de julho de 1861, na segunda coluna).

Em 23 de julho, Klumb documentou a inauguração da estrada União Indústria e as comemorações que se seguiram em Juiz de Fora na casa do construtor Mariano Procópio Ferreira Lage (1821 – 1872), com a presença da família imperial brasileira. A União Indústria foi a primeira estrada de rodagem macadamizada do Brasil, além de ter sido a maior obra de engenharia da América Latina, na época. Na sua construção não foi utilizada mão de obra escrava.

Em 24 de agosto, foi agraciado com o título de “Fotógrafo da Casa Imperial”.

No segundo semestre, começou a dar aulas de fotografia para a princesa Isabel.

Por encomenda de dom Pedro II, fotografou os interiores do Palácio de São Cristóvão, remodelado pelo decorador italiano Mario Bragaldi ( 1809 – 1873) e pelo arquiteto da Casa Imperial, Teodoro Marx.

1862 - Vendeu vistas estereoscópicas para as princesas Isabel e Leopoldina.

1864 – Anúncio da Photographia Brazileira, de Klumb, na rua São José, 94 e 96 (Jornal do Commercio,  de outubro de 1864, na quarta coluna).

1865 –  A imperatriz Teresa Cristina, uma das melhores clientes de Klumb, gastou 480 mil réis em retratos, vistas e esteoroscopias de sua autoria.

Anúncio da oficina do litógrafo Paul Théodore Robin (? – 1897), dirigida por Klumb, na Rua São José, 96 ( Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, de 1865 ). Foi sucedido no local por Marc Ferrez (1843 – 1923), então com 22 anos.

1865 / 1866 – Klumb foi morar em Petrópolis, na rua dos Artistas, nº 10, em frente à praça Coblenz. Fez uma extensa documentação da paisagem urbana da cidade, inclusive com efeitos noturnos – uma grande inovação na época. Devido a problemas financeiros, no período em que residiu em Petrópolis, também trabalhou no comércio de vinho.

1872 – Anúncio da abertura da Photographia Franceza, de Klumb e outros fotógrafos, na residência do sr. Figueira de Melo, na rua do Ouvidor, nº 49 (Jornal do Commercio, 22 de maio de 1872, na última coluna ).

Foi publicado o livro Doze horas em diligência – Guia do viajante de Petrópolis e Juiz  de Fora, editado na Casa do Editor J.J.da Costa Pereira Braga, na rua Nova do Ouvidor, 25 e 26. Foi um dos primeiros livros de fotografia produzidos no Brasil.

1873 – Crítica ao livro Doze horas em diligência – Guia do viajante de Petrópolis e Juiz  de Fora ( A Vida Fluminense, 19 de julho de 1873, na segunda coluna).

Anúncio da venda do livro Doze horas em diligência – Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora (Jornal do Commercio, de 26 de julho de 1873, na última coluna).

 

 

1874 - Publicação do livro Petrópolis e seus arrabaldes, com fotografias produzidas por Klumb.

1875 – Anúncio e crítica da exposição de fotografias de Petrópolis, de autoria de Klumb, em Petrópolis (O Globo, de 10 de janeiro de 1875 , na segunda coluna, O Mercantil, de 6 e 9 janeiro de 1875  e de 6 de fevereiro de 1875).

Dom Pedro II e a imperatriz Tereza Cristina visitaram a exposição (O Mercantil, de 10 de janeiro de 1875, na terceira coluna).

Klumb anunciou seus serviços de fotógrafo na cidade Petrópolis aos domingos, segundas, terças e dias santos na rua D. Januária (O Mercantil, de 17 de fevereiro de 1875, na terceira coluna).

A exposição de fotografias de Klumb foi anunciada como uma das atrações de Petrópolis (O Mercantil, de 22 de dezembro de 1875, na primeira coluna).

Entre 1875 e 1886 – Nesse período, de cerca de 10 anos, não há notícias sobre Klumb.

1886 – Klumb estava em Paris e de lá escreveu à imperatriz Teresa Cristina pedindo que ela financiasse a volta dele e de sua família para o Brasil. Era casado com a baiana Hermelinda Barreto, com quem tinha duas filhas. O pedido foi deferido, e ele e sua família deveriam embarcar para o Brasil em outubro de 1886. Porém, não se sabe se ele chegou a vir para o Brasil. Essa é a última notícia que se tem, até o momento, sobre Klumb.

 1952 – Foi publicado o artigo Segredos e Revelações da História do Brasil – Primeiro Guia Turístico do Brasil, sobre Doze horas em diligência – Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Foraescrito pelo criador e primeiro diretor do Museu Histórico Nacional, Gustavo Barroso (1888-1959) (O Cruzeiro, de 1º de novembro de 1952).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Augusto Stahl (1828 – 1877)

Cronologia de Augusto Stahl (1828 – 1877)

1828 - Em Bergamo, na Itália, nascimento de Théophile Auguste Stahl, em 23 de maio de 1828, filho do pastor luterano Fréderic Stahl, que entre 1825 e 1841 trabalhou em Bergamo, e de Marie Elise Stahl (nascida Stamm). Sua famíla era da Alsácia, na França, e seu avô, Jean Georges, estabeleceu-se em Estrasburgo como açougueiro. Auguste Stahl, segundo de oito filhos, foi batizado em 8 de junho e seus padrinhos foram Giovanni Steiner e Orsola Andreozzi.

1853 - Stahl chegou no Recife, a bordo do vapor Thames, da Mala Real Inglesa, em 31 de dezembro de 1853 (Diário de Pernambuco, 2 de janeiro de 1854, na quarta coluna sob o título “Movimento do Porto”).

1854 / 1856 – Nesse período, seu estabelecimento ficava na rua do Crespo, 21, esquina com a rua da Cadeia (Diário de Pernambuco, 14 de abril de 1856, na primeira coluna).

1855 - Realizou uma série de fotografias de Olinda.

1856 - Anunciou a mudança de seu estúdio para a rua Nova, 21 (Diário de Pernambuco, 13 de maio de 1856, na penúltima coluna, sob o título “Retratos”).

Publicação de uma propaganda do estabelecimento de Stahl com o título “O mais belo presente para noivos”(Diário de Pernambuco, 28 de agosto de 1856, na primeira coluna).

 

1857 - Stahl anunciou a chegada do segundo pintor para trabalhar em seu estabelecimento (Diário de Pernambuco, 24 de março de 1857, na última coluna).

Mudou-se para o Aterro da Boa Vista, 12, logradouro que, posteriomente, passaria a chamar-se rua da Imperatriz (Diário de Pernambuco, 24 de outubro de 1857, sexta coluna). O fotógrafo Agio Rio Pedro da Fonseca era seu ajudante.

1858 –  Realizou uma série de registros das obras da estrada de ferro Recife-São Francisco. Também fotografou Olinda, Goiana e o interior de Pernambuco.

Na barca francesa Tampico, chegada de uma encomenda de objetos para fotografia para Stahl (Diário de Pernambuco, 11 de janeiro de 1858, na quinta coluna).

Anunciou os melhoramentos em seu estabelecimento e sua associação ao “químico fotógrafo” Adolpho Schmidt e ao “artista pintor” Germano Wahnschaffe, que haviam chegado de Hamburgo (Diário de Pernambuco, 23 de setembro de 1858, na última coluna).

Foi noticiado que Stahl viajaria para a Europa (Diário de Pernambuco, 12 de outubro de 1858, na sexta coluna).

1859 - Stahl participou da terceira exposição fotográfica da Société Française de Photographie – SFP -, realizada entre 15 de abril e 1º de julho em Paris. Apresentou vistas de Pernambuco e retratos de negros. Acredita-se, até o momento, que foi o primeiro fotógrafo atuante no Brasil que enviou obras para uma exposição da SFP. Nessa exposição, foi desencadeada uma discussão acerca dos rumos da pintura após o surgimento da fotografia.

 

 

O “químico fotógrafo” Adolpho Schmidt deixou a sociedade (Diário de Pernambuco, 29 de julho de 1859).

Foi anunciado a chegada há pouco tempo da Europa do artista suíco Ulrich Steffen (1816 -) que realizava retratos a óleo em tamanho natural (Diário de Pernambuco, 6 de agosto de 1859).

Dom Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina, chegaram no Recife, em 22 de novembro. Foi a primeira viagem do imperador ao norte do Brasil (Diário de Pernambuco, 2 de dezembro de 1859). Stahl fotografou o evento e os fotografou em 1º de dezembro, ocasião em que ofereceu a eles o álbum Memorando pitoresco de Pernambuco, com imagens do desembarque dos dois no Recife, da própria cidade e da estrada de ferro Recife-São Francisco. O imperador mandou fazer mais 6 álbuns iguais, o que prova o quanto apreciou o trabalho do sr. Stahl, a quem concedeu a premissão de retratá-lo assim como a S.M. a Imperatriz.

 

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Jornal do Recife, 3 de dezembro de 1859

 

Stahl & C. receberam de Pedro II a licença de usarem o título de Fotógrafo de Sua Majestade Imperial.

 

 

1860 – Fotografou as quedas de Paulo Afonso, sob encomenda da Casa Imperial. Baseado nessas imagens o artista alemão Germano Wahnschaffe pintou o óleo “Cachoeira de Paulo Afonso”, entre esse ano e 1861 (Jornal do Recife, 23 de novembro de 1861, segunda coluna). 

Anunciava o ensino de fotografia em seu estabelecimento e também a produção de retratos em cartões de visita “como se usa em Paris” (Diário de Pernambuco, 10 de setembro de 1860, na última coluna). Provavelmente foi o introdutor dos cartões de visita em Pernambuco e também um dos primeiros fotógrafos a realizá-los no Brasil.

Por volta de 1860, foi o autor da única fotografia de uma natureza morta – até hoje conhecida – produzida no Brasil durante o século XIX.

 

 

1861 - Participou da Exposição Provincial de Pernambuco, aberta no Recife, em 16 de novembro de 1861, com retratos, dentre eles um retrato do presidente da província de Pernambuco, Antônio Marcelino Nunes Gonçalves (1823 – 1899); e uma vista da Cachoeira de Paulo Afonso. A maior parte dos trabalhos eram retratos sobre papel pintados por Ulrich Steffen e Germano Wahnschaffe. O quadro a óleo da Cachoeira de Paulo Afonso foi pintado por Germano Wahnschaffe (18? – ?), entre 1860 e 1861, copiado da fotografia da cachoeira de Paulo Afonso executada por Stahl, a pedido de Pedro II, em 1860, e foi considerado considerado o quadro mais imponente da exposição (Jornal do Recife, 23 de novembro de 1861, segunda coluna). O quadro pertence à Coleção Brasiliana Itaú, uma das parceiras da Brasiliana Iconográfica.

Vendeu à Corte Imperial uma coleção de vistas de Goiana e Paulo Afonso.

Participou da Primeira Exposição Nacional com trabalhos em halótipos e recebeu uma menção honrosa.

Fechou seu ateliê fotográfico no Recife em 31 de dezembro.

1862 -  Em 23 de janeiro, no Diário de Pernambuco, foi anunciado que Stahl, Wahnschaffe e Ulrich Steffen iriam para o Rio de Janeiro. Stahl embarcou para o Rio de Janeiro em 4 de fevereiro a e deixou como sucessor, no Recife, Leon Chapelin (Diário de Pernambuco, 6 de fevereiro de 1862, na terceira coluna).

Segundo publicado na Tribuna de Petrópolis de 1º de abril de 1956, por Ricardo Martim, pseudônimo de Guilherme Auler (1914-1965), Stahl & Wahnschaffe foram agraciados, em 21 de abril de 1862, com o título de “Fotógrafos da Casa Imperial”. Porém, em janeiro de 1860, a sociedade Stahl & Cia já se identificava em anúncios no jornal como “Fotógrafos de S.M. o Imperador do Brasil” (Diário de Pernambuco, 10 de janeiro de 1860, na segunda coluna).

Participou da Exposição Universal de Londres com fotografias.

Entre 1862 e 1863, voltou à Europa, onde se casou com Marie Julie Bing (1835 – 1921), nascida em Ostheim, na Alsácia.

1863 a 1870 - Nesse período, era publicado anualmente, no Almanack Laemmert, o endereço do estabelecimento de Stahl & Wahnschaffe, na rua do Ouvidor, 117. Anteriormente, até 1862, Maupoint & Robin ocuparam esse mesmo endereço (Almanack Laemmert, edição de 1870).

1864 - Nascimento de Olga Marie, primeira filha do casal, no Rio de Janeiro.

1865 - Stahl & Wahnschaffe participaram da Exposição da Academia Real de Belas Artes com várias fotografias, dentre elas um retrato da imperatriz Leopoldina.

Produziu para a missão científica Thayer, financiada pelo empresário e filantropo norte-americano Nathaniel Thayer, Jr. (1808-1883), pelo interior do Brasil chefiada pelo naturalista suíço naturalizado norte-americano Louis Agassiz (1807 – 1873),  retratos de “tipos” do país: portraits e fotografias antropométricas de chineses que residiam no Rio de Janeiro e de escravos negros. A obra Voyage au Brésil – 1865 – 1866 foi resultado dessa missão. Agassiz era professor no Museu de Zoologia Comparada da Universidade de Harvard. Charles Frederick Hartt (1840 – 1878), futuro chefe da Comissão Geológica do Império, integrou a Expedição Thayer – foi a primeira vez em que veio ao Brasil.

Nascimento de Paul Theodor Waldemar, segundo filho de Stahl, no Rio de Janeiro.

1866 - Stahl & Wahnschaffe participaram da Segunda Exposição Nacional, realizada entre 19 de outubro e 16 de dezembro de 1866, com fotografias, retratos da família real em fotopintura por Ulrich Steffen, retratos de negros, vistas de subúrbios e uma panorama do Rio de Janeiro. Foram premiados com a quarta medalha de prata. Sobre a participação, o pintor Victor Meirelles (1833-1903) comentou no Relatório sobre a II Exposição Nacional:

“São ainda dignos de toda atenção os trabalhos fotográficos destes senhores. As provas que representam diversos tipos da raça africana reúnem as qualidades essenciais, que sem elas a fotografia seria imperfeita. As de grandes dimensões, dos retratos de SS. MM. Imperiais obtidos também pelo sistema de amplificação pecam um pouco por não serem mais firmes e caírem excessivamente no efeito oposto, que os artistas chamam mole. Bem sabemos quanto é difícil em uma prova dessa dimensão obter-se melhor resultado. Acreditamos que essas provas foram antes ali representadas para que o público julgue o quanto são suscetíveis de serem depois coloridas a guache ou retocadas a óleo, como as que se acham expostas. As vistas do panorama da cidade do Rio de Janeiro e de algumas outras localidades pitorescas dos nosso subúrbios são trabalhos que ficam recomendados também por sua perfeição”.

Revista Ilustrada de 18 de dezembro referiu-se a Stahl & Wahnschaffe como “mestres nas paisagens e vistas da cidade, tão bons aí como nos retratos”.

1867 - Stahl & Wahnschaffe participaram da Exposição Universal de Paris com paisagens do Rio de Janeiro.

1870 – Provavelmente, as atividades do estúdio de Stahl & Wahnschaffe terminaram neste ano, já que o estabelecimento não foi anunciado pelo Almanak Laemmert de 1871. Os equipamentos teriam sido vendidos para os fotógrafos Cypriano & Silveira (Jornal do Commercio, 22 de maio de 1870). A família de Stahl retornou à Europa.

Foi doada pelo sr. Manoel Figueiroa ao Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco uma fotografia das quedas de Paulo Afonso, de autoria de Stahl (Diário de Pernambuco, 16 de setembro de 1870, na penúltima coluna).

1875 - Stahl partiu do Rio de Janeiro no paquete francês Senegal (O Globo, 26 de julho de 1875, na primeira coluna).

1877 – Augusto Stahl faleceu em 30 de outubro, no Estabelecimento Público de Saúde Alsace Nord.

1921 - Sua mulher, Marie Julie, faleceu em Genebra, em 30 de maio.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

 

Cronologia de José Ferreira Guimarães (1841 – 1924)

 

Cronologia de José Ferreira Guimarães (1841 – 1924)

 

 

1841 – Nascimento de José Ferreira Guimarães, em Guimarães, na região do Minho, em Portugal.

c. 1852 – Aos 11 anos, emigrou sozinho para o Brasil, a bordo de um veleiro carregado de repolhos.

1860 – Guimarães radicou-se no Rio de Janeiro.

1862 – Provavelmente, nesse ano iniciou sua trajetória como fotógrafo, associando-se a Eduardo Isidoro Van Nyvel (18? – ?), na rua do Ouvidor, nº 75. Anunciaram que em seu estabelecimento fotográfico, aberto há poucos dias, executava-se retratos pelos sistemas do ambrótipo e cartões de visita (Jornal do Commercio, 9 de setembro de 1862).

1863 – Publicação de uma propaganda do estabelecimento fotográfico de Van Nyvel e Guimarães no qual anunciaram ter recebido de Alexandre Ken, o primeiro fotógrafo do globo, o processo de cartões de visita, além de uma máquina…para fazer oito retratos em um só vidro e outra que com um único tubo tira quatro posições diferentes em um vidro (Jornal do Commercio, 10 de junho de 1863).

 

 

1864 - Van Nyvel e Guimarães mudaram-se para a rua do Ourives, nº 40 (Jornal do Commercio, 22 de março de 1864, primeira coluna).

1865 – Guimarães ganhou a medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes da Academia Imperial.

1866 – Passou a anunciar-se sozinho no mesmo endereço, rua do Ourives, nº 40. Em outubro de 1866, Van Nyvel abriu um novo estabelecimento na Rua dos Ouvires, 65 (Jornal do Commercio, 2 de outubro de 1866, terceira coluna).

Foi agraciado por d. Pedro II com o título de fotógrafo da Casa Imperial, em 13 de setembro.

Ganhou a medalha de prata na 2ª Exposição Nacional. Sobre ele, o pintor Victor Meirelles, representando o júri do quarto grupo, onde se incluía a fotografia, escreveu no relatório do evento:

‘1ª Medalha de Prata – José Ferreira Guimarães (1841 – 1924):

Cabe a honra de ser classificado em primeiro lugar, obtendo a medalha de prata, o sr. J. F. Guimarães, estabelecido na rua dos Ourives, nº 40, por seus retratos de cartões de visita, e chapas de diferentes dimensões. Os trabalhos do Sr. Guimarães sobressaem-se pela fineza, nitidez e perfeição dos objetos representados e também pelo vigor dos tons que são bem calculados e de uma cor agradável, posições escolhidas com gosto e naturalidade.’

1867 - Produziu um retrato em tamanho natural no formato de 2 x 1,35 m, a maior fotografia realizada no Brasil até então.

Ganhou a medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes da Academia Imperial.

Informava ter partido para a Europa (Jornal do Commercio, 25 de julho de 1867, sexta coluna).

De volta de Paris, anunciou uma exposição de retratos sobre placas de porcelana na casa do Sr. Bernasconi & Moncada (Jornal do Commercio, 15 de novembro de 1867; Correio Mercantil, 5 de novembro de 1867, quinta coluna).

 

 

1869 – Anunciou ter regressado da Europa, aonde havia ido pela terceira vez, e também a abertura de seu novo estabelecimento na rua do Ourives, nº 38, segundo andar (Jornal do Commercio, 10 de outubro de 1869, página 3, Segunda Folha).  

1872 – Fotografou a pintura Combate Naval do Riachuelo, de Victor Meirelles (1832 – 1903), empregando seu sistema de ampliação para fazer reproduções de obras de arte de grande formato. Produziu a fotografia em placa de porcelana pelo processo inalterável…Para execução dessa fotografia serviu-se o habilísssimo fotógrafo José Ferreira Guimarães de placa denominada pelos fotógrafos “negativo”…Foram tirados e distribuídos alguns “positivos” sobre papel albuminado…(Relatório da Repartição dos Negócios do Império, 1882).

1873 – Ganhou a medalha de prata na 3ª Exposição Nacional.

Teria voltado, nesse ano, a sua cidade natal, Guimarães.

1875 - Retratou Marie Caroline Lefebvre (c. 1849 – 1914), mulher do fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923).

Na coluna “Folhetim da Gazeta de Notícias –  Bellas Artes”, o português Julio Huelva (1840 – 1904), pseudônimo do músico e arquiteto Alfredo Camarate, elogiou a fotografia produzida no Brasil e destacou os trabalhos dos ateliês de José Ferreira Guimarães  (1841 –1924), Joaquim  Insley Pacheco (c. 1830 – 1912) e de Albert Henchel (1827 – 1892) e Franz (Francisco) Benque (1841-1921). O autor cobrou também a presença de fotógrafos do Rio de Janeiro na Exposição Universal da Filadélfia, que se realizaria em 1876 (Gazeta de Notícias, 21 de dezembro de 1875).

Década de 1880 - Durante esta década, o fotógrafo Valério Vieira (1862 – 1941) trabalhou como assistente no estúdio do fotógrafo José Ferreira Guimarães.

1882 - No Almanack Laemmert, foi veiculado um anúncio de Guimarães: Retratos vitrificados fixados a fogo, como as porcelanas de Sèvres. Perpétua duração, constituindo por isso uma verdadeira e imorredoura relíquia de família (Almanaque Laemmert, 1882).

Segundo relatório do diretor da Academia das Belas Artes, a instituição comprou a fotografia produzida por Guimarães da primeira versão da pintura Combate Naval do Riachuelo, de Victor Meirelles, perdida durante a Exposição Internacional da Filadéfia, em 1876 (Relatório da Repartição dos Negócios do Império, 1882).

Segundo consta em um de seus cartões, foi premiado com a medalha de ouro na Exposição Continental de Buenos Aires, inaugurada em 15 de março de 1882 – a seção brasileira foi inaugurada no dia 1º de abril, ocupando uma área de 600 m2 (Diário de Pernambuco, 10 de julho de 1882, terceira coluna).

1884 – Recebeu o título de Comendador da Ordem da Rosa.

Guimarães anunciou que Waldemar Lange executava fotografias de grupos de família pelo sistema americano de John Carbutt, da Filadélfia (Jornal do Commercio, 17 de julho de 1884, na página 8). Segundo Boris Kossoy, Lange havia sido associado na Bahia ao fotógrafo Guilherme Gaensly (1843 – 1928). Na época, seu ateliê ficava na rua dos Ourives, nº 38.

 

 

Participou da Exposição da Academia de Belas Artes com esmaltes, platinotipos e algumas fotografias instantâneas, obtidas pelo processo denominado gelatino bromureto de prata  (Jornal do Commercio, 26 de setembro de 1884, segunda coluna).

A fotografia produzida por Guimarães da turma do sexto ano dos doutorandos de medicina foi exposta na casa de Narciso & Arthur Napoleão. É um trabalho, como todos os deste artista, muito notável (Diario Portuguez, 20 de dezembro de 1884, segunda coluna).

1885 – Foi encomendado à casa Guimarães um retrato a óleo de Francisco de Assis Mascarenhas. Foi realizado por Victor Meirelles e exposto na galeria Moncada. Os dois artistas foram referidos, na nota do jornal, como comendadores (Jornal do Commercio, 2 de agosto de 1885, sexta coluna).

 

 

1886 – A Casa Guimarães, na rua do Ourives, nº 38, foi substituída pela Photographia Americana, passando a pertencer a Roltgen, antigo retocador da Casa Guimarães, e do sr. Silva, antigo sócio-gerente da fotografia Carneiro & Tavares (O Paiz, 31 de julho de 1886, primeira coluna).

 

 

Guimarães inaugurou um verdadeiro palácio da fotografia, a maior casa fotográfica brasileira do século XIX, na rua Gonçalves Dias, nº 2, esquina com a rua da Assembleia. A casa, de 4 andares, foi durante algum tempo o mais alto prédio do Rio de Janeiro e foi construída expressamente para sediar o estabelecimento fotográfico de Guimarães. Os três primeiros pavimentos abrigavam as diversas seções de fotografia e o último servia de moradia do fotógrafo (Revista do Iphan, 1946, p. 199 e O Rio de Janeiro, 8 de agosto de 1886, quarta coluna).

 

 

Uma menina se acidentou quando passou em frente à casa fotográfica de Guimarães e uma tábua que servia de andaime caiu sobre sua cabeça. O fotógrafo prestou assistência à acidentada e responsabilizou-se pelo ocorrido (O Paiz, 18 de agosto de 1886, na última coluna).

1877 – Guimarães participou com fotografias das obras mais importantes da estrada de D. Pedro II da Exposição Internacional de Caminhos de Ferro no Bois de Vincennes, em Paris, em comemoração ao cinquentenário das ferrovias na França. Essas fotografias e também outras, de autoria de Marc Ferrez (1843 – 1923), foram expostas no Liceu de Artes e Ofícios (O Paiz, 18 de julho de 1887, terceira coluna).

Na casa Chameaux, exposição de uma pintura a óleo, de autoria do artista francês Battu, realizado com muita suavidade a partir de uma fotografia produzida pelo distinto fotógrafo Guimarães de uma menina vestida à moda das camponesas do norte de Portugal (Jornal do Commercio, 26 de julho de 1887, sétima coluna).

1888 – No salão do jornal O Paiz, exposição de um retrato do apregoado atirador Bento Moraes, produzido por Guimarães. Moraes era a primeira figura de uma companhia de variedades que se apresentaria no Polytheama (O Paiz, 13 de março de 1888, sétima coluna).

A Casa Guimarães, na rua de Gonçalves Dias, canto da da Assembleia foi enfeitada para participar dos festejos da cidade pelo retorno do imperador Pedro II (1825 – 1891) e da imperatriz Teresa Cristina (1822 – 1889), que ficaram ausentes do Brasil por quase um ano, na terceira viagem do soberano à Europa. Haviam partido em 30 de junho de 1887 (Diário de Notícias, 23 de agosto de 1888, terceira coluna).

 

 

1890 – Antes de cometer suicídio, o português e guarda-livros José Custódio de Oliveira enviou uma carta a Guimarães (Diário de Notícias, 22 de jumho de 1890, segunda coluna).

1891 - A partir de janeiro, José Ferreira Guimarães estaria até o fim da estação, às segundas e terças-feiras, em seu ateliê de Petrópolis (Jornal do Commercio, 11 de janeiro de 1891).

1894 – A Photographia Guimarães funcionava em Petrópolis, aos domingos, segundas e terças-feiras, em um chalé ao lado do Hotel Orleans (Gazeta de Petrópolis, 7 de março de 1894, terceira coluna).

Estava exposto na casa Palais Royal um quadro com os retratos dos doutorandos de 1894, produzido pela Photographia Guimarães (Gazeta de Notícias, 7 de novembro de 1894, na penúltima coluna).

Alguns membros da comissão da República Oriental do Uruguai, em visita ao Brasil, iriam ser fotografados na Photographia Guimarães (A Notícia, 8 e 9 de novembro de 1894, terceira coluna).

1895 – Na primeira página do Jornal do Brasil, era noticiado que a Photographia Guimarães & C continuava a merecer o favor público pela excelência de seus trabalhos artísticos (Jornal do Brasil, 10 de março de 1895, quarta coluna).

 

 

1896 – Na edição 36 de A Bruxa, foi publicada uma fotografia de F. Guimarães, conhecido proprietário da Photographia Guimarães (Commercio de São Paulo, 13 de outubro de 1896, última coluna). A Bruxa foi uma revista dirigida pelo poeta Olavo Bilac  (1865-1918) e pelo ilustrador português Julião Machado (1863 – 1930), entre 1896 e 1897.

Foi noticiado que a Photographia Guimarães produziria fotografias das salas do Club dos Repórteres com convidados por um processo novo de notável sucesso na arte fotográfica cuja primeira experiência foi realizada ontem (A Notícia, 24 e 25 de outubro de 1896, segunda coluna).

Estava exposto na vitrine da casa Colussi, na rua do Ouvidor, uma fotografia do presidente Prudente de Morais (1841 – 1902), produzida pela Photographia Guimarães. De acordo com a notícia, poderia se dizer que a obra é uma nova descoberta da photographia pois que o retrato…é feito em esmalte photográphico vitrificado a fogo, tão inalterável como as pinturas da porcelana de Sèvres e de Limoges… (Jornal do Brasil, 8 de novembro de 1896, quinta coluna).

1897 – O fotógrafo Alfredo Musso, irmão de Luis Musso, trabalhava na Photographia Guimarães (Jornal do Commercio, 1º de fevereiro de 1897, penúltima coluna).

Luis Musso, sócio da Photographia Guimarães, levou de presente à redação do Jornal do Brasil uma fotografia em platinotipia de um grupo de jornalistas que haviam assistido à inauguração da luz artificial para obter fotografias instantâneas (Jornal do Brasil, 12 de março de 1897, segunda coluna). Luis Musso havia sido o primeiro operador da Companhia Photographica Brazileira, dirigida pelo fotógrafo Juan Gutierrez (c. 1860 – 1897), desde sua fundação, em 1892, até 31 de março de 1894 (Jornal do Commercio, 13 de fevereiro de 1898, na última coluna). Em 1905, os irmãos Musso estavam estabelecidos na rua Uruguayana sob a razão social L. Musso & C, que também se anunciava como Photographia Brazileira.

Foi encomendada à Photographia Guimarães um retrato do engenheiro e primeiro diretor da Estrada de Ferro Pedro II, Christiano Ottoni (1811 – 1896), que seria ofertado à Escola Naval por seu filho, o industrial Julio Ottoni (Jornal do Brasil, 17 de setembro, sétima coluna).

1898 – Herrero Vargas, empregado da Photographia Guimarães, retratou um grupo da Estudantina do Cassino Espanhol em excursão a Santa Teresa (Gazeta de Notícias, 28 de fevereiro de 1898, primeira coluna).

O presidente da República, Prudente de Morais (1841 – 1902), presenteou o redator-chefe da Cidade do Rio, José do Patrocínio (1854 – 1905), fotografias de sua família produzidas pela Photographia Guimarães (Cidade do Rio, 10 de novembro de 1898, terceira coluna).

Na Casa Merino, estavam expostas três fotografias em platinotipia produzidas pela Photographia Guimarães: do presidente e do vice-presidente da República, Campos Salles (1841 – 1913) e Rosa e Silva (1857 – 1929), respectivamente, e do novo ministério do governo (Jornal do Commercio, 15 de novembro de 1898, sexta coluna).

1899 – O Sr. Musso, da Photografia Guimarães, registraria o cruzador italiano Fieramosca (A Notícia, 5 e 6 de agosto de 1899, segunda coluna).

Joaquim Insley Pacheco (c. 1830 – 1912)Marc Ferrez (1843 – 1923) e José Ferreira Guimarães foram nomeados para formar a comissão de propaganda da classe de fotografia da Exposição do Quarto Centenário do Brasil, em 1900, promovida pela Sociedade Propagadora das Belas Artes (A Imprensa, 31 de outubro de 1899, quarta coluna).

1900 – Horacio Garcia Vidal trabalhava na Photographia Guimarães (Cidade do Rio, 24 de janeiro de 1900, na última coluna).

Publicada na Revista da Semana, de 22 de julho de 1900, um instantâneo do Largo da Carioca, tirado do segundo andar da afamada Photographia Guimarães.

Apresentou na Exposição Universal de Paris o Relâmpago Guimarães, uma espécie de flash que permitia tirar fotografias em ambientes obscurecidos ou no período da noite.

A luz produzida por ele é exatamente a necessária para substituir a claridade do dia, suprindo-a em todo o seu vigor, mas permitindo respeitar as nuances do modelo, por mais delicado que seja.

O acolhimento que foi feito na Europa à invenção de nosso compatriota, proprietário da afamada Photographia Guimarães, deve ser muito lisonjeiro para os fotógrafos nacionais‘ (Revista da Semana, 12 de agosto de 1900).

 

 

1901 – Guimarães era sócio de Luis Musso e Julio D. Roltgen (Almanak Laemmert, 1901).

Julio Roltgen, da Photographia Guimarães, foi o autor do registro do “batismo da Salamina”, festa realizada no club de Regatas Botafogo. A imagem foi publicada na revista quinzenal Brasil Náutico, número 4, e foi considerada a nota elegante da edição (A Notícia, 8 e 9 de maio de 1901, terceira coluna).

Um retrato do senador do Império, Cândido Mendes de Almeida (1818 – 1881), executado pela Photographia Guimarães e emoldurado pela fábrica Martins Seabra & C., foi ofertado ao Jornal do Brasil (Jornal do Brasil, 31 de maio de 1901, sétima coluna).

Foi noticiado que o Relâmpago Guimarães havia obtido a medalha de 1ª classe na Exposição Universal de Paris de 1900. A Photographia Guimarães foi referida como admirável estabelecimento da rua Gonçalves Dias, esquina do largo da Carioca e, devido ao Relâmpago Guimarães estava executando trabalhos de inigualável perfeição. Os retratos produzidos na Casa Guimarães eram verdadeiras maravilhas de arte pela naturalidade da pose e pela incomparável nitidez (Gazeta de Notícias, 4 de julho de 1901, sétima coluna).

Por encomenda do presidente da República, Campos Sales (1841 – 1913), a Photographia Guimarães produziu um quadro medindo 1 metro por 80 centímetros com as fotografias do governo provisório da República organizado em 15 de novembro de 1889. O quadro ficaria no salão de despachos do Palácio do Catete (A Notícia, 26 e 27 de novembro de 1901, segunda coluna).

1902 – Na Igreja da Candelária, foi rezada uma missa pela turma de guardas-marinha de 1879. Nove deles estiveram presentes à cerimônia e depois foram retratados na Photographia Guimarães (Gazeta de Notícias, 9 de março de 1902, sétima coluna).

Luis Musso estava na direção da Photographia Guimarães (Jornal do Brasil, 24 de julho, sexta coluna).

1903 – Em anúncio, a Photographia J.F. Guimarães & C afirmava acreditar que nada devia à praça e pedia que, caso houvesse qualquer reclamação, que fosse levada a seu proprietário até o dia 10 de dezembro de 1903 (Jornal do Brasil, 6 de dezembro de 1903, primeira coluna).

1904 – Tendo deixado de trabalhar na Photographia Guimarães, Alfredo e Luis Musso e Julio D. Beltgen anunciaram a abertura de um novo estabelecimento fotográfico, na rua Uruguaiana, nº 10 (Gazeta de Notícias, 21 de fevereiro de 1904, terceira coluna).

Recém chegado da Europa, Guimarães anunciou a reabertura de seus ateliers modelos onde o high life poderia encontrar o chic da fotografia moderna (Jornal do Brasil, 24 de fevereiro de 1904, quinta coluna e Gazeta de Notícias , 21 de fevereiro, terceira coluna).

 

 

1905 – Estava exposta na Photographia Guimarães uma fotografia de Oswaldo Cruz (1872 – 1917), diretor da Saúde Pública, com um tamanho que nunca se fez entre nós (Gazeta de Notícias, 12 de abril, sexta coluna).

A Photographia Guimarães continuava na rua Gonçalves Dias (A Notícia, 10 e 11 de junho de 1905, quarta coluna).

1906 – A Photographia Guimarães funcionava sob a direção de José Ferreira Guimarães e A. Pinto, na rua da Assembleia, 78 (A Notícia, 25 e 26 de outubro, segunda coluna). Novo anúncio, no mês seguinte, só menciona Guimarães na direção do estabelecimento fotográfico (A Notícia, 6 e 7 de novembro de 1906, quinta coluna).

1907 – A Photographia Guimarães informava não ter nem funcionários ambulantes nem filiais pelo Brasil. As encomendas deveriam ser feitas na rua da Assembleia, 78 (A Notícia, 31 de janeiro e 1º de fevereiro de 1907, segunda coluna).

A turma de formandos em Odontologia e Medicina encomendaram quadros alegóricos na Photographia Guimarães. Seriam feitos em Paris, sob a supervisão do comendador Guimarães, que mais uma vez daria provas de seu bom gosto artístico (A Notícia, 27 e 28 de julho de 1907, quarta coluna).

A Photographia Guimarães anunciou que o funcionário Augusto Cezar Osório não trabalhava mais no estabelecimento (Jornal do Brasil, 14 de setembro de 1907, sétima coluna).

Exposição, na Photographia Guimarães de uma fotografia de Oswaldo Cruz (1872 – 1917), diretor da Saúde Pública (A Notícia, 4 e 5 de novembro de 1907, terceira coluna).

1909 / 1910 / 1911 / 1912 /1913 - A Photographia Guimarães funcionava em um sobrado, na rua da Assembleia, 100 (A Notícia, 22 e 23 de maio de 1909, terceira coluna e Almanak Laemmert, 1911, terceira coluna).

1909 – Publicação na revista Careta, 21 de agosto de 1909, de duas fotografias do escritor Euclides da Cunha (1866 – 1909), produzidas na Photographia Gumarães. Pouco antes de sua morte, o escritor havia oferecido ao jornalista Ernesto Senna (1858-1913) uma fotografia sua produzida na Photographia Guimarães (Correio Paulistano, 17 de agosto de 1909, primeira coluna).

Década de 1910 – Provavelmente, durante essa década, mudou para a França, onde morou em Bois Colombe.

1911 – Publicação de um retrato do cientista Carlos Chagas (1879 – 1934), produzido na Photographia Guimarães (A Noite8 de agosto e 9 de agosto de 1911).

1912 – Do terceiro andar da Photographia Guimarães, o comandante Souza Aguiar dirigia o trabalho dos bombeiros para debelar um grande incêndio no coração da cidade (O Paiz, 25 de março de 1912, na última coluna).

Proprietário e empregados de estabelecimentos fotográficos requisitaram que os mesmos não mais abrissem aos domingos. Dois empregados da Photographia Guimarães participaram do abaixo-assinado endereçado aos vereadores da cidade do Rio de Janeiro (A Imprensa, 13 de abril de 1912, segunda coluna).

1913 – Foi roubada uma mercadoria – papel sensibilizado – destinada a José Ferreira Guimarães (Correio da Manhã, 23 de janeiro de 1913, segunda coluna).

Uma dúzia de retratos de Boudoir, última novidade, criação da afamada Photographia Guimarães, seria o 2º Prêmio do Grande Concurso Extraordinário D, promovido pelo semanário O Tico-Tico: Jornal das Crianças (O Tico-Tico, 4 de junho de 1913).

1914 - Pela última vez a Photographia Guimarães foi anunciada no Almanak Laemmert.

Uma dúzia de retratos da Photographia Guimarães foi o 1º prêmio do Grande Concurso Extraordinário K, promovido pelo semanário O Tico-Tico: Jornal das Crianças (O Tico-Tico, 7 de outubro de 1914).

1915 – A capa do Jornal das Moças foi ilustrada com uma imagem de Carolina Pereira dos Santos, filha de um empresário do Rio de Janeiro. O trabalho fotográfico foi da Casa Guimarães e a gravura foi realizada no ateliê de Alois Fabien (Jornal das Moças, 1º de março de 1915).

1916 – Um dos prêmios sorteados pelo semanário O Tico-Tico seriam retratos da Photographia Guimarães (O Tico-Tico, 9 de fevereiro de 1916).

Após longos anos na Europa, José Ferreira Guimarães voltou a dirigir seu estabelecimento fotográfico no
Rio de Janeiro (A Noite, 5 de agosto de 1916, quinta coluna).

 

 

 

1917 – Foi anunciado que o segundo andar da Photographia Guimarães poderia ser alugado para dentista ou negócio de luxo. O prédio, que possuia elevador, foi referido como aristocrático (Jornal do Brasil, 28 de julho de 1917, quarta coluna). Nesse mesmo ano, foi anunciado que A Photographia Huebner & Amaral havia reaberto em 11 de setembro, na rua da Assembleia, 100, antigo endereço da Photographia Guimarães (Jornal do Commercio, 9 de setembro de 1917).

1919 - Neste ano, Maria Aparecida, uma sobrinha neta de sua esposa, foi residir com eles, na França.

1921 – O sobrinho neto de sua mulher, Benedito Junqueira Duarte (1910 – 1995), viajou para Paris, tornando-se discípulo de Guimarães. Posteriormente, Benedito trabalhou na Seção de Fotografia do Departamento de Cultura de São Paulo a convite de Mário de Andrade (1893 – 1945), além de ter sido sócio-fundador do Foto Cine Clube Bandeirante.

1924 – José Ferreira Guimarães faleceu na França, em 30 de janeiro, provavelmente, de infecção pulmonar. Foi enterrado no cemitério de Bois Colombe.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Juan Gutierrez de Padilla (c. 1860 – 1897)

Cronologia de Juan Gutierrez de Padilla (c. 1860 – 1897)

 

c. 1860 – O espanhol Juan Gutierrez de Padilla nasceu, provavelmente, nas Antilhas, na época, uma colônia espanhola. Porém, outras fontes afirmam que ele teria nascido em Cuba ou na África.

1885 / 1887- Período provável de sua chegada ao Brasil, vindo da cidade do Porto, Portugal.

1889 – Trabalhava na Photographia União, localizada na rua da Carioca, nº 114.

Em 3 de agosto, recebeu o título de “Fotógrafo da Casa Imperial”.

Participou do movimento pela Proclamação da República como tenente da Guarda Nacional.

Gutierrez naturalizou-se brasileiro, aproveitando o decreto de Deodoro da Fonseca (1827 – 1892), o primeiro presidente do Brasil, que concedeu aos estrangeiros que residiam no país na data de 15 de novembro, quando a República foi proclamada, a nacionalidade brasileira.

1890 – Foi concedida licença para que Gutierrez usasse as armas da República no seu estabelecimento, a Photographia União (Diário de Notícias, 18 de julho de 1890, na quinta coluna, sob o título “Armas da República”).

Em 29 de setembro, foi constituída uma sociedade anônima denominada Companhia Photographica Brazileira, com 31 acionistas. Gutierrez foi eleito diretor técnico do negócio. De um total de cinco mil ações, era proprietário de 100 ações do empreendimento (Jornal do Commercio, 30 de setembro de 1890, na primeira coluna).

Agregou às atividades do estabelecimento, o comércio de produtos e equipamentos fotográficos. Foi anunciada a incorporação da Companhia Photographica Brazileira pelo Banco Constructor (Diário do Commercio, 25 de setembro de 1890).

Foi publicada a ata da instalação da Companhia Photographica Brazileira (Gazeta da Tarde, 24 de outubro de 1894, na primeira coluna).

1891 – Gutierrez anunciou a venda da Photographia União (Jornal do Commercio, 17 de dezembro de 1891, na quarta coluna, sob o título “Photographia à venda“).

1892 – Em 1º de janeiro, foi inaugurado o edifício da Companhia Photographica Brazileira, na rua Gonçalves Dias, 40, sob a direção técnica de Juan Gutierrez (Jornal do Commercio, 2 de janeiro de 1892, na sétima coluna sob o título “Companhia Photographica” ).

Foi noticiada a inauguração das oficinas de fototipia da Companhia Photographica Brazileira. De acordo com a notícia, pela primeira vez fotografias perfeitas eram produzidas no Rio de Janeiro e isso se devia ao talento e ao trabalho de Gutierrez (O Combate, 27 de fevereiro de 1892, na quinta coluna).

Em 17 de junho, a sociedade da Companhia Photographica Brazileira foi dissolvida e o maior credor da empresa, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink, recebeu os imóveis sociais e demais ativos do empreendimento.

Em 29 de setembro, Gutierrez solicitou à Junta Comercial do Rio de Janeiro permissão para a abertura de uma nova firma, chamada J. Gutierrez, no mesmo endereço da anterior.

1893 - Foi fundado o semanário O Álbum e Gutierrez tornou-se responsável pelos trabalhos fotográficos. Artur Azevedo (1855 – 1908) era o diretor literário da publicação. Na edição de maio, Castro Soromenho dedicou-lhe o poema “Desegaño”, no qual confessava seu amor pelo fotógrafo. Imediatamente o poeta foi impedido de frequentar a redação de O Álbum e, em 12 de junho, foi definitivamente afastado do periódico.

Em 6 de setembro, início da Revolta da Armada, comandada pelo almirante Custódio de Mello (1840 – 1902), amplamente fotografada por Gutierrez.

1894 - Em 13 de março, fim da Revolta da Armada.

Foi noticiada a exposição, no ateliê de Gutierrez, de um quadro fotográfico retratando o marechal Eneas Galvão (1832 – 1895) rodeado por seus ajudantes de ordem. O quadro seria ofertado ao marechal, que foi ministro da Guerra durante o governo de Floriano Peixoto (1839 – 1895) (O Paiz, 23 de maio de 1894, na segunda coluna).

O primeiro número da publicação quinzenal Illustração Sul-Americana trazia diversos retratos de autoria de Gutierrez: do marechal Floriano Peixoto (1839 – 1895), de Affonso Pena (1847 – 1909), do presidente da República Prudente de Moraes (1841 – 1902), do capitão-tenente José Carlos de Carvalho e do jornalista Artur Azevedo (1855 – 1908) (O Paiz, de 21 de julho de 1894, nas sexta e sétima colunas).

Em 17 de setembro, foi inaugurada a Confeitaria Colombo, ao lado do ateliê de Gutierrez, onde ele, além de trabalhar, residia. Logo a confeitaria tornou-se um dos pontos mais concorridos da cidade, contribuindo para o aumento do movimento em torno da casa fotográfica de Gutierrez.

Em novembro, Gutierrez foi o fotógrafo do álbum Recordação das festas nacionais, em homenagem aos cinco anos da proclamação da República brasileira. Registrou grandes manifestações populares em vários pontos da cidade: banquetes, desfiles militares , além de cerimônias cívicas e inaugurações de monumentos. Esse trabalho pode ser considerado um exemplo precursor da linguagem da fotografia jornalística.

album

Foi publicada uma propaganda dos cigarros Bouquet: “em cada carteira contem o retrato de uma das notabilidades brazileiras ou estrangeiras, perfeição, creditadas pela casa J. Gutierrez & C., sucessora da Companhia Photographica. A colecção completa comprehenderá 200 RETRATOS” (O Paiz, 14 de novembro de 1894).

1895 – O periódico A Cigarra, de 29 de agosto de 1895 elogiou a arte do fotógrafo: Que homem este Gutierrez! Tenacidade, talento, amor e trabalho!1896 – Foi publicado um elogio às fotografias produzidas por Gutierrez  pela técnica da platinotipia: “…nada há mais perfeito do que o trabalho de Gutierrez…” (O Paiz, 3 de junho de 1896, na última coluna, sob o título “Commercio, Industria e Arte).

Eclodiu o conflito em Canudos e, após a derrota da expedição comandada pelo coronel Moreira César (1850 – 1897), Gutierrez decidiu incorporar-se como ajudante de ordens do general João da Silva Barbosa.

1897 – Antes de partir para Canudos, Gutierrez lavrou seu testamento e nomeou como testamenteiros e inventariantes Manoel Rodrigues Monteiro de Azevedo, Francisco de Paula Mayrink, José Carlos de Carvalho e José do Patrocínio (1853 – 1905). Suas beneficiárias foram sua mãe, Francisca Vicente Vandrel e sua amiga, a viúva Orlandina Aurora Rosani.

Juan Gutierrez foi promovido de tenente a capitão da Guarda Nacional (O Paiz, 19 de fevereiro de 1897, na sexta coluna).

Desembarcou em Salvador, em 2 de abril, e seguiu para  Canudos.

Sua ida para Canudos foi um dos assuntos da coluna “Semanaes”, de Anselmo Ribas (A Notícia, 10 e 11 de julho de 1897).

Em 28 de junho, foi mortalmente ferido (Jornal do Commercio, 13 de julho de 1897, na terceira coluna sob o título “Expedição de Canudos” e O Paiz, 7 de setembro de 1897, na primeira coluna).

Sua morte foi também noticiada no O Paiz, de 14 de julho de 1897, na primeira página, com um artigo de Luiz Murat (1861 – 1929) em sua homenagem.  No livro Os Sertões, Euclides da Cunha (1866 – 1909) referiu-se a ele como um Oficial honorário, um artista que fora até lá atraído pela estética sombria das batalhas.

Foi publicado o que um dos amigos mais próximos de Gutierrez, o tenente Frederico Luiz da Costa, escreveu a respeito dele (O Paiz, de 23 de julho de 1897, na primeira coluna).

Foram realizadas na Igreja de São Francisco de Paula, as missas em sufrágio da alma de Juan Gutierrez. Foi celebrada pelo monsenhor Amorim, ajudado pelo cônego Polinca e pelos padres Teixeira, Colaço, Próspero, Guimarães e Pitta. Uma multidão lotou a igreja, onde a marcha fúnebre foi executada por uma banda militar. No dia anterior, na mesma igreja, havia sido celebrada uma missa na intenção de Gutierrez por Antônio Costa e Orlandina Aurora Rosani, que recebeu um terço dos bens do fotógrafo (O Paiz, 19 de agosto de 1897, na quarta coluna e 20 de agosto de 1897, na sexta coluna).

Fim da Guerra de Canudos, em 5 de outubro de 1897.

1898 – O ateliê fotográfico de Juan Gutierrez encontrava-se em processo de liquidação (O Paiz, 3 de janeiro de 1898, na última coluna). Havia uma disputa em torno do estabelecimento envolvendo Frederico Luiz da Costa, Alfredo Franco e Luis Musso ( O Paiz, 12 de fevereiro de 1898, na quarta coluna).

A Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro comprou o prédio da Gonçalves Dias, nº 40, onde havia funcionado o ateliê fotográfico de Gutierrez (O Paiz, 15 de junho de 1898, na quinta coluna).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Luiz Bianchi (1876 – 1943)

Cronologia do fotógrafo Luiz Bianchi (1876 – 1943)

 

 

1870 – 1879 – Luís Bianchi* nasceu, em 1º de novembro de 1876 , na Argentina. Era filho dos italianos Carlos e Carolina Bianchi, que motivados por brigas familiares imigraram para a Argentina. Algumas fontes informam que Luís teria nascido na Itália e registrado, meses depois, na Argentina. A pesquisadora Patricia Camera, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, dirimiu essa dúvida quando consultou o atestado de óbito do fotógrafo.

1880 – 1899 – Carlos Bianchi, seu pai, possuia um pequeno jornal em Buenos Aires, frequentado por ele. Luís passou um tempo no Exército. Luís teria aprendido o ofício de fotógrafo no período em que residiu na Argentina.

1900 – 1910 - No início do século XX, Luís Bianchi veio para o Brasil e começou sua trajetória profissional na Lapa, cidade do Paraná, como agricultor, mas não teve sucesso.

Ainda na Lapa, trabalhou com um fotógrafo alemão, entre 1906 e 1907, ano em que fotografou a pedra fundamental da Santa Casa de Misericórida de Ponta Grossa, inaugurada em 1913.

Foi contratado como fotógrafo pela Brasil Railway Company, empresa responsável pela construção da estrada de ferro na região.

Casou-se, em Curitiba, com Maria Thommen, de família suíça, e mudaram-se para Ponta Grossa, em torno de 1909, ano em que o casal Bianchi abriu uma loja de comércio de vários produtos, a Casa de Armarinho e Modas Thommen & Bianchi. A fotografia era uma ocupação paralela e o estabelecimento ficava na rua Fernandes Pinheiro.

1910 – 1919 –  Maria Thommen Bianchi tornou-se sua colaboradora e realizava os serviços de laboratório como revelação e retoques.

O casal teve quatro filhos, Rauly (1911 -1987), Fleury (19? -?), que se dedicou à cinematografia; Leonardo (19? – ?) e Raul, que morreu com pouco tempo de vida.

O ateliê Fotografia Bianchi foi formalizado como empresa, em 1913, e passou a funcionar na rua XV de Novembro, nº5. Na época, era a rua mais movimentada de Ponta Grossa.

1920 – 1939 – A Fotografia Bianchi permaneceu no novo endereço tendo sempre a sua frente Luís.

1940 – 1949 – Em fevereiro de 1943, a Fotografia Bianchi transferiu-se para na rua Sete de Setembro, nº 92, onde a família passou a morar.

Em 12 de abril de 1943, falecimento de Luís Bianchi, que foi sucedido por seu filho Rauly.

1950 – 1979 – Durante este período a Fotografia Boanchi foi dirigida por Rauly (1911 – 1987).

Em 1950, nascimento de Raul Bianchi (1949 – 2002), filho de Rauly e neto de Luís.

1980 – 1999 – Em 1987, falecimento de Rauly (1911 – 1987), que foi sucedido na Fotografia Bianchi por  seu filho Raul (1949 – 2002).

2000 – 2009 – A Fotografia Bianchi foi roubada em 26 de janeiro de 2001 e segundo Raul, seu proprietário na ocasião, foi perdida uma média de 90 mil reais em equipamentos e ele teria ficado “sem os dedos para trabalhar”.  No mesmo ano a loja foi fechada e vendida. Parte do acervo de negativos do ateliê foi vendido, em 30 de março de 2001, à Prefeitura Municipal de Ponta Grossa.

O acervo da Fotografia Bianchi, composto por cerca de 45 mil negativos em chapa de vidro e celulose flexível, assim como os cadernos de registo do estabelecimento, passam a ficar sob a responsabilidade da Casa da Memória Paraná/Fundação de Cultura.

Em 2002, falecimento de Raul Bianchi (1949 – 2002).

2010 – 2019 – Em 2014, o Museu Campos Gerais, inaugurado em Ponta Grossa, em 1983, realizou uma exposição com 20 registros de Luís Bianchi.

* Muitas vezes o nome do fotógrafo é escrito Luís, com s, mas a pesquisadora Patricia Camera, achou a marca dele “Luiz Bianchi” em alguns cartões de visita e postais.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Francisco du Bocage (1860 – 1919)

Cronologia de Francisco du Bocage (1860 – 1919) 

 

oproprio

Francisco du Bocage em primeiro plano. Fotografia de 1907 publicada na página 224 do livro Railways of Brazil in Postcards and Souvenir Albums (2005).

 

 

1860 –  Nascimento de Francisco du Bocage, em 14 de abril de 1860, em Portugal, filho de Albino José Pereira e Anna Maria de Oliveira Bocage.

1889 – Francisco du Bocage seria o diretor do curso noturno de Escrituração Mercantil e Línguas, em Salvador, na rua Conselheiro Pedro Luis, n. 38 (Diário do Povo, 15 de maio de 1889, na última coluna). Nesse ano, foi publicado no Almanach Literário um poema , de sua autoria de Francisco Bocage, intitulado “Chromo”. Seria o próprio fotógrafo ou um homônimo?

1892 – Francisco du Bocage chegou no Recife a bordo do vapor nacional Olinda, vindo do sul do Brasil (Diário de Pernambuco, 17 de fevereiro de 1892, na segunda coluna).

No ateliê do fotógrafo, pintor, escultor, músico, colecionador e antiquário Alfredo Ducasble (18? – ?), localizado na rua Barão da Vitória, nº 65, no Recife, Bocage expôs chapéus e capotas (Diário de Pernambuco, 24 de fevereiro de 1892, quarta coluna e Jornal do Recife, 24 de fevereiro de 1892, terceira coluna).

 

 

1894 – Francisco du Bocage declarou, em 11 de janeiro de 1894, a compra da oficina de chapéus para senhoras e crianças do sr. A. Damour, localizada na rua da Imperatriz, 31, que passaria a ser dirigida  pela modista A. du Bocage, sua esposa, Anna. Qualquer reclamação a fazer sobre venda e compra da dita oficina deverá ser dirigida ao signatário deste até o dia 20 do corrente mês, sob pena de nenhum efeito (Diário de Pernambuco, 14 de janeiro de 1894, na terceira coluna).

Nascimento da primeira filha do casal, Beatriz Augusta du Bocage, em 2 de agosto de 1894.

Produziu uma fotografia do cruzador Benjamin Constant, quando o navio esteve no Recife (Jornal do Recife, 13 de setembro de 1894, na sexta coluna).

Diário de Pernambuco agradeceu o oferecimento feito por Bocage de três esplêndidas fotografias de sua autoria (Diário de Pernambuco, 29 de setembro de 1894, quarta coluna).

 

 

Bocage, do Centro Fotográfico Pernambucano, voltou a presentear o Diário de Pernambuco, dessa vez com duas belíssimas fotografias com cenas movimentadas, tomadas rapidamente, instantaneamente. São ambas de admirável perfeição e dão a exata medida não só da excelência do aparelho fotográfico empregado, mas também da habilidade do operador (Diário de Pernambuco, 17 de outubro de 1894, na quarta coluna).

1895 – Ofereceu ao Jornal do Recife uma fotografia de sua autoria. No agradecimento do jornal, foi saudado como um hábil fotógrafo português (Jornal do Recife, 14 de março de 1895, na quarta coluna).

Bocage colocou à venda retratos de Manoel Ferreira de Assumpção, assassino de Maria Joaquina, personagem de um crime de esquartejamento ocorrido em Pernambuco.

Ofereceu ao Jornal do Recife, fotografias da parte externa do Colégio Salesiano (Jornal do Recife, 4 de julho de 1895, na quinta coluna).

Fotografou a Estrada de Ferro Central de Pernambuco, durante uma visita que várias autoridades e engenheiros fizeram a Caruaru quando os trilhos chegaram à referida cidade (Jornal do Recife, 3 de agosto de 1895, na sétima coluna).

1896 – Foi anunciada a conclusão e a abertura ao público do ateliê da Empresa Centro Artístico Fotográfico, na rua da Imperatriz, 31, sob a direção técnica de Bocage (Jornal do Recife, 5 de janeiro de 1896, na sétima coluna).

 

 

A Recebedoria do Estado de Pernambuco deferiu um pedido de Bocage (Diário de Pernambuco, 21 de abril de 1896,  primeira coluna).

Bocage fotografou sua filha Beatriz com um chapéu formado pelo Jornal do Recife. O registro foi classificado pelo periódico como um esplêndido reclame (Jornal do Recife, 4 de junho de 1896, quarta coluna).

Nascimento de sua filha, Dinah du Bocage, em 12 de junho de 1896.

No mesmo endereço do ateliê da Empresa Centro Artístico Fotográfico, na rua da Imperatriz, 31, Anna du Bocage continuava a modernizar chapéus e capotas, cingindo-se às prescrições dos mais rigorosos figurinos (Jornal do Recife, de outubro de 1896, última coluna). O anúncio é publicado outras vezes ao longo do ano e também em janeiro do ano seguinte.

1898 – Bocage havia importado da França envelopes, cartões, chaminés de vidro e obras de cobre (Jornal do Recife, 21 de abril de 1898, segunda coluna e Diário de Pernambuco, 30 de abril de 1898, última coluna).

Nascimento de seu filho, George.

1899 – Bocage estava listado como um dos devedores do imposto das casas comerciais do Recife, no endereço rua da Imperatriz, 31 (Diário de Pernambuco, 3 de julho de 1899, segunda coluna).

1901 – Bocage estava listado como um dos devedores do imposto de bombeiros das casas comerciais do Recife. Seu endereço era ainda rua da Imperatriz, 31 (Jornal do Recife, 3 de janeiro de 1901, quinta coluna).

1904 – O British Colony Photo Club anunciou que tinha uma carta endereçada a Francisco du Bocage, na rua do Apolo, n. 42 (A Província, 12 de março de 1904, primeira coluna).

Bocage fotografou a inauguração do Asilo Magalhães Bastos, na Várzea, no Recife (Jornal Pequeno, 27 de junho de 1904, segunda coluna).

Em Igarassu, Bocage fotografou a inauguração de uma fábrica de cimento da firma Cunha & C. Segundo a notícia, era a primeira fábrica do gênero a funcionar no Brasil (A Província, 17 de novembro de 1904, última coluna).

Foi noticiado que Bocage deu de presente ao jornal A Província uma fotografia da fábrica de cimento São José, em Maria Farinha, e outra da construção do quarto fio telegráfico para Olinda. Na época, o fotógrafo residia na rua Hospital Pedro II, n.5 (A Província, 29 de novembro de 1905, sexta coluna).

1905 – Fotografou a visita de oficiais da canhoneira portuguesa Pátria ao Recife (Diário de Pernambuco, 29 de agosto de 1905, última colunaDiário de Pernambuco, 30 de agosto de 1905, sexta coluna e Jornal do Recife, 30 de agosto de 1905,  última coluna).

Bocage retratou os convidados para o piquenique dos alunos do Colégio 7 de setembro, realizado no engenho Valha-me Deus. Na ocasião, o futuro magnata das comunicações no Brasil, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892 – 1968), e seu irmão, Oswaldo, recitaram poesias. Seu pai, o sr. Francisco José Chateaubriand Bandeira de Mello, presentou o Jornal do Recife com uma das fotografias do piquenique produzida por Bocage (Jornal do Recife, 10 de setembro de 1905, primeira coluna e Jornal do Recife, 28 de outubro de 1905, última coluna).

1906 - Bocage fotografou a visita do presidente da República eleito Afonso Pena (1847 – 1909) a Carpina, em Pernambuco (A Província, 8 de junho de 1906, sexta coluna).

Era o correspondente em Pernambuco do periódico Jornal do Brasil e da Revista da Semana, ambos do Rio de Janeiro.

Ofertou ao jornal A Província duas fotografias de sua autoria da chegada de Joaquim Nabuco (1849 – 1910) no Recife (A Província, 19 de julho de 1906, quarta coluna).

 

 

Anna Luiza Bocage, esposa de Francisco, foi distinguida com a carta de assistente pelo Hospital Pedro II por ter sido aprovada no curso de obstetrícia (A Província, 26 de novembro de 1906, quinta coluna).

O postal abaixo, publicado no site www.delcampe.net, tem sua produção atribuída a Francisco du Bocage, em 1906. Traz uma imagem do próprio no ato de fotografar.

 

cartao postal

 

1907 – Foram anunciados os serviços da parteira alemã, Mme. A. Luise Hurst du Bocage. Pouco depois, foi anunciada a transferência de sua residência para a rua da Imperatriz, 31. Antes, residia na rua Hospital Pedro II, n. 5 (A Província , 27 de novembro de 1906, segunda coluna). Ainda em 1907, foi anunciada sua nova residência na rua do Dr. Rosa e Silva, 31.  A. Luise Hurst du Bocage é Anna du Bocage, mulher de Francisco (Jornal do Recife, 26 de janeiro de 1907, sexta coluna, Jornal do Recife, 8 de março de 1907, quinta coluna e Jornal do Recife, 12 de março, primeira coluna).

Bocage anunciou seus serviços de massagem e de ginástica médica sueca diversas vezes ao longo de 1907 (Jornal do Recife, 5 de abril de 1907, terceira coluna).

 

 

No anúncio veiculado pelo Jornal do Recife, 4 de julho de 1907, terceira coluna, Bocage explicava seu trabalho como massagista e dos métodos que utilizava em seus exercícios físicos, além de apresentar Mme du Bocage como parteira e massagista.

 

 

 

1908 – Chegou à Alfândega do Recife, proveniente de Hamburgo, na Alemanha, no vapor alemão San Nicola, aparelhos fotográficos importados por Bocage (Diário de Pernambuco, 31 de março de 1908, terceira coluna).

No vapor brasileiro Bahia, chegaram, de novo de Hamburgo, artigos fotográficos para Bocage (Diário de Pernambuco, 26 de julho de 1908, terceira coluna).

Bocage possuía produtos em armazéns da Alfândega do Recife (Jornal do Recife, 8 de agosto de 1908, terceira coluna).

No Recife, Bocage registrou o plantio de aglaias na rua Camarão, obedecendo ao plano traçado pelo ilustre doutor Archimedes de Oliveira, prefeito desta capital  para o embelezamento desta cidade (Diário de Pernambuco, 19 de setembro de 1908, quarta coluna).

1909 – Bocage fotografou a festa realizada pelo Instituto de Proteção à Infância (A Província, 26 de janeiro de 1909,  quinta coluna).

Chegaram ao porto do Recife, a bordo do vapor alemão Corrientes, proveniente de Nova York, placas fotográficas importadas por Bocage (Diário de Pernambuco, 4 de fevereiro de 1908, quinta coluna).

O escriturário Lacerda de Almeida, da Recebedoria do Estado, cientificou ao sr. F. du Bocage, a rua do dr. Rosa e Silva n. 31 a coleta de um imposto no valor de 200$000 (Diário de Pernambuco, 26 de fevereiro de 1909, sexta coluna).

Chegaram ao porto do Recife, provenientes de Hamburgo, na Alemanha, a bordo do vapor alemão Etruria, quatro caixas de artigo para farmácia importadas por Bocage (Diário de Pernambuco, 7 de abril de 1909, terceira coluna).

No vapor alemão Petrópolis, vindo de Hamburgo, na Alemanha, chegaram no porto de Recife 4 caixas de material fotográfico importados por Bocage (Diário de Pernambuco, 24 de julho de 1909, quinta coluna).

Bocage foi um dos autores do serviço fotográfico do Álbum de Pernambuco, organizado pelo jornalista Manuel Monteiro, cuja impressão ficou a cargo da casa do comendador Francisco Pastor. Os outros fotógrafos foram Manoel Tondella, Fernando Piereck, João José de Oliveira, Umbelino Silva, Mario Ribeiro e Luiz Santiago (Diário de Pernambuco, 24 de agosto de 1909, última coluna e Jornal Pequeno, 24 de agosto de 1909, última coluna).

 

 

No vapor alemão São Paulo, chegada de material fotográfico, importado de Hamburgo por Bocage (Diário de Pernambuco, 4 de novembro de 1909, quarta coluna).

Foram enterradas no Cemitério de Santo Amaro, com um intervalo de 9 dias, Beatriz Bocage, de 15 anos, e Carmen du Bocage, de 16 anos. A Brasiliana Fotográfica acredita que, provavelmente, elas eram filhas de Anna e Francisco du Bocage (A Província, 25 de novembro de 1909, segunda coluna A Província, 30 de novembro de 1909, segunda coluna).

1910 – Bocage continuava a importar artigos fotográficos (Diário de Pernambuco19 de fevereiro de 1910, quarta coluna;  10 de março de 1910, na quinta coluna; 7 de maio, quinta coluna; 5 de junho, quarta coluna;17 de setembro, quarta coluna; 5 de outubro, sexta coluna).

1911 – A administração dos Correios publicou que Anna e Francisco du Bocage estavam na relação de pessoas que haviam autorizado a entrega de suas correspondências registradas (Jornal do Recife, 21 de julho de 1911, terceira coluna).

Durante o ano, Bocage seguiu fazendo importações de artigos fotográficos (Diário de Pernambuco28 de maio de 1911, quarta coluna7 de julho, sétima coluna8 de junho, terceira coluna8 de agosto, quinta coluna22 de agosto, quarta coluna; e 20 de outubro, quarta coluna).

Bocage utilizava em seu estabelecimento, a Photographia Industrial e Artística, os filmes Ensign, considerado por ele como superior a qualquer outro (A Província, 14 de setembro de 1911, quarta coluna).

Bocage fotografou a chegada do general Emidio Dantas Barreto (1850 – 1931), futuro governador de Pernambuco, no Recife (A Província, 14 de outubro de 1911, terceira coluna).

1912 – Embarcou no vapor Ilheus rumo a Aracaju, de onde retornou, no vapor Canavieiras (Jornal do Recife, 11 de março de 1912, última coluna, e Jornal do Recife, 23 de março de 1912, última coluna).

A família Porto Carrero fez uma agradecimento a algumas pessoas, dentre elas, Anna du Bocage, pelos cuidados, dedicação e carinho que havia tido com Maria Emilia Uchoa Porto Carrero  (Jornal do Recife, 5 de maio de 1912, quinta coluna).

Francisco du Bocage ofereceu à Biblioteca da Escola Regimental da Força Pública do Estado um grande número de obras de subido valor (Jornal do Recife, 3 de setembro de 1912, sexta coluna).

Chegaram no Recife, a bordo do vapor alemão Queen Eleonora, vindo de Hamburgo, três caixas de material fotográfico importados por Bocage (Jornal do Recife, 20 de novembro de 1912, terceira coluna). Uma caixa de papel fotográfico chegou para ele em um vapor alemão, vindo de Nova York (Jornal do Recife, 9 de dezembro de 1912, quarta coluna).

Bocage fotografou a festa de encerramento das aulas da Escola de Aprendizes Marinheiros (Jornal do Recife, 19 de dezembro de 1912, oitava coluna)

1913 – Seguiam as importações de artigos fotográficos feitas por Bocage (Diário de Pernambuco, 30 de março, quinta coluna).

Embarcou no vapor Pará, rumo a Natal (Diário de Pernambuco, 29 de abril de 1913, última coluna).

Bocage fez o brinde ao dr. Gouveia de Barros, diretor de Higiene do Recife, após uma visita às obras do Matadouro de Peixinhos (Jornal do Recife, 2 de novembro de 1913, segunda coluna).

Seu nome constava em um despacho da prefeitura do Recife (Jornal do Recife, 5 de novembro de 1913, quarta  coluna).

1914 - Bocage foi contratado pelo Jockey Club para registrar as chegadas dos cavalos no fim de cada páreo e, no caso de dúvidas sobre algum resultado, revelar a chapa imediatamente (Jornal do Recife, 19 de abril de 1914, na última coluna).

Anna du Bocage e George, filho do casal Bocage, embarcaram para Bremen, na Alemanha, no vapor alemão Erlangen (Jornal do Recife, 12 de julho de 1914, segunda coluna).

O outro filho do casal Bocage, Daniel, tornou-se conselheiro do recém fundado Riachuelo Football Club (Diário de Pernambuco, 26 de julho de 1914, terceira coluna). Ele estudava no Ginásio Ayres Gama (Diário de Pernambuco, 22 de novembro de 1914, quinta coluna).

1915 – Chegou no Recife, a bordo do vapor inglês Justin, vindo de Nova York, artigos fotográficos, envelopes e produtos químicos para fotografia, importados por Bocage (Jornal do Recife, 2 de julho de 1915, sexta coluna). Dias depois, chegada de papel fotográfico, também importado por ele, vindo de Liverpool, a bordo do vapor inglês Southampton (Jornal do Recife, 25 de julho de 1915, quinta coluna).

Bocage foi convidado a comparecer na 1ª seção dos Correios (Diário de Pernambuco, 24 de novembro, quarta coluna).

Bocage partiu para a Bahia no vapor Olinda e retornou para o Recife no vapor Itapura (A Província, 4 de novembro de 2015, quarta coluna; e Jornal do Recife, 13 de dezembro de 1915, quarta coluna).

1916 - Bocage foi e voltou à Bahia, no vapor Itatinga (A Província, 15 de maio de 1916, primeira coluna; e Jornal do Recife, 28 de agosto de 1916, quarta coluna).

O ministro da Fazenda negou provimento ao recurso ex-oficio interposto pelo Delegado Fiscal de Pernambuco, do seu ato, julgando improcedente o auto lavrado contra Francisco du Bocage, por infração do regulamento dos impostos de consumo (Jornal do Commercio, 6 de junho de 1916, sétima coluna).

1917 – George, filho de Bocage e Anna,  voltou da Europa, a bordo do vapor holandês Hollandia (Jornal do Recife, 5 de janeiro de 1917, primeira coluna).

De volta de uma viagem a Bezerros, Bocage foi saudado como distinto fotógrafo (Diário de Pernambuco, 20 de maio de 1917, primeira coluna).

Acessórios fotográficos e medicamentos importados por Bocage chegaram no Recife a bordo do vapor brasileiro Tapajós, vindo de Nova York (Diário de Pernambuco, 14 de março, terceira coluna e Jornal do Recife, 17 de março de 1917, quarta coluna).

Foi anunciado pela Casa du Bocage, na rua Imperatriz, n. 31, a produção de retratos pelo sistema fotomecânico, perfeitos e inalteráveis…únicos e a preços baratíssimos. O anúncio foi repetido diversas vezes ao longo do ano, mas a partir de julho, o endereço passou a ser rua Imperatriz, n. 13 (Jornal Pequeno, 7 de abril de 1917, primeira coluna e Jornal Pequeno, 5 de julho de 1917, quarta coluna).

Bocage fez uma exposição fotográfica muito elogiada com o tema Maternidade: Pernambuco pode apresentar  Bocage como um grande artista e seus belos trabalhos fotográficos honram qualquer galeria e podem figurar em qualquer certame artístico (A Província, 27 de julho de 1917, primeira coluna).

 

 

1918 – Com o título “Photographia Industrial”, Bocage anunciou não autorizar ninguém a fazer dívidas em seu nome (Diário de Pernambuco, 21 de janeiro de 1918, primeira coluna).

Bocage chegou do Maranhão a bordo do vapor Cururupu (Diário de Pernambuco, 24 de agosto de 1918, segunda coluna).

Após uma viagem ao norte do Brasil, Bocage anunciou o recomeço de seus trabalhos fotográficos, na rua da Imperatriz, 121 (Jornal do Recife, 1º de setembro de 1918, terceira coluna). Dias depois, veiculou uma propaganda de seu estúdio fotográfico (Jornal do Recife de 6 de setembro de 1918).

 

 

1919 – Chegada de material fotográfico importado por Bocage, no vapor inglês Somme, vindo de Londres (Jornal do Recife, 4 de outubro de 1919, terceira coluna).

George du Bocage, filho de Francisco e Anna, estava na relação dos alistados para o serviço militar da cidade do Recife (Diário de Pernambuco, 8 de outubro de 1919, terceira coluna).

Francisco du Bocage faleceu, em 22 de outubro de 1919, na cidade de Bezerros, onde se achava em tratamento de grave enfermidade e onde foi enterrado. Sua esposa, Anna du Bocage, declarou que continuava no mesmo ramo de negócios de seu falecido marido, Francisco du Bocage, à rua da Imperatriz, 121, dedicando-se especialmente ao serviço de amadores postais, vistas, etc, esperando a mesma confiança e boa vontade da parte de seus estimado fregueses ( Jornal Pequeno, 24 de outubro de 1919, terceira coluna; A Rua, 25 de outubro de 1919, quinta coluna; e Jornal do Recife, 26 de outubro de 1919, quarta e sexta colunas).

 

 

 

 

A Casa Bocage anunciou a venda de iluminação à gasolina e de material fotográfico (Diário de Pernambuco30 de outubro, na terceira coluna; e 31 de outubro, primeira coluna).

Seu filho, George, tornou-se o proprietário da Casa Bocage (Jornal do Recife, 28 de dezembro de 1919, terceira coluna).

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Albert Richard Dietze (1838-1906)

Cronologia de Albert Richard Dietze (1838-1906)

 

concertina

Albert Richard Dietze. Alberto Richard Dietze tocando concertina, c. 1879 / Acervo de Dolores Bucher

1838 – Nascimento de Albert Richard Dietze em Kaja, na Saxônia, em 29 de dezembro.

1858 – Alistou-se, em 1º de outubro, para servir no 12º Regimento de soldados do rei, em Magdebourg.

1862 / 1868 – Dietze chegou ao Brasil, em 1862. Era fotógrafo, músico e já havia cursado Agronomia em seu país. Veio para o Brasil, atraído, provavelmente, pelas facilidades concedidas pelo governo imperial brasileiro para imigrantes como, por exemplo, adquirir lotes de terras devolutas nas incipientes colônias de imigração do país. Passou alguns meses em Santa Catarina e depois veio para o Rio de Janeiro, onde durante cerca de quatorze meses trabalhou com o francês Auguste François Marie Glaziou (1833-1906), no Jardim Botânico da cidade. Posteriormente, abriu um estabelecimento denominado Photographia Allemã, e passou a fotografar imigrantes ilustres, aproveitando sua experiência na Alemanha como retratista de membros da elite, inclusive, segundo a pesquisadora e crítica de arte Almerinda da Silva Lopes, do próprio imperador alemão Guilherme I (1797 – 1888). Passou a viajar pelo interior do Rio de Janeiro e pelo Espírito Santo.

1869 – No Espírito Santo, estabeleceu-se, inicialmente, em Vitória, possivelmente logo após ter sido nomeado agente consular da Alemanha. Entre este ano e 1878, registrou fotograficamente o início da colonização do Espírito Santo por seus compatriotas.

1870 – Durante a década de 1870, fixou-se em Santa Leopoldina.

Sua chegada em Cachoeira do Itapemirim foi noticiada e ele foi identificado como Ricardo A. Dietz (O Estandarte, de 20 de março de 1870, terceira coluna).  No O Estandarte, de 3 de abril de 1870, ofereceu seus serviços de fotógrafo, e no O Estandarte, de 27 de abril de 1870, anunciou sua iminente partida e cobrou dívidas de seus clientes. No mesmo ano, leiloou várias fotos de sua autoria para ajudar feridos, irmãos, viúvas e órfãos de alemães que haviam morrido na guerra contra os franceses (O Espirito-santense, de 24 de novembro de 1870, sob o título “Aos Alemmães”).

1873 – Promoveu uma exposição com um “Viantoscopo”, em Vitória (Espirito-santense, de 22 de maio de 1873), e, em 12 de outubro de 1873, casou-se com Frederica Cristina Henrietta Sacht (? – 28/3/1908), com quem teve 9 filhos: Anna, Ricardo, Alberto, Maria, Gustavo, Charlotte, Otto, Pauline e Emma.

1876 – Anunciou a abertura de seu estabelecimento fotográfico, na rua General Osório, 22, em Vitória (O Espirito-santense, 7 de março de 1876, sob o título “Photographo”). Posteriormente, diversificou suas atividades e tornou-se também comerciante de secos e molhados, brinquedos e instrumentos musicais importados da Alemanha, além de produtor e exportador de café.

1877 – Como um dos líderes de sua comunidade, foi nomeado para integrar a comissão que viria a elaborar o estatuto de uma associação auxiliar entre os colonos de Santa Leopoldina (Correio Paulista, de 17 de janeiro de 1877).

1883 – Dietze recebeu um prêmio, o grande diploma do mérito, em Berlim (O Horizonte, de 12 de maio de 1883, na primeira coluna sob o título “Exposição Brazileira em Berlim”). Enviou para a Sociedade de Geografia de Lisboa no Rio de Janeiro fotografias de paisagens e de um grupo de índios botocudos (A Provincia do Espirito Santo, de 15 de dezembro de 1883, sob o título “Offerta”, na quarta coluna).

1884  Em 30 de março de 1884, escreveu na primeira página do jornal A Provincia do Espirito Santo, sob o título “À Praça”, defendendo-se de ataques contra sua honestidade e fazendo cobranças.

1885 – Em 1º de outubro, cidadãos protestaram contra a decisão de Dietze em relação a uma mudança no trânsito (A Provincia do Espirito Santo, de 1º de outubro de 1885, primeira coluna sob o título “Santa Leopoldina”). Ele respondeu no mesmo jornal em 13 de outubro de 1885.

1886 – Envolveu-se também em assuntos relativos à educação, tendo criado e mantido uma escola para o ensino de português e alemão (O Espirito-santense,de 13 de fevereiro de 1886, na quarta coluna). Convidou um professor alemão para lecionar para os filhos dos colonos (O Espirito-santense, de 23 de janeiro de 1886, sob o título “Professor Allemão” e de 7 de abril do mesmo ano, na primeira coluna). Também foi o fundador e diretor de uma orquestra familiar e participou ativamente da vida social de Santa Leopoldina.

1888 –  É noticiado que ele estava organizando um álbum fotográfico com vistas do Espírito Santo e foi mencionado o prêmio que ele havia recebido em Berlim (O Espirito-santense, de 7 de outubro de 1888). 

1897 – Ao que parece, Dietze nunca deixou de se dedicar à fotografia e à sua comunidade: fotografou e deu uma festa por ocasião da inauguração de uma ponte em Santa Leopoldina(O Estado do Espirito Santo, 24 de julho de 1897, na última coluna).

1900 - Anunciou a venda de fotografias e de cartões postais (O Cachoeirano, de 4 de novembro de 1900, primeira coluna);

1901 - O jornal O Estado do Espírito Santo agradeceu a oferta de cartões-postais feita por Dietze ao periódico (Estado do Espirito Santo, 6 de junho de 1901).

1906 – Faleceu, em Santa Leopoldina, em 24 de agosto, de parada cardíaca.

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Alfredo Ducasble (18? – 19?)

Cronologia de Alfredo Ducasble (18? – 19?)

 

1873 – J. A. Ducasble teria chegado em Pernambuco vindo da Europa no vapor Rio Grande (Diário de Pernambuco, 11 de março de 1873, terceira coluna).

1874 – No Recife, A. Ducasble, sua mulher e três filhos embarcaram rumo ao sul do país, no vapor inglês Illimani (A Província – Órgão do Partido Liberal, 27 de janeiro de 1874, primeira coluna).

No Rio de Janeiro, João Alfredo Ducasble, sua senhora e um filho embarcaram no vapor Pará rumo a Pernambuco (Jornal do Commercio, 20 de junho de 1874).

Foi anunciado que Ducasble era consertador de máquinas de costura e que a modista Madame Ducasble havia chegado da corte e convidava as senhoras que desejassem vestir-se elegantemente para a visitarem na rua da Imperatriz, nº 8, mesmo local onde Ducasble atendia (Jornal de Recife, 9 de julho e 13 de julho de 1874).

 

 

 

Foi publicado um anúncio de Ducasble oferecendo aulas de caligrafia e de francês no primeiro andar da rua da Imperatriz, nº 1, onde sua esposa tinha um estabelecimento de moda (Jornal de Recife6 de agosto e 11 de agosto de 1874).

 

 

1875 – João Alfredo Ducasble trabalhava como desenhista na Repartição das Obras de Conservação dos Portos da Província (Almanak Administrativo, Mercantil, Industrial e Agrícola (PE), 1875).

Sua esposa, a modista Urraca Ducasble (18? – 1893), participava a mudança de seu estabelecimento de moda para a rua Barão da Vitória, 52, no 1º andar, a partir do dia 12 de julho de 1875 (A Província – Órgão do Partido Liberal, 11 de julho de 1875). Dois anos depois, mudou-se para o número 65 da mesma rua.

1876 - Vindo no navio Rio Grande, o francês Alfred Ducasble, chegou ao Rio de Janeiro (Diário do Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1876, quinta coluna).

1877 - Foi publicado um anúncio onde Ducasble oferecia-se para fazer qualquer levantamento em plantas de engenho, nivelamentos, projetos de casas de campo, chalés e qualquer desenho de arquitetura, mecânico e topográfico (Jornal de Recife, 18 de abril de 1877, quinta coluna). Continuava lecionando caligrafia e desenho em colégios, em casas particulares e em sua casa (Jornal de Recife, 23 de abril de 1877, terceira coluna). Mudou-se para a Rua Barão da Vitória (ex- rua Nova), nº 65, 1º andar (Jornal de Recife, 16 de outubro de 1877, quarta coluna).

Ducasble participou de uma celebração na Escola Filotécnica (Jornal de Recife, 16 de novembro de 1877, quarta coluna).

Imprimiu o Curso Prático de Caligrafia, de sua autoria, aprovado pelo Conselho Superior de Instrução Pública de Pernambuco (Jornal de Recife, 28 de novembro de 1877, última coluna).

1878 - Durante uma reunião do Conselho de Instrução Pública da província da Bahia, foi lido um ofício mandando informar o requerimento de Alfred Ducasble, que se propõe a ensinar em 30 lições a caligrafia nas escolas, nos dois externatos e aos professores públicos, e oferece à venda por 1$500 réis cada exemplar da coleção de seus traslados. A venda não foi realizada (O Monitor, 28 de abril de 1878, terceira coluna e O Monitor, 18 de junho de 1878, sexta coluna).

Em Salvador, Alfredo Ducasble embarcou no vapor francês Niger rumo ao Recife (O Monitor, 20 de junho de 1878, quarta coluna e A Província – Órgão do Partido Liberal, de 1878, 20 de junho de 1878, segunda coluna).

Anunciou seus serviços como professor de caligrafia e de desenho, estabelecendo curtos prazos para ensinar as matérias (Jornal de Recife, 5 de julho de 1878, quinta coluna).

 

No fim dessa década, provavelmente, o alemão Rodolpho Frederico Francisco Lindemann (1852 – 19?)  trabalhava como fotógrafo junto a Alfredo Ducasble.

1880 – Anunciou a realização de Retratos Inalteráveis na Photographia Parisiense pelo processo de cromotipia, na rua Barão da Vitória, 65.

 

 

Em 1º de março, anunciou-se que na Photographia Parisiense, de Alfredo Ducasble & C., fazia-se retratos de pessoas falecidas, de grupos, retratos em domicílio e de paisagens e por todos os sistemas mais modernos. A dúzia de retratos custava 5 $ (Jornal de Recife, 1º de março de 1880).

1881 - Teria pretendido estender sua atuação para a Paraíba onde seria seu representante ou sócio Manoel Bezerra de Mello.

No Liceu de Artes e Ofícios do Recife, Ducasble era professor de caligrafia e de desenho linear. Doou para a biblioteca da instituição 10 exemplares de seu livro Curso de Caligrafia (Diário de Pernambuco, 18 de fevereiro de 1881, segunda coluna e Diário de Pernambuco, 22 de março de 1881, segunda coluna).

Exposição, no estabelecimento fotográfico de M. Alfred Ducasble , que de dia em dia vem caminhando num progresso rápido a ponto de já ser o primeiro da província, de dois quadros do pintor paraibano Aurélio de Figueiredo (1856 – 1916), Saudade e Melancolia (Diário de Pernambuco, 19 de abril de 1881, primeira coluna). Meses depois, por motivos de saúde, o pintor foi para a Paraíba e deixou como contato no Recife a Galeria Ducasble (Diário de Pernambuco, 8 de setembro de 1881, quarta coluna).

Participou da Exposição da Indústria Nacional e da Exposição Provincial de Pernambuco provavelmente com fotografias. Na última conquistou a medalha de mérito.

1882 – Participou da Primeira Exposição Artístico-Industrial promovida pela Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais de Pernambuco e conquistou uma medalha de mérito pelos retratos de seu estabelecimento fotográfico. Alberto Henschel (1827 – 1882) também recebeu uma medalha de mérito pelas vistas fotográficas que expôs (Diário de Pernambuco, 17 de janeiro de 1882, segunda coluna e Jornal de Recife, 22 de janeiro de 1882, última coluna).

Uma menina de cor preta com aproximadamente 10 anos chamada Josefa foi abandonada na casa do casal Ducasble (Diário de Pernambuco, 14 de março de 1882, quinta coluna).

Ducasble foi laureado com o primeiro prêmio na Exposição Artístico-Industrial do Rio de Janeiro (Jornal de Recife, 14 de maio de 1884, última coluna).

Ducasble doou livros para a Biblioteca do Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco, inaugurada em 11 de dezembro de 1881 e aberta em 10 de abril de 1882 (Jornal de Recife, 4 de maio de 1882, penúltima coluna).

Fazia parte da comissão do Club Abolicionista encarregada de angariar donativos no bairro de Santo Antônio, no Recife (Jornal do Recife, 13 de junho de 1882, penúltima coluna).

Integrava o comitê nomeado pelo Consulado da França para organizar a Festa Nacional de 14 de julho (Jornal de Recife, 28 de junho de 1882, quinta coluna). Foi elogiado pelo trabalho verdadeiramente artístico - uma miniatura que foi ofertada aos participantes da festa (Jornal de Recife, de 16 de julho de 1882, penúltima coluna).

Na comemoração dos 41 anos da Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais de Pernambuco, foi realizada uma exposição com quatro salas. A primeira sala, que era a principal, denominada Galeria Ducasble apresentava um quadro de fotografias produzidas por Ducasble, quadros a óleo do paraibano Aurélio de Figueiredo (1856 – 1916), do francês radicado em Pernambuco  Eugène Lassailly (18? – 19?) e do pernambucano José Jerônimo Telles Júnior (1851 – 1914), além de trabalhos a crayon de Benevenuto Cabral e estudos, também a crayon, de Maria Tasso (Jornal do Recife, 19 de dezembro de 1882, quinta coluna).

1883 – Fotografias porcelana produzidas por Ducasble eram um dos prêmios oferecidos em um sorteio da Livraria e Papelaria de G. Laporte & C. (Jornal de Recife, 4 de fevereiro de 1883, quinta coluna).

Ducasble partiu para a Europa a bordo do vapor inglês La Plata (Diário de Pernambuco, 16 de fevereiro de 1883, segunda coluna).

Na Galeria Ducasble, exposição de um quadro pintado por Leopoldino de Faria (1836 – 1911), retratando o diretor do Arsenal de Marinha (Jornal de Recife, 8 de junho de 1882, penúltima coluna).

Ducasble chegou da Europa a bordo do vapor francês Gironde (Jornal de Recife, 5 de agosto de 1883, última coluna). Publicou que retomava a direção de seu estabelecimento e que estava recuperado de seus incômodos. Informava que havia visitado os melhores estabelecimentos das principais cidades europeias, onde havia praticado com grandes mestres de fotografia e pintura. Anunciou ter trazido modernos equipamentos e que havia se dedicado ao estudo dos processos instantâneos podendo tirar facilmente o retrato de toda e qualquer criança com expressão e semelhança (Jornal de Recife, 10 de agosto de 1883, quinta coluna).

 

 

O pintor francês Lassaily havia chegado da França e anunciava que quem precisasse de seus serviços poderia procurá-lo na Photographia Parisienne (Jornal de Recife, 13 de novembro de 1883, última coluna).

Ducasble anunciou que o quadro dos bachareis do 5º ano encontrava-se em sua galeria e que até o fim do mês receberia o pagamento da segunda prestação (Jornal de Recife, 17 de novembro de 1883, terceira coluna).

1884 - Anúncio da Galeria Ducasble informava que a partir de qualquer fotografia produzia retratos a óleo, crayon e nanquim (Jornal de Recife, 9 de maio de 1884).

Ele, Menna da Costa e Hermina Costa formavam a comissão da Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais para arrecadação dos impostos devidos por fotógrafos e retratistas (Jornal de Recife, 11 de julho de 1884, última coluna).

Ducasble fez a importação de espelhos, que chegaram no vapor francês Ville de Pernambuco (Jornal de Recife, 11 de julho de 1884, segunda coluna). Ao longo do ano foram noticiadas outras importações.

Na Galeria Ducasble, exposição de um belo retrato a óleo feito na Europa de Laurentino José de Miranda, que iria ornar a sala de sessões da Companhia de Ferrovia de Olinda (Diário de Pernambuco, 16 de maio de 1884). Exposição também de um bonito retrato a óleo do conselheiro Theodoro Machado Freire Pereira da Silva, que seria levado para o salão de honra da Câmara Municipal do Recife (Jornal de Recife, 14 de setembro de 1884, quarta coluna).

 

 

1885 – Estavam expostos na Galeria Ducasble os retratos a óleo dos advogados José Mariano Carneiro da Cunha (1850 – 1912) e Félix de Valois Correia (18? – 19?), encomendados pela Imperial Sociedade de Artistas Mecânicos e Liberais em homenagem aos serviços prestados por eles. Seriam colocados no salão de honra da referida instituição no dia do aniversário da mesma, em 18 de janeiro (Jornal de Recife, 14 de janeiro de 1885, quarta coluna).

Publicou um anúncio intitulado Antiguidades, onde anunciava interesse na compra de objetos antigos como sejam: pratos, cadeiras de sofá, vasos e candelabros de bronze, pinturas antigas e modernas e qualquer objeto artístico (Jornal de Recife, 25 de fevereiro de 1885, sexta coluna e Diário de Pernambuco, 6 de março de 1885). Esse anúncio foi publicado várias vezes ao longo do ano.

 

 

Participou da Exposição Internacional de Antuérpia, realizada entre 2 de maio e 2 de novembro de 1885, e ganhou o diploma de medalha de prata na Classe 7 – Fotografias e seus aparelhos (Diário de Pernambuco, 29 de outubro de 1885, terceira coluna e Jornal de Recife, 7 de abril de 1887, quinta coluna).

A carta geral do Brasil assim como outra da província de São Paulo não deixam nada a desejar como gravura topográfica. Saíram das oficinas dos senhores Paul Robin & O, do Rio de Janeiro que obtiveram por seus trabalhos uma medalha de prata; a mesma recompensa foi atribuída aos senhores Marc Ferrez e Ducasbles por suas belas fotografias’ (Anvers à l´Exposition Universelle, 1886).

A exposição de uma reprodução do quadro Sono de antíope, do pintor renascentista Correggio (c. 1439 – 1534), na Galeria Ducasble, causou polêmica por ser considerado imoral por parte do público e por essa causa deixou de frequentar o estabelecimento. O advogado e ex-presidente das províncias do Piauí, do Ceará e de Pernambuco Diogo Cavalcanti de Albuquerque (1829 – 1889) publicou uma crítica a esse comportamento, segundo ele, inspirado por uma nudofobia. No mesmo artigo critica o pouco incentivo do governo às artes e elogia o estabelecimento de Ducasble (Diário de Pernambuco, 27 de junho de 1885).

 

 

 

 

Continuava trabalhando como professor do Liceu de Artes e Ofícios (Diário de Pernambuco, 14 de outubro de 1885 e Diário de Pernambuco, 3 de julho de 1886).

Executou o retrato do sr. Epaminondas Gouvêia, que seria colocado na Igreja do Carmo. Foi encomendado pela Irmandade de Nossa Senhora da Luz (Jornal de Recife, 25 de outubro de 1885, quinta coluna).

Participou, na Seção de Fotografia, da 5ª Exposição Artístico-Industrial, promovida pela Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais, quando obteve o diploma de Progresso (Jornal de Recife, 31 de dezembro de 1885, quinta coluna).

O larápio José Braz da Silva célebre autor do roubo que sofreu a atriz Helena Balsemão foi retratado por Ducasble (Diário de Pernambuco, 3 de julho de 1885, quarta coluna).

Ducasble vendeu à Irmandade de Nossa Senhora da Conceição cadeiras de carvalho revestidas de acentuados desenhos de talha (Jornal de Recife, 9 de dezembro de 1926, primeira coluna).

Participou da quinta Exposição Artístico-Industrial do Liceu de Artes e Ofícios promovida pela Imperial Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais e ganhou o Diploma de Progresso. Na ocasião a fotografa pernambucana Hermina Menna da Costa (18? – 19?) recebeu o Diploma de Mérito (Diário de Pernambuco, 20 de dezembro de 1885).

1886 – Na exposição fotográfica no Palácio de Cristal, na cidade do Porto, em Portugal, Ducasble foi contemplado com uma menção honrosa (Gazeta de Notícias, 27 de junho de 1886, terceira coluna).

Produziu um retrato da atriz portuguesa Lucinda Furtado Coelho (1850 – 1928) que constava de um jornal dedicado a ela (Jornal de Recife, 1º de julho de 1886, penúltima coluna).

Na Galeria Ducasble, exposição de um retrato a óleo de Diogo Cavalcanti de Albuquerque executado em Paris por um brasileiro. Também na galeria, exposição de trabalhos do pintor cearense Irineu de Souza (1850 – 1924) e de uma fotografia do Teatro de Santa Isabel na ocasião da sessão fúnebre promovida União Federal Abolicionista em honra a José Bonifácio (Diário de Pernambuco, 9 de abril de 1886, primeira colunaJornal de Recife, 18 de setembro, quinta coluna e Jornal de Recife, 3 de dezembro de 1886, segunda coluna).

Participou da Exposição Sul-Americana de Berlim e conquistou o primeiro prêmio e a medalha de ouro (Diário de Pernambuco, 21 de agosto de 1886, penúltima colunaJornal do Commercio, 31 de março de 1887, última coluna e Jornal de Recife, 16 de março de 1888)

1887 – Publicação de artigos de Ducasble na quarta, na sexta e na oitava edição da Revista do Norte

Publicação de uma carta do pintor Telles Júnior ao mestre Alfredo Ducasble sobre o artigo escrito sobre os quadros de Barreto Sampaio na Revista do Norte, 10 de fevereiro de 1887Telles Junior sentiu-se ofendido pela crítica de Ducasble (Jornal de Recife, 14 de março, quinta coluna).

Na Galeria Ducasble, exposição de retratos pintado a óleo por Bannel de Paris (Jornal de Recife, 13 de abril de 1887, quinta coluna).

Ducasble ofertou ao Instituto Arqueológico Geográfico de Pernambuco uma fotografia da inscrição da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, no Monte Guararapes (Jornal de Recife, 20 de abril de 1887, primeira coluna).

Chegada no vapor Ville de Bahia de uma encomenda de quadros feita por Ducasble (Jornal de Recife, 7 de junho de 1887, quarta coluna).

Em uma carta publicada por Feliciano de Azevedo Gomes para a família de Emílio Soares, alfaiate e genro de Ducasble, casado com sua filha Maria Victória, foi revelado que Ducasble sofria dos nervos. Feliciano acusou Ducasble de calúnia no episódio envolvendo um surto de loucura de Soares e o desafiou para um duelo. Ducasble declarou jamais ter caluniado Feliciano, a quem continuava a considerar um cavalheiro muito distinto e honrado (Jornal de Recife14 de junho, última coluna;  15 de junho, penúltima coluna; e 18 de junho, terceira coluna).

O escritor português Ramalho Ortigão (1936 – 1915) em sua vista ao Recife foi à Galeria Ducasble onde foi fotografado. Estava com Joaquim Nabuco (Jornal de Recife, 20 de novembro de 1887, segunda coluna).

Na Galeria Ducasble, exposição de um retrato de Adolfo Manta, encomendado por seus ex-escravos, recém libertos por ele (Diário de Pernambuco, 7 de dezembro de 1887, última coluna).

1888 – Publicação de uma propaganda da Galeira Ducasble com lista de prêmios (Jornal de Recife, 16 de março de 1888). Foi publicada diversas vezes ao longo do ano no Jornal de Recife e no Diário de Pernambuco.

 

 

Na Galerie Artistique de Ducasble, exposição de dois bustos a óleo dos abolicionistas pernambucanos Joaquim Nabuco (1849 – 1910) e de José Mariano Carneiro da Cunha (1850 – 1912), realizados por Ducasble (Jornal de Recife, 30 de maio de 1888, quinta coluna).

 

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Joaquim Nabuco e José Mariano Carneiro da Cunha fotografados por Ducasble / Acervo Fundação Joaquim Nabuco

 

 

O artista, pintor e decorador francês Eugène Lassailly  publicou uma propaganda de seus serviços e um dos lugares onde poderia ser contactado era a Galeria Ducasble (Jornal de Recife, 19 de junho de 1888, quarta coluna).

Ducasble foi um dos contribuintes da subscrição agenciada no Recife por Luiz Cintra a fim de serem ofertadas aos médicos que cuidaram da saúde de dom Pedro II (Diário de Pernambuco, 28 de agosto de 1888, quinta coluna).

Participou da Comissão Pernambucana para a representação da província na Exposição Universal de Paris (Diário de Pernambuco, 23 de setembro de 1888, última coluna e Jornal de Recife, 11 de janeiro de 1889, primeira coluna).

Ducasble  lecionava caligrafia na Escola Normal da Sociedade Propagadora de Instrução Pública (Diário de Pernambuco, 23 de novembro de 1888, última coluna).

Em anúncio, Ducasble atestava ter feito com sucesso uso do Elixir Cabeça de Negro sedativo contra o reumatismo, fórmula do dr. Santa Rosa (Jornal do Commercio, 12 de dezembro de 1888).

1889 – Abertura da exposição prévia dos produtos que deveriam ir para a Exposição Universal de Paris, dentre eles objetos artísticos de Ducasble, que recebeu o diploma de 1ª classe (Jornal do Povo, 14 de janeiro de 1889, terceira coluna, Diário de Pernambuco, 15 de janeiro de 1889, quarta coluna; e Diário de Pernambuco, 5 de fevereiro de 1889, segunda coluna).

Foi eleito conselheiro da diretoria da Imperial Sociedade de Artistas Mecânicos e Liberais (Jornal de Recife, 26 de janeiro de 1889, terceira coluna).

Foi de sua autoria a fotografia do projeto do monumento em homenagem à abolição da escravidão que seria erigido em Olinda (Jornal de Recife, 10 de fevereiro de 1889, primeira coluna).

Ducasble foi escolhido delegado da Comissão Pernambucana para a representação da província na Exposição Universal de Paris (Diário de Pernambuco, 3 de maio de 1889, penúltima coluna).

Ducasble produziu uma fotografia do pessoal da Companhia de Bombeiros (Jornal do Povo, 17 de maio de 1889, segunda coluna).

Na Exposição Universal de Paris, realizada entre 6 de maio e 31 de outubro de 1889, ganhou medalha de prata por seu panorama de Pernambuco e por retratos expostos e também por lenços bordados e rendas. Além disso, expôs 5 quadros, móveis, jóias e antiguidades (Diário de Pernambuco, 23 de outubro, quarta coluna, e Jornal de Recife, 24 de outubro de 1889, penúltima coluna). Segunda a Revista do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional de 1946, Ducasble talvez tenha sido o primeiro a enviar peças antigas brasileiras ou luso-brasileiras para serem mostradas fora do país. Nessa mesma exposição, o fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923) participou com vistas do Rio de Janeiro, vistas marinhas e paisagens e, de acordo com Maria Inez Turazzi, recebeu a medalha de bronze. Segundo o Auxiliador da Indústria Nacional, ele teria recebido a medalha de prata (O Auxiliador da Indústria Nacional, 1889). O fotógrafo Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903) recebeu uma medalha de bronze. Outros fotógrafos que participaram foram Albert Richard Dietze (1838 – 1906), Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?), Nicholson & Ferreira, Joaquim Insley Pacheco  (c. 1830 – 1912) e José Ferreira Guimarães (1841 – 1924). Foi também nessa exposição que a Torre Eiffel, na época a mais alta estrutura do mundo, foi inaugurada.

Ducasble estava presente no banquete realizado em 3 de outubro, no restaurante Voisin para a despedida de Visconde de Cavalcanti (1829 – 1899), presidente do Comissariado Geral do Brasil junto à Exposição Universal de Paris, que retornaria ao Rio de Janeiro (Jornal do Commercio, 24 de outubro de 1889, sexta coluna).

Foi um dos fotógrafos incluídos no livro Album de vues du Brésilbarão do Rio Branco (1845-1912) foi o responsável pelo livro, considerado a última peça para a promoção do Brasil imperial, representando um resumo iconográfico do país e de suas riquezas. Foi um dos livros que inaugurou a ilustração fotográfica do Brasil e é considerado por muitos uma espécie de balanço final do período imperial. Nas palavras do barão, o álbum pretendia “mostrar a fisionomia atual das principais cidades do Brasil e seus arredores. Sob esse aspecto, a presente coleção é a mais completa publicada até hoje”. Trazia também fotografias produzidas por Augusto Riedel (1836 -?)Joaquim Insley Pacheco (c. 1830 – 1912)Marc Ferrez (1843 – 1923) e Rodolpho Lindemann (c. 1852 – 19?), dentre outros. Foi lançado em Paris na ocasião da Exposição Universal de 1889, e fazia parte da segunda edição de Le Brésil, extrato da Grande Enciclopédia, trabalho dirigido pelo geógrafo Émile Levasseur  (1828-1911), para o qual o barão havia colaborado. O Album de vues du Brésil foi o primeiro do gênero publicado depois do Brasil Pitoresco (1861), primeiro livro de fotografia realizado na América Latina, com imagens de Jean Victor Frond (1821 – 1881) e texto do jornalista e político francês Charles Ribeyrolles (1812-1860), reeditado em 1941.

Sua proposta para a confecção do quadro de retratos da turma do 5º ano da Faculdade de Direito foi vencida pela a de Constantino Barza, sucessor do fotógrafo berlinense Alberto Henschel (1827 – 1882) (Jornal de Recife, 19 de julho de 1889, quinta coluna). Em anúncio, Ducasble convidada os quintanistas que quisessem fazer parte do grupo da Torre Eiffel para irem a sua galeria (Jornal de Recife, 20 de agosto de 1889, terceira coluna).

Na Galeria Ducasble, exposição de estudos cenográficos de um ex-aluno da Imperial Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (Diário de Pernambuco, 16 de julho de 1889, última coluna).

Ducasble compareceu em Paris à missa celebrada pelo abade , na Igreja de Saint Augustin, em 25 de julho, a mando do Barão de Penedo, em desagravo ao atentado sofrido por d. Pedro II (Gazeta do Norte, 8 de setembro de 1889, terceira coluna).

Escreveu uma carta informando sobre o sucesso dos produtos pernambucanos exibidos na Exposição Universal de Paris (Diário de Pernambuco, 8 de setembro de 1889, quarta coluna).

Estava à venda na Galeria Ducasble fotografias da armação funerária da Igreja da Penha para as exéquias pela morte de dom Luiz I de Portugal (1838 – 1889) celebradas pela colônia portuguesa do Recife (Diário de Pernambuco, 20 de dezembro de 1889, segunda coluna).

Duscable foi viver em Paris e abriu a farmácia Ducasbline, onde vendia remédios que produziu a partir de seus estudos sobre a flora brasileira e conseguindo a custa a custa de pacientes investigações e meticulosas experiências o conhecimento perfeito das propriedades medicinais de muitas plantas, submeteu-as a processos científicos manipulando assim os medicamentos vendidos em seu estabelecimento parisiense. Segundo carta enviada por Ducasble à redação do jornal A Província – Órgão do Partido Liberal, em dezembro de 1900, seus medicamentos eram aconselhados pelo Instituto Médico de Paris e e estavam obtendo resultado maravilhosos em casos de anemia, bronquite e outras doenças (A Província – Órgão do Partido Liberal, 20 de dezembro de 1900, terceira coluna).

1890 – Foi publicada uma cobrança de impostos relativa ao imóvel que seu estabelecimento fotográfico ocupava na Rua Barão da Vitória, 65 (A Província – Órgão do Partido Liberal, 9 de abril de 1890, sexta coluna).

Na Galeria, Ducasble, exposição de pinturas de paisagens de Frederico Desidério de Barros, cenógrafo da Companhia Heller (Jornal de Recife, 6 de julho de 1890, última coluna). Cerca de 2 meses depois, exposição de pinturas de paisagens do hábil amador e acadêmico José de Castro Paes Barreto (Jornal de Recife, 16 de setembro de 1890, quarta coluna).

Madame Ducasble anunciou sua volta ao Brasil após uma temporada em Paris e a reabertura de seu ateliê de moda no Recife. Havia condescendência nos preços (Diário de Pernambuco, 21 de outubro de 1890, segunda coluna).

No ateliê da Photografia Ducasble, exposição de retratos a óleo dos barões de Itapessuna e de Caiará, realizados por Frederico Ramos a partir de pequenas fotografias (A Província – Órgão do Partido Liberal, 14 de novembro de 1890, segunda coluna).

Foi anunciada a existência de uma sucursal da Galeria Ducasble na avenida de La Grande Armée, em Paris, na França. Também anunciava a venda de antiguidades e de objetos que por afluência de artigos tinham deixado de ir para a Exposição Universal de Paris, no ano anterior (Jornal de Recife, 16 de novembro de 1890, terceira coluna).

1891 – Para exportação 30 litros de licor foram embarcados por Madame Ducasble no vapor francês Equateur, que iria para Paris (Diário de Pernambuco, 5 de maio de 1891, terceira coluna).

Publicação de uma denúncia de Ducasble, que estava em Paris, sobre problemas de pagamento com a Comissão de Pernambuco na Exposição Universal em Paris em 1889, do qual havia sido representante diante da Comissão Central de Paris (Jornal de Recife, 7 de maio de 1891, terceira coluna). Dois dias depois, a comissão publicou sua versão dos fatos (Jornal de Recife, 9 de maio de 1891, primeira coluna).

 

 

1892 – Ducasble presenteou o Diário de Pernambuco com uma fotografia do cadafalso ereto na matriz de Boa Vista por ocasião das exéquias em memória de dom Pedro de Alcântara (Diário de Pernambuco, 5 de fevereiro de 1892, primeira coluna).

Foi no ateliê de Ducasble, que o fotógrafo português naturalizado brasileiro Francisco du Bocage (1860 – 1919), recém chegado no Recife a bordo do vapor nacional Olinda, vindo do sul do Brasil (Diário de Pernambuco, 17 de fevereiro de 1892, na segunda coluna) expôs chapéus e capotas (Diário de Pernambuco, 24 de fevereiro de 1892, quarta coluna e Jornal do Recife, 24 de fevereiro de 1892, terceira coluna).

 

 

Publicação de uma propaganda da Galeria Ducasble onde foram destacados os prêmios conferidos a ela e o fato de ter sempre à escolha de seus numerosíssimo fregueses fotografias artísticas onde o belo resplandece ante os efeitos de luz bem combinada e verdadeiros modelos que a crítica mais exigente jamais poderá ferir (Jornal de Recife, 30 de agosto de 1892, quarta coluna).

A Photographia Ducasble registrou no Teatro de Santa Isabel, o pano de anúncios pintado por Libânio do Amaral (? – 1920) para o referido teatro (Jornal de Recife, 28 de outubro de 1892, segunda coluna).

1893 – Falecimento de Urraca, esposa de Ducasble, de meningite. Foi enterrada no Cemitério Público de Santo Amaro e a missa de sétimo dia foi celebrada na matriz da Graça, no Recife (Diário de Pernambuco, 20 de junho de 1893, primeira colunaJornal de Recife, 21 de junho de 1893, sexta coluna; e Diário de Pernambuco, 22 de junho de 1893, penúltima coluna).

A antiga Photographia Ducasble passou a ser dirigida por um fotógrafo de grande prática dispondo para a execução de seus trabalhos de um pessoal técnico competentemente habilitado (Diário de Pernambuco, 3 de outubro de 1893, quinta coluna e Jornal de Recife, 4 de outubro de 1893). O fotógrafo em questão era Ludgero Jardim da Costa (18? – 19?) (Jornal de Recife, 8 de agosto de 1894, sexta coluna).

 

 

 

 

1894 – Representada pelos parentes presentes e ausentes, foi celebrada uma missa pelo primeiro ano da morte de Urraca Ducasble (Diário de Pernambuco, 17 de junho de 1894, terceira coluna).

1895 – Casamento civil de Alfredo Ducasble Filho com Maria Hermelinda Magalhães (Jornal de Recife, 18 de setembro de 1895, última coluna).

1898 –  Alfredo Ducasble foi aprovado como benfeitor da Sociedade Propagadora Instrução Pública (Diário de Pernambuco, 25 de janeiro de 1898, segunda coluna).

1900 - Alfredo Ducasble Filho era representante da fábrica O Moinho de Ouro, produtora de chocolates, no Rio de Janeiro (A Província – Órgão do Partido Liberal, 20 de abril de 1900, terceira coluna). Posteriomente, passou a ser representante de um laboratório farmacêutico francês e viajante geral do Almanack Laemmert (A Província – Órgão do Partido Liberal, 5 de março de 1901, penúltima coluna; e A Província – Órgão do Partido Liberal, 25 de agosto de 1910, penúltima coluna).

Realização de um leilão na antiga Photographia Ducasble (A Província – Órgão do Partido Liberal, 12 de dezembro de 1900, primeira coluna).

 

Alfredo Ducasble Filho era o representante no Brasil do grupo Pollaion-Ducasble, de produtos farmacêuticos, sediado em Paris (A Província – Órgão do Partido Liberal, 14 de março de 1901, penúltima coluna).

1902 – A leitura do livro de Ducasble, Curso de caligrafia prática, foi indicado aos alunos pela Instrução Pública de Pernambuco (Diário de Pernambuco, 17 de maio de 1902, quinta coluna). Em 1904 e em 1906 foi adotado pelas escolas municipais do Recife.

Faleceu de nefrite a alagoana Maria Victoria Soares, filha de Ducasble e viúva de Emilio Soares. No anúncio de morte, foi mencionado que seu pai residia em Paris (A Província – Órgão do Partido Liberal, 2 de setembro de 1902, primeira coluna e Diário de Pernambuco, 12 de setembro de 1902, sexta coluna).

1904 - No Rio de Janeiro, com pouco menos de 5 anos, falecimento de Adalgisa Ducasble, filha de Ducasble Filho e neta de Alfredo Ducasble (Jornal do Commercio, 9 de abril de 1904, última coluna).

Alfredo Ducasble Filho e sua família viviam no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro. Acolheram uma criança que havia sido maltratada por sua mãe adotiva, mas apesar dos cuidados, ela faleceu (Gazeta de Notícias, 18 de maio de 1905, primeira coluna).

1910 – Na primeira página do jornal A Província – Órgão do Partido Liberal, foi publicada uma fotografia de melhoramentos no Porto de Recife com crédito para Ducasble Filho (A Província – Órgão do Partido Liberal, 30 de agosto de 1910)

1917 – Na Sociedade da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro, Maria Magalhães Ducasble, filha de Ducasble Filho, recebeu o diploma de enfermeira (A Época, 4 de maio de 1917).

1923 – Foi doado ao Instituto Arqueológico de Pernambuco uma coleção de cédulas e moedas que o governo do estado havia comprado de Alfredo Ducasble (Diário de Pernambuco, 6 de abril de 1923, segunda coluna).

1928 – Desquite de Ducasble Filho e Maria (O Paiz, 17 de novembro de 1928, segunda coluna).

1931 – Foi ofertada ao Instituto Arqueológico de Pernambuco uma fotografia produzida por Ducasble, em 1888, de Joaquim Nabuco.  A foto havia pertencido a Antônio Machado Gomes da Silva e seu neto, Adolfo da Silva Neto, a doou para a instituição(Diário de Pernambuco, 17 de dezembro de 1931, primeira coluna).

1933 – Em um artigo sobre o pintor alagoano Rosalvo Ribeiro (1865 – 1915), Ducasble foi citado como seu admirador, que teria batizado uma das obras de Rosalvo de L´innocence (O Dia (PR), 8 de outubro de 1933, terceira coluna).

1946 – Em uma matéria sobre a vida do pintor pernambucano José Jerônimo Telles Júnior (1851 – 1914), a Galeria Ducasble foi citada como um dos lugares mais frequentados por ele  (Diário de Pernambuco, 26 de maio de 1946, gunda coluna).

1951 – Nas memórias de Telles Júnior, na ocasião do centenário de seu nascimento, Ducasble foi citado (Diário de Pernambuco, 2 de agosto de 1951, penúltima coluna)

1956 – Fotografias produzidas por Ducasble foram publicadas no livro, Álbum de Pernambuco e seus arrabaldes, organizado por Gilberto Ferrez (Jornal do Brasil, 4 de novembro de 1956).

1977 – Em Washington, capital dos Estados Unidos, fotografias de Ducasble, Insley Pacheco e Alberto Henschel encontradas na coleção Oliveira Lima foram expostas no Instituto Cultural Brasileiro Americano. Essas fotografias foram redescobertas por acaso pelo diretor da citada instituição, José Neinstein, quando ele foi pesquisar um livro raro sobre o Brasil na Biblioteca da Universidade Católica de Washington, em fins de abril de 1977. (Jornal do Brasil, 29 de junho de 1977, última coluna).

1978 – Publicação, no Diário de Pernambuco, de uma fotografia de Joaquim Nabuco, produzida por Ducasble, em 1887 (Diário de Pernambuco, 17 de setembro de 1978).

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Cronologia de Felipe Augusto Fidanza (1844 – 1903)

Cronologia de Felipe Augusto Fidanza (1844 – 1903)

 

Reprodução do retrto de Fidanza, Álbum do Pará, em 1899

Reprodução do retrato de Fidanza, Álbum do Pará em 1899

 

1844 - Nascimento, em Lisboa, em 4 de setembro, de Felipe Augusto Fidanza, filho de Fernando Gabriel Fidanza e Maria de Jesus Fidanza. Foi batizado em 5 de outubro de 1844, na paróquia/freguesia de São José, em Lisboa. Era bisneto e neto dos atores italianos Raimondo e Giulio Fidanza, respectivamente, que participaram da cena teatral de Portugal. Raimondo, que também era bailarino, foi empresário teatral na Ilha da Madeira.

 

 

Fins da década de 1860 – Chegada ao Brasil.

1867 – Em 1º de janeiro de 1867, o Diario do Gram-Pará publicou o anúncio:  “PHOTOGRAPHIA, ao largo das Mercez , nº. 5, Fidanza & Com”, o que prova que nessa época ele já estava estabelecido no Pará.

Fidanza realizou seu primeiro trabalho de importância nacional: o registro dos preparativos para a recepção da comitiva de dom Pedro II. O imperador foi ao Pará para participar das solenidades da abertura dos portos da Amazônia ao comércio exterior.

1868 - Publicação de uma propaganda do ateliê de Fidanza (Diário de Belém, de 29 de agosto de 1868).

1875 – Participou da IV Exposição Nacional de 1875, com fotografias de orquídeas da região amazônica.

1889 – Participou da Exposição Universal de Paris de 1889, quando foi premiado com uma medalha de bronze.

1893 – Participou da Exposição Universal Chicago de 1893.

1897 – Em Belém, o fotógrafo, botânico e naturalista alemão George Huebner (1862 – 1935) colaborou com Fidanza.

1900-  Foi assinado um contrato por Fidanza para o fornecimento de 6 mil álbuns ilustrados destinados à propaganda para o desenvolvimento do  Amazonas, o O Álbum do Amazonas (1902) (Diário Oficial, de 16 de março de 1900, na segunda coluna sob o título “Indústria”). foi impresso em Paris sem a supervisão do fotógrafo e continha várias imperfeições, o que gerou uma série de comentários negativos sobre seu caráter. Aparentemente este fato pode ter sido uma das causas de seu suicídio, em janeiro de 1903.

1902 - O Álbum do Amazonas (1902) foi impresso em Paris sem a supervisão do fotógrafo e continha várias imperfeições.

1903 – O Jornal do Brasil de 31 de janeiro de 1903 noticiou o suicídio do português Felipe Augusto Fidanza: “Atirou-se ao mar, de bordo do vapor Christiannia, em viagem de Lisboa para esta capital (Belém), o conhecido photographo Felippe Fidanza” ( Jornal do Brasil, 31 de janeiro de 1903, na primeira coluna ). Ele havia se jogado ao mar na altura da ilha da Madeira quando retornava de Portugal com a mulher e os filhos. Havia viajado para cuidar de uma encomenda dos governos do Pará e do Amazonas de 10 mil álbuns de vistas destes estados. Parece que foi mal sucedido e já havia, inclusive, tentado se matar em Lisboa ( O Pharol, 6 de março de 1903, na quinta coluna).

Cinco meses após sua morte, seu estúdio foi leiloado por sua viúva. Teve diversos proprietários, dentre eles os sócios Georges Huebner (1862 – 1935) e Libânio do Amaral (?-1920).  Segundo o jornalista Cláudio de La Rocque Leal, o estabelecimento fotográfico sob o nome “Fidanza” fez parte da história até 1969. Fidanza tornou-se uma marca da fotografia visto que, mesmo após a morte, seu nome permaneceu no cenário da produção fotográfica e na memória paraense, tanto que outros profissionais, ao adquirirem o seu ateliê, mantiveram o mesmo nome.

1985 – Suas fotografias integraram a mostra Dom Pedro II e a Fotografia no Brasil, realizada na Casa do Bispo, no Rio de Janeiro.

1986 – Foi um dos fotógrafos integrantes da exposição Photographie Bresilienne au Dix-Neuvieme Siecle, realizada em Paris.

1995 – No Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, fotografias de sua autoria foram expostas na mostra Mestres da Fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez.

1997 – Em janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, fotografias de sua autoria foram expostas na mostra A Coleção do Imperador: fotografia brasileira e estrangeira no século XIX. Em abril, a exposição seguiu para a Pinacoteca do Estado de São Paulo e, em julho, foi inaugurada no Museu Nacional de Belas Artes, de Buenos Aires, na Argentina.

2000 - Em junho, a exposição A Coleção do Imperador: fotografia brasileira e estrangeira no século XIX foi aberta no Centro Português de Fotografia, na cidade do Porto, em Portugal.

2012 – Em maio, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, abertura da exposição Amazônia, Ciclos de Modernidade, com imagens de diversos fotógrafos, dentre eles, Fidanza.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Nota da editora: a data de nascimento e de batismo de Fidanza passaram a constar deste artigo em 17 de outubro de 2022. As informações foram fornecidas pelo leitor, sociólogo e genealogista Daniel Taddone, a quem a Brasiliana Fotográfica agradece.

Cronologia de João Firpo (1839 – 1899)

Cronologia de João Firpo (1839 – 1899)

 

 

1839 - Meses antes do anúncio da invenção do daguerreótipo, feito por François Arago (1786 – 1853), secretário da Academia de Ciências da França, em 19 de agosto de 1839 , nascimento de Giovanni (João) Firpo em Nervi, Gênova, na Itália, em 20 de fevereiro de 1839, filho de Domenico Firpo e Catterina Corsi.

1861 – Em Gênova, nascimento de seu primeiro filho, Domenico.

1863 - Em Gênova, nascimento de seu segundo filho, Giulio

1865 Em Gênova, nascimento de seu terceiro filho, Antônio.

1866 – Firpo viajou para o Brasil 13 de agosto de 1866, na polaca Linda, em companhia de sua mulher, Maria Lydia Firpo, e de seus três filhos genoveses. Aportaram no Recife, em Pernambuco, em meados de outubro desse mesmo ano. Segundo informações de seu passaporte, era um jovem de 27 anos com “cabelo negro, sobrancelha escura, olhos castanhos, barba curta e cicatriz na testa(Diário de Pernambuco, 20 de outubro de 1866, quinta coluna).

 

 

1867 – Fixou residência na cidade do Recife comprando o estabelecimento comercial de fotografia do Sr. Leon Chapelin, à Rua da Imperatriz, n° 14. Chapelin havia sido o sucessor do estabelecimento do fotógrafo Augusto Stahl (1828 – 1877 ) no endereço mencionado (Diário de Pernambuco de 23 de abril de 1867; e Diário de Pernambuco, 26 de abril de 1867, quarta coluna).

Em 28 de abril, Firpo inaugurou, no Recife, a Photographia Italiana (Diário de Pernambuco, 27 de abril de 1867).

 

 

Anunciou que todas as chapas de Augusto Stahl e Leon Chapellin estavam com ele e que reproduções das mesmas poderiam ser encomendadas. Oferecia também vistas de Pernambucos e seus arrebaldes (Diário de Pernambuco, de 23 de julho de 1867, primeira coluna).

 

 

Houve uma confusão entre João Firpo, uma senhora e o delegado Martins Pereira(O Conservador, 2 de novembro e 9 de novembro de 1867).

Nesse mesmo ano, inaugurou um ateliê fotográfico, à Rua Nova n° 29, na cidade da Parahyba, onde estaria de passagem (O Publicador,  16 de dezembro de 1867).

1868 – Firpo e sua mulher embarcaram em João Pessoa no vapor Ipojuca com destino a Natal (O Publicador, 26 de junho de 1868, primeira coluna).

Foi noticiado que em um dos armazéns da Alfândega de Pernambuco havia para João Firpo, dentre outros produtos, 70 libras de massas alimentícias. A mercadoria havia chegado em 10 de janeiro de 1868, no vapor Bourgogne, de Marseille, na França (Jornal do Recife, 21 de julho de 1868, quinta coluna). Fica a questão: teria ele pensado em ser importador de massas italianas para o Brasil?

1869 - No Rio Grande do Norte, nascimento de seu primeiro filho brasileiro, João Firpo Júnior.

1870 –  Giovanni Firpo adotou o nome de João Firpo, aprovado em sessão do Parlamento Brasileiro no Rio de Janeiro, em 25 de agosto de 1870, quando naturalizou-se brasileiro. Na época, ele residia no Rio Grande do Norte (Annaes do Parlamento Brasileiro, Tomo 4, 1870).

1874 - No Rio Grande do Norte, nascimento de seu segundo filho brasileiro, Eládio.

1876 - No Rio Grande do Norte, nascimento de seu terceiro filho brasileiro, Arthur.

Nesse ano, possuia um ateliê fotográfico, a Photographia Italiana, na rua da Viração, nº 17, em João Pessoa (Diário da Prahyba, 9 de junho de 1876).

1877 - Nascimento de sua primeira filha, Maria Augusta, na Paraíba.

Transferiu seu ateliê fotográfico para a rua Barão da Passagem, 92, em João Pessoa. Anunciou que iria “a qualquer parte mediante prévia convenção” e que também dava lições de fotografia. Na época,já comercializa retratos de homens públicos (A Opinião, 12 de julho de 1877 e 28 de outubro de 1877).

1878 - Nascimento de sua segunda filha, Leopoldina, na Paraíba.

Esteve No Recife (Diário de Pernambuco, 6 de abril de 1878, quarta coluna).

1883 - Nascimento de seu filho caçula, José, na Paraíba.

1885 – Anunciou a Grande Fotografia, na rua Duque de Caxias, 52, em João Pessoa (Diário da Parahyba, 24 de maio de 1885).

 

 

 

Foi um dos compatriotas que se solidarizou com o comerciante italiano F. de Angelo, preso, acusado de tramar uma fuga e de se esconder de credores (Diário da Parahyba, 16 de junho de 1885, primeira coluna).

Anunciou a venda de retratos de Joaquim Nabuco e de Victor Hugo no seu estabelecimento (Diário da Parahyba, 27 de outubro de 1885).

 

 

1886 – João Firpo estava no Recife, vindo da Paraíba. Segundo o jornal, havia armado sua tenda para aumentar sua galeria (Diário de Pernambuco, 9 de junho de 1886, segunda coluna).

Partiu do Recife rumo aos portos do Norte no vapor Pirapama (Jornal de Recife, 21 de outubro de 1886, quarta coluna).

1889 –  Partiu do Recife rumo aos portos do Norte no vapor Espírito Santo (Jornal de Recife, 30 de maio de 1889, quarta coluna).

1893 – Mudou-se com sua família para a Villa de Maruim, em Sergipe, e lá instalou seu ateliê fotográfico.

1896 - Esteve no Rio de Janeiro e  uma nota no jornal O Paiz se referiu a ele como um cavalheiro geralmente estimado e conceituado na cidade de Maruim, onde é comerciante e conselheiro municipal (O Paiz, 23 de agosto de 1896, segunda coluna).

1897 – Esteve de novo no Rio de Janeiro, de onde embarcou para Aracaju no vapor Penedo (Jornal do Commercio, 23 de outubro de 1897, última coluna).

1899 – João Firpo faleceu em Maruim, em 9 de outubro de 1899, aos 61 anos.

2018 – Em 18 de agosto, familiares de João Firpo reuniram-se em Maruim para a comemoração dos 152 nos da migração do patriarca da Itália para o Brasil. Foi reinaugurado o mausoléu de João Firpo e depois foi celebrada uma missa em ação de graças na Igreja Matriz Senhor dos Passos (Facebook).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica