Cronologia de Felipe Augusto Fidanza (1844 – 1903)

Cronologia de Felipe Augusto Fidanza (1844 – 1903)

 

Reprodução do retrto de Fidanza, Álbum do Pará, em 1899

Reprodução do retrato de Fidanza, Álbum do Pará em 1899

 

1844 - Nascimento, em Lisboa, em 4 de setembro, de Felipe Augusto Fidanza, filho de Fernando Gabriel Fidanza e Maria de Jesus Fidanza. Foi batizado em 5 de outubro de 1844, na paróquia/freguesia de São José, em Lisboa. Era bisneto e neto dos atores italianos Raimondo e Giulio Fidanza, respectivamente, que participaram da cena teatral de Portugal. Raimondo, que também era bailarino, foi empresário teatral na Ilha da Madeira.

 

 

Fins da década de 1860 – Chegada ao Brasil.

1867 – Em 1º de janeiro de 1867, o Diario do Gram-Pará publicou o anúncio:  “PHOTOGRAPHIA, ao largo das Mercez , nº. 5, Fidanza & Com”, o que prova que nessa época ele já estava estabelecido no Pará.

Fidanza realizou seu primeiro trabalho de importância nacional: o registro dos preparativos para a recepção da comitiva de dom Pedro II. O imperador foi ao Pará para participar das solenidades da abertura dos portos da Amazônia ao comércio exterior.

1868 - Publicação de uma propaganda do ateliê de Fidanza (Diário de Belém, de 29 de agosto de 1868).

1875 – Participou da IV Exposição Nacional de 1875, com fotografias de orquídeas da região amazônica.

1889 – Participou da Exposição Universal de Paris de 1889, quando foi premiado com uma medalha de bronze.

1893 – Participou da Exposição Universal Chicago de 1893.

1897 – Em Belém, o fotógrafo, botânico e naturalista alemão George Huebner (1862 – 1935) colaborou com Fidanza.

1900-  Foi assinado um contrato por Fidanza para o fornecimento de 6 mil álbuns ilustrados destinados à propaganda para o desenvolvimento do  Amazonas, o O Álbum do Amazonas (1902) (Diário Oficial, de 16 de março de 1900, na segunda coluna sob o título “Indústria”). foi impresso em Paris sem a supervisão do fotógrafo e continha várias imperfeições, o que gerou uma série de comentários negativos sobre seu caráter. Aparentemente este fato pode ter sido uma das causas de seu suicídio, em janeiro de 1903.

1902 - O Álbum do Amazonas (1902) foi impresso em Paris sem a supervisão do fotógrafo e continha várias imperfeições.

1903 – O Jornal do Brasil de 31 de janeiro de 1903 noticiou o suicídio do português Felipe Augusto Fidanza: “Atirou-se ao mar, de bordo do vapor Christiannia, em viagem de Lisboa para esta capital (Belém), o conhecido photographo Felippe Fidanza” ( Jornal do Brasil, 31 de janeiro de 1903, na primeira coluna ). Ele havia se jogado ao mar na altura da ilha da Madeira quando retornava de Portugal com a mulher e os filhos. Havia viajado para cuidar de uma encomenda dos governos do Pará e do Amazonas de 10 mil álbuns de vistas destes estados. Parece que foi mal sucedido e já havia, inclusive, tentado se matar em Lisboa ( O Pharol, 6 de março de 1903, na quinta coluna).

Cinco meses após sua morte, seu estúdio foi leiloado por sua viúva. Teve diversos proprietários, dentre eles os sócios Georges Huebner (1862 – 1935) e Libânio do Amaral (?-1920).  Segundo o jornalista Cláudio de La Rocque Leal, o estabelecimento fotográfico sob o nome “Fidanza” fez parte da história até 1969. Fidanza tornou-se uma marca da fotografia visto que, mesmo após a morte, seu nome permaneceu no cenário da produção fotográfica e na memória paraense, tanto que outros profissionais, ao adquirirem o seu ateliê, mantiveram o mesmo nome.

1985 – Suas fotografias integraram a mostra Dom Pedro II e a Fotografia no Brasil, realizada na Casa do Bispo, no Rio de Janeiro.

1986 – Foi um dos fotógrafos integrantes da exposição Photographie Bresilienne au Dix-Neuvieme Siecle, realizada em Paris.

1995 – No Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, fotografias de sua autoria foram expostas na mostra Mestres da Fotografia no Brasil: Coleção Gilberto Ferrez.

1997 – Em janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, fotografias de sua autoria foram expostas na mostra A Coleção do Imperador: fotografia brasileira e estrangeira no século XIX. Em abril, a exposição seguiu para a Pinacoteca do Estado de São Paulo e, em julho, foi inaugurada no Museu Nacional de Belas Artes, de Buenos Aires, na Argentina.

2000 - Em junho, a exposição A Coleção do Imperador: fotografia brasileira e estrangeira no século XIX foi aberta no Centro Português de Fotografia, na cidade do Porto, em Portugal.

2012 – Em maio, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, abertura da exposição Amazônia, Ciclos de Modernidade, com imagens de diversos fotógrafos, dentre eles, Fidanza.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Nota da editora: a data de nascimento e de batismo de Fidanza passaram a constar deste artigo em 17 de outubro de 2022. As informações foram fornecidas pelo leitor, sociólogo e genealogista Daniel Taddone, a quem a Brasiliana Fotográfica agradece.

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