Cronologia de Militão Augusto de Azevedo (1837 – 1905)

Cronologia de Militão Augusto de Azevedo (1837 – 1905)

 

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Militão Augusto de Azevedo fotografado por A. Liébert. Photographie Americaine / Acervo IMS

1837 – Em 18 de junho, nascimento de Militão Augusto de Azevedo, no Rio de Janeiro, filho de Antonio Ignácio de Azevedo e Lauriana Augusto de Azevedo.

1858 – 1860 – No Rio de Janeiro, Militão trabalhou como cantor lírico e também como ator na Companhia Teatral Joaquim Heliodoro e na  companhia do Gymnasio, denominada Sociedade Dramática Nacional, sob a direção de Joaquim Augusto Ribeiro de Souza (Entreacto, 15 de setembro de 1860)..

Na Ópera Nacional, realização de um espetáculo em seu benefício (Correio da Tarde, de 3 de setembro de 1858, terceira coluna).

Foram encenadas peças em seu benefício (Correio Mercantil, 10 de outubro de 1859, terceira coluna).

Morava na rua das Mangueiras, 49 (Almanak Administrativo, Mercantil e Comercial do Rio de Janeiro, 1861).

1862 - Em 21 de junho,  nascimento de Luiz Gonzaga de Azevedo, seu filho com a atriz Benedita Maria dos Santos Pedroso, com quem vivia.

Participou da reunião que decidiu criar o Monte-Pio dos Artistas Dramáticos (Diário do Rio de Janeiro, 11 de agosto de 1862, quinta coluna).

Foi com a família para São Paulo como ator da Sociedade Dramática Nacional  para participar da estreia da peça Luxo e vaidade, de Joaquim Manoel de Macedo, que aconteceu em 29 de novembro (Correio Paulistano, 28 de novembro de 1862).

Militão produziu cerca de 90 fotografias de São Paulo. Segundo Afonso d´Escragnolle Taunay (1876 – 1958), no livro Velho São Paulo (1954), até 1860, data que nos aparece a providencial série de fotografias, aliás, ótimas de Militão de Augusto de Azevedo, os arrolamentos de peças de iconografia paulistana mantêm-se insignificantes. Realiza o Álbum de vistas de São Paulo 1862, com trinta dessas fotos. Muitas serão utilizadas no trabalho que publicaria em 1887, o Álbum Comparativo da cidade de São Paulo 1862-1887.  Inicia seu trabalho como fotógrafo por volta deste ano, ou no ano seguinte, com Joaquim Feliciano Alves Carneiro e Gaspar Antonio da Silva Guimarães, proprietários do estúdio Carneiro & Gaspar, cuja matriz localizava-se no Rio de Janeiro, na rua Gonçalves Dias, 60. Em São Paulo, o estabelecimento ficava na rua do Rosário, 38. Depois o estúdio transferiu-se para a rua da Imperatriz, 58.

1863 – Em 26 de agosto realizou-se o espetáculo Recordações da Mocidade, em benefício de Militão (Correio Paulistano, 26 de agosto de 1863, terceira coluna).

Publicação do anúncio do Álbum de vistas de São Paulo 1862, destinado sobretudo aos estudantes de Direito que terão assim uma recordação agradável da cidade onde passarão talvez a melhor época da vida (Correio Paulistano, 22 de outubro de 1863, última coluna).

1864 a 1885 – Realizou dois álbuns importantes de vistas: o Álbum de Santos e o Álbum da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.

Militão catalogou cerca de 12.500 retratos.

1868 – Militão, que trabalhava na Photographia Academica de Carneiro & Gaspar, desde 1866 como sócio gerente (Diário de São Paulo, 19 de agosto de 1866, primeira coluna), foi para o Rio de Janeiro estudar novos processos fotográficos, dentre eles o de fotografia sobre porcelana, ainda não conhecido no Brasil senão em duas casas do Rio de (O Ypiranga, de 19 de fevereiro de 1868).

 

 

1870 – Nascimento de seu primeiro filho, Francisco de Paula Azevedo, com sua nova companheira Maria Affonso das Dores.

Participou de uma reunião promovida para instalar-se uma associação dramática particular. Foi escolhido para ser seu ensaiador e também para elaborar seu regulamento interno (Correio Paulistano, 27 de março de 1870, primeira coluna).

1871 - Nascimento de seu segundo filho com Maria Affonso das Dores, Francisco Militão Affonso de Azevedo.

1872 – Militão ficou viúvo e sua mãe, Lauriana Augusta de Azevedo, passou a se encarregar da criação de seus filhos.

1875 – Participou da IV Exposição Nacional com uma coleção de vistas de São Paulo.

Com a morte do português Gaspar Antonio da Silva Guimarães (18? – 1875) e com a venda da parte de Joaquim Feliciano Alves Carneiro (18? – 188?), Militão, que era sócio-gerente da Photographia Academica, tornou-se seu proprietário (Correio Paulistano, 28 de novembro de 1875, segunda coluna).

 

 

Rebatizou o estúdio com o nome de Photographia Americana. Uma curiosidade: no período de transição, nas cartes de visite do estabelecimento, o fotógrafo improvisou, apagando o antigo nome e o endereço no Rio de Janeiro e carimbando a nova denominação.

1878 – Viajou para a Europa no paquete francês Hoogly para estudar os aperfeiçoamentos da arte fotográfica (O Cruzeiro, 1º de maio de 1878, última coluna). A fotografia de Militão que ilustra esta cronologia foi tirada durante essa viagem por Alphonse J. Liébert (1827 – 1913), no estúdio Photographie Americaine, em Paris, e enviada de presente a sua mãe. Retroenou em setembo, no paquete francês Congo (O Cruzeiro, 15 de setembro de 1878, penúltima coluna).

A Photographia Americana ficou sob a responsabilidade do fotógrafo e pintor retratista Caetano Ligi, que trabalhava no estúdio.

1879 – Foi eleito diretor do mês do Club Euterpe Comercial (Jornal da Tarde, 11 de março de 1879, segunda coluna).

1881 – Enviou para o Correio Paulistano uma vista fotográfica, cópia da do edifício da exposição brasileira-alemã em Porto Alegre (Correio Paulistano, 18 de setembro de 1881, quarta coluna).

1883 – Ele, Alberto Henschel e Carlos Hoenen estavam na lista de fotógrafos da Província de São Paulo (Almanak Administrativo, Mercantil e Comercial do Rio de Janeiro, 1883).

1885 – Em 7 de agosto, falecimento de sua mãe, Lauriana Augusta de Azevedo (Correio Paulistano, 8 de agosto de 1885, quarta coluna).

Enviou ao Correio Paulistano uma fotografia tirada de um curioso trabalho litográfico representando o retrato do poeta francês Victor Hugo (1802 – 1885) executado pelo belga M.Gaillard (Correio Paulistano, 20 de dezembro de 1885, última coluna).

 

 

 

Em 31 de dezembro, Militão encaminhou um ofício às autoridades municipais informando sobre o fim da Photographia Americana.

1886 – Militão tentou passar adiante a Photographia Americana, mas não conseguiu. Reformou e alugou a casa e vendeu aos poucos o equipamento fotográfico. Sobre isso, escreveu a seu amigo, o ator Jacinto Heller, em 5 de abril: Como deve saber estou hoje vagabundo. Liquidei mal e porcamente a fotografia, fazendo leilão no qual só vendi os trastes (vendi é um modo de dizer porque quase os dei) ficando com tudo de fotografia porque os colegas estão como eu.

1887 –  Teve a a ideia de montar um álbum de vistas de São Paulo de 1862 e 1887. Retornou então aos mesmos lugares das fotos que havia tirado em 1862 e produziu uma nova série de fotografias.

No jornal A Província de São Paulo, do dia 11 de agosto, foi anunciada a obra-prima de Militão: o Álbum Comparativo da cidade de São Paulo 1862-1887 acompanhado do artigo A Velha e a Nova Cidade de São Paulo. Com sessenta fotografias, 18 pares comparativos e 24 vistas isoladas, foram postos à venda a 50 mil réis por exemplar – até o dia 31 de agosto: depois custariam 70 mil réis.

1888 - Abandonou definitivamente a fotografia.

1889 - Viajou à Europa. Entre este ano e 1905, voltou a viver no Rio de Janeiro, mas em algum momento retornou a São Paulo, possivelmente em 1902, onde viveu com seu filho Luiz Gonzaga, um bem sucedido advogado.

1892 – Viajou aos Estados Unidos.

1900 – Viajou à Europa.

1905 – Falecimento de Militão de Augusto de Azevedo, em São Paulo, no dia 24 de maio (Correio Paulistano, 30 de maio de 1905, penúltima coluna).

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

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