Os Diários Associados na Brasiliana Fotográfica

Pela primeira vez o portal publica uma imagem do acervo fotográfico dos Diários Associados – Rio de Janeiro. O conjunto de fotos foi incorporado, em 2016, por um dos fundadores da Brasiliana Fotográfica, o Instituto Moreira Salles (IMS). Nessa estreia, foi destacada uma fotografia do hangar para abrigar os zepelins, em construção no Campo de Santa Cruz, e uma do Graf Zeppelin, publicadas em O Jornal, do dia 7 de abril de 1935. O conjunto adquirido pelo IMS dos Diários Associados, que já foram o maior conglomerado de mídia do Brasil, possui cerca de 700 mil fotografias e 300 mil negativos com imagens produzidas para O Jornal, primeiro órgão dos Diários, adquirido por Assis Chateaubriand (1892 – 1968) em 1924; para o Diário da Noite, fundado por ele em 1929; e para o Jornal do Commercio, fundado em 1827 e adquirido pelo grupo em 1959. Os registros cobrem um período representativo do século XX – de 1915 a 2005. Esse texto da Brasiliana complementa o recém publicado, em 25 de maio de 2018,  A primeira passagem do Graf Zeppelin pelo Rio de Janeiro, em 1930, e registros de outras viagens.

A Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, a maior coleção de periódicos do Brasil, é uma das mais potentes plataformas de informações para diversos tipos de pesquisa e a Brasiliana Fotográfica faz, desde seu início, uma extensa e profícua utilização desse precioso arquivo. Lembramos que a Fundação Biblioteca Nacional é também uma das fundadoras do portal. No caso específico de estabelecer-se uma relação entre uma imagem de um acervo fotográfico de imprensa com a forma e o contexto com que essa imagem foi originalmente publicada – como realizado nessa publicação do portal – faz com que a Hemeroteca Digital da BN ganhe especial protagonismo. E, como lembra Sérgio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, a preservação de um arquivo fotográfico de imprensa, mesmo que seus conteúdos estejam conservados em plataformas como a Hemeroteca Digital, é muito importante: as imagens podem, a partir de recursos tecnológicos como a digitalização e o zoom, terem outra visibilidade e serem acessadas em sua qualidade plena.

Abaixo, a imagem do Hangar dos Zeppelins, no Campo de Santa Cruz, e do Graf Zeppelin, do acervo fotográfico dos Diários Associados Rio de Janeiro, incorporado ao IMS. Acessando o link para a fotografia, disponível na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar a imagem e verificar todos os dados referentes a ela.

 

 

Abaixo, a fotografia e o texto publicados em O Jornal de 7 de abril de 1935:

 

 

‘Sob o “controle da Comissão fiscal de Obras de Aeroportos, do Ministério da Viação, ativam-se os trabalhos de construção do aeroporto de Santa Cruz, construído numa área de milhão de metros quadrados, na fazenda S. José, de propriedade do governo da União.

A construção do ramal da Central do Brasil para aquele campo permitiu o rápido transporte do material e o desenvolvimento consequente dos trabalhos.

Esse aeroporto se constrói de acordo com o contrato do governo com a Luftschiffbau Zeppelin para o estabelecimento de uma linha regular de dirigíveis entre a Europa e o Brasil, serviço que estará em perfeito funcionamento dentre em pouco, logo se concluam as obras do aeroporto.

Ainda neste início de mês o “Zeppelin” reiniciará suas viagens para o Brasil, transportando passageiros, correspondência e encomendas, quinzenalmente, partindo de Friedrichshafen aos sábados, à noite, e chegando a Recife às terças-feiras imediatas.’

O “Zeppelin” atracará no aeroporto de Santa Cruz e regressará imediatamente à Europa. Há uma modificação de rota: a aeronave fará escalas por Sevilha na ida e na volta.’

 

Um pouco da história do Hangar dos Zepelins

Para a construção de um aeroporto para abrigar os zepelins, o governo brasileiro liberou um crédito milionário para o financiamento da obra em troca de um programa mínimo de 20 viagens anuais pelo período de 30 anos, contratado com a Luftschiffbau Zeppelin, fabricante e operador da linha aérea (Correio da Manhã, 10 de maio de 1934, quarta coluna). Sua estrutura de aço foi trazida da Alemanha e o hangar dos dirigíveis zepelins começou a ser construído em 1934, no Aeroporto de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, mais tarde rebatizado Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, e inaugurado em 26 de dezembro de 1936 pelo presidente da República, Getulio Vargas (1882 – 1954), com a presença de várias outras autoridades, dentre elas o embaixador da Alemanha e o prefeito do Rio de Janeiro, Olímpio de Melo (1886 – 1977) (O Jornal, 27 de dezembro de 1936, quarta coluna). Foi então ativada uma linha regular de transportes aéreos entre a Alemanha e o Brasil. Mais de 5 mil homens participaram da construção do hangar. Na época, existia um trem que saía da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, cujo ponto final era o aeroporto.

O hangar foi pouco utilizado pelos zepelins porque a partir da explosão de um deles, o Hindenburg, em 6 de maio de 1937 (O Jornal, 7 de maio de 1937), os voos dos grandes dirigíveis para passageiros foram interrompidos. Segundo reportagem do Jornal do Brasil de 5 de abril de 1981 e outras fontes o Hindenburg pousou no hangar quatro vezes e o Graf Zeppelin, cinco. Em 1943, o aeroporto tornou-se a Base Aérea de Santa Cruz. O hangar serviu como base para o 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, que atuou na Segunda Guerra Mundial (Diário de Notícias, 17 de janeiro de 1943, sexta coluna).

Tombado em março de 1998 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o prédio do hangar tem 274 metros de comprimento, 58 metros tanto de altura como de largura. Seu portão principal, o sul, possui duas folhas, cada uma pesando 80 toneladas – a abertura pode ser feita manualmente ou com motores. O portão norte, com 28 metros de largura e 26 metros de altura, era utilizado para ventilação e saída da torre de atracação. No topo do hangar, a 61 metros de altura, fica a torre de comando. É o último hangar gigante para dirigíveis no mundo (Jornal do Brasil, 28 de março de 1993).

 

Contribuíram para essa publicação a socióloga Roberta Zanatta (IMS), o historiador Rodrigo Bozzetti (IMS), o bibliotecário Alexandre Delarue (IMS), além de Franco Salvoni e Guilherme Gomes, do Núcleo de Digitalização do IMS.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Artigos publicados na Brasiliana Fotográfica com fotografias do acervo dos Diários Associados

 

A Casa dos Artistas nos Diários Associados, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, publicado em 26 de agosto de 2019. 

 

Fontes:

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

“Por dentro dos acervos” – Associados ao IMS, por Mànya Millen, 20 de outubro de 1916.

RODRIGUES, Helio Suevo. A formação das estradas de ferro no Rio de Janeiro – o resgate de sua memória. Rio de Janeiro: Sociedade de Pesquisa para Memória do Trem, 2004.

Site Defesa.net

Site Iphan

Site Ministério da Defesa – Força Aérea Brasileira

O fotógrafo português Francisco du Bocage (14/04/1860 – 22/10/1919)

O fotógrafo português Francisco du Bocage (14/04/1860 – 22/10/1919)*

 

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Francisco du Bocage em primeiro plano. Fotografia de 1907 publicada na página 224 do livro Railways of Brazil in Postcards and Souvenir Albums (2005).

 

Considerado um dos mais importantes fotógrafos que atuava em Pernambuco na virada do século XIX para o XX, pouco se conhece da biografia de Francisco du Bocage (1860 – 1919), que intitulava-se fotógrafo artista, evidenciando sua preocupação com o valor estético de sua produção. Foi autor de uma importante documentação de Olinda e também do Recife. Seus registros, muitos dos quais foram editados como cartões-postais, revelaram a capital pernambucana, a Veneza brasileira, no auge de sua beleza. Documentou, também, obras do porto do Recife durante as administrações dos governadores Herculano Bandeira de Melo (1850 – 1916), Emídio Dantas Barreto (1850 – 1931) e Manuel Borba (1864 – 1928), no período entre 1908 e 1919. Sua obra fotográfica registrou o processo de modernização da cidade. 

 

 

Acessando o link para as fotografias de Francisco du Bocage disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Foi saudado no Jornal do Recife como hábil fotógrafo português (Jornal do Recife, 14 de março de 1895, na quarta coluna), mas algumas publicações se referem a ele como francês. Bocage foi correspondente, no Recife, do Jornal do Brasil e da Revista da Semana. Foi também dono de uma oficina de chapéus para senhoras e crianças e, em um período, ofereceu serviços de massagem e de ginástica médica sueca em seu estabelecimento na rua da Imperatriz, nº 31.

Segundo um documento de identificação expedido em 10 de abril de 1918, no Recife, Bocage era português, naturalizado brasileiro, casado, tinha 1m68 de altura, olhos castanhos escuros, cabelos grisalhos, bigodes brancos, barba raspada e sua profissão era comerciante. Traz ainda uma imagem e a assinatura do fotógrafo. Esse documento foi trazido aos IMS, em fins de 2018, por seu bisneto, Sergio du Bocage.

 

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Documento de identificação de Francisco du Bocage, trazido aos IMS, em fins de 2018, pelo bisneto do fotógrafo, Sergio du Bocage.

 

Sabe-se que foi casado com a alemã Anna du Bocage, com quem teve quatro filhos: Beatriz Augusta, Dinah, Daniel e George. Faleceu em 22 de outubro de 1919, na cidade de Bezerros, no interior de Pernambuco.

 

Cronologia de Francisco du Bocage (1860 – 1919)

 

 

1860 –  Nascimento de Francisco du Bocage, em 14 de abril de 1860, em Portugal, filho de Albino José Pereira e Anna Maria de Oliveira Bocage.

1889 – Francisco du Bocage seria o diretor do curso noturno de Escrituração Mercantil e Línguas, em Salvador, na rua Conselheiro Pedro Luis, n. 38 (Diário do Povo, 15 de maio de 1889, na última coluna). Nesse ano, foi publicado no Almanach Literário um poema , de sua autoria de Francisco Bocage, intitulado “Chromo”. Seria o próprio fotógrafo ou um homônimo?

1892 – Francisco du Bocage chegou no Recife a bordo do vapor nacional Olinda, vindo do sul do Brasil (Diário de Pernambuco, 17 de fevereiro de 1892, na segunda coluna).

No ateliê do fotógrafo, pintor, escultor, músico, colecionador e antiquário Alfredo Ducasble (18? – ?), localizado na rua Barão da Vitória, nº 65, no Recife, Bocage expôs chapéus e capotas (Diário de Pernambuco, 24 de fevereiro de 1892, quarta coluna e Jornal do Recife, 24 de fevereiro de 1892, terceira coluna).

 

 

1894 – Francisco du Bocage declarou, em 11 de janeiro de 1894, a compra da oficina de chapéus para senhoras e crianças do sr. A. Damour, localizada na rua da Imperatriz, 31, que passaria a ser dirigida  pela modista A. du Bocage, sua esposa, Anna. Qualquer reclamação a fazer sobre venda e compra da dita oficina deverá ser dirigida ao signatário deste até o dia 20 do corrente mês, sob pena de nenhum efeito (Diário de Pernambuco, 14 de janeiro de 1894, na terceira coluna).

Nascimento da primeira filha do casal, Beatriz Augusta du Bocage, em 2 de agosto de 1894.

Produziu uma fotografia do cruzador Benjamin Constant, quando o navio esteve no Recife (Jornal do Recife, 13 de setembro de 1894, na sexta coluna).

O Diário de Pernambuco agradeceu o oferecimento feito por Bocage de três esplêndidas fotografias de sua autoria (Diário de Pernambuco, 29 de setembro de 1894, quarta coluna).

 

 

Bocage, do Centro Fotográfico Pernambucano, voltou a presentear o Diário de Pernambuco, dessa vez com duas belíssimas fotografias com cenas movimentadas, tomadas rapidamente, instantaneamente. São ambas de admirável perfeição e dão a exata medida não só da excelência do aparelho fotográfico empregado, mas também da habilidade do operador (Diário de Pernambuco, 17 de outubro de 1894, na quarta coluna).

1895 – Ofereceu ao Jornal do Recife uma fotografia de sua autoria. No agradecimento do jornal, foi saudado como um hábil fotógrafo português (Jornal do Recife, 14 de março de 1895, na quarta coluna).

Bocage colocou à venda retratos de Manoel Ferreira de Assumpção, assassino de Maria Joaquina, personagem de um crime de esquartejamento ocorrido em Pernambuco.

Ofereceu ao Jornal do Recife, fotografias da parte externa do Colégio Salesiano (Jornal do Recife, 4 de julho de 1895, na quinta coluna).

Fotografou a Estrada de Ferro Central de Pernambuco, durante uma visita que várias autoridades e engenheiros fizeram a Caruaru quando os trilhos chegaram à referida cidade (Jornal do Recife, 3 de agosto de 1895, na sétima coluna).

1896 – Foi anunciada a conclusão e a abertura ao público do ateliê da Empresa Centro Artístico Fotográfico, na rua da Imperatriz, 31, sob a direção técnica de Bocage (Jornal do Recife, 5 de janeiro de 1896, na sétima coluna).

 

 

A Recebedoria do Estado de Pernambuco deferiu um pedido de Bocage (Diário de Pernambuco, 21 de abril de 1896,  primeira coluna).

Bocage fotografou sua filha Beatriz com um chapéu formado pelo Jornal do Recife. O registro foi classificado pelo periódico como um esplêndido reclame (Jornal do Recife, 4 de junho de 1896, quarta coluna).

Nascimento de sua filha, Dinah du Bocage, em 12 de junho de 1896.

No mesmo endereço do ateliê da Empresa Centro Artístico Fotográfico, na rua da Imperatriz, 31, Anna du Bocage continuava a modernizar chapéus e capotas, cingindo-se às prescrições dos mais rigorosos figurinos (Jornal do Recife, de outubro de 1896, última coluna). O anúncio é publicado outras vezes ao longo do ano e também em janeiro do ano seguinte.

1898 – Bocage havia importado da França envelopes, cartões, chaminés de vidro e obras de cobre (Jornal do Recife, 21 de abril de 1898, segunda colunaDiário de Pernambuco, 30 de abril de 1898, última coluna).

Nascimento de seu filho, George.

1899 – Bocage estava listado como um dos devedores do imposto das casas comerciais do Recife, no endereço rua da Imperatriz, 31 (Diário de Pernambuco, 3 de julho de 1899, segunda coluna).

1901 – Bocage estava listado como um dos devedores do imposto de bombeiros das casas comerciais do Recife. Seu endereço era ainda rua da Imperatriz, 31 (Jornal do Recife, 3 de janeiro de 1901, quinta coluna).

1904 – O British Colony Photo Club anunciou que tinha uma carta endereçada a Francisco du Bocage, na rua do Apolo, n. 42 (A Província, 12 de março de 1904, primeira coluna).

Bocage fotografou a inauguração do Asilo Magalhães Bastos, na Várzea, no Recife (Jornal Pequeno, 27 de junho de 1904, segunda coluna).

Em Igarassu, Bocage fotografou a inauguração de uma fábrica de cimento da firma Cunha & C. Segundo a notícia, era a primeira fábrica do gênero a funcionar no Brasil (A Província, 17 de novembro de 1904, última coluna).

Foi noticiado que Bocage deu de presente ao jornal A Província uma fotografia da fábrica de cimento São José, em Maria Farinha, e outra da construção do quarto fio telegráfico para Olinda. Na época, o fotógrafo residia na rua Hospital Pedro II, n.5 (A Província, 29 de novembro de 1905, sexta coluna).

1905 – Fotografou a visita de oficiais da canhoneira portuguesa Pátria ao Recife (Diário de Pernambuco, 29 de agosto de 1905, última colunaDiário de Pernambuco, 30 de agosto de 1905, sexta coluna e Jornal do Recife, 30 de agosto de 1905,  última coluna).

Bocage retratou os convidados para o piquenique dos alunos do Colégio 7 de setembro, realizado no engenho Valha-me Deus. Na ocasião, o futuro magnata das comunicações no Brasil, Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892 – 1968), e seu irmão, Oswaldo, recitaram poesias. Seu pai, o sr. Francisco José Chateaubriand Bandeira de Mello, presentou o Jornal do Recife com uma das fotografias do piquenique produzida por Bocage (Jornal do Recife, 10 de setembro de 1905, primeira coluna e Jornal do Recife, 28 de outubro de 1905, última coluna).

1906 - Bocage fotografou a visita do presidente da República eleito Afonso Pena (1847 – 1909) a Carpina, em Pernambuco (A Província, 8 de junho de 1906, sexta coluna).

Era o correspondente em Pernambuco do periódico Jornal do Brasil e da Revista da Semana, ambos do Rio de Janeiro.

Ofertou ao jornal A Província duas fotografias de sua autoria da chegada de Joaquim Nabuco (1849 – 1910) no Recife (A Província, 19 de julho de 1906, quarta coluna).

 

 

Anna Luiza Bocage, esposa de Francisco, foi distinguida com a carta de assistente pelo Hospital Pedro II por ter sido aprovada no curso de obstetrícia (A Província, 26 de novembro de 1906, quinta coluna).

O postal abaixo, publicado no site www.delcampe.net, tem sua produção atribuída a Francisco du Bocage, em 1906. Traz uma imagem do próprio no ato de fotografar.

 

cartao postal

 

1907 – Foram anunciados os serviços da parteira alemã, Mme. A. Luise Hurst du Bocage. Pouco depois, foi anunciada a transferência de sua residência para a rua da Imperatriz, 31. Antes, residia na rua Hospital Pedro II, n. 5 (A Província , 27 de novembro de 1906, segunda coluna). Ainda em 1907, foi anunciada sua nova residência na rua do Dr. Rosa e Silva, 31.  A. Luise Hurst du Bocage é Anna du Bocage, mulher de Francisco (Jornal do Recife, 26 de janeiro de 1907, sexta coluna, Jornal do Recife, 8 de março de 1907, quinta coluna e Jornal do Recife, 12 de março, primeira coluna).

Bocage anunciou seus serviços de massagem e de ginástica médica sueca diversas vezes ao longo de 1907 (Jornal do Recife, 5 de abril de 1907, terceira coluna).

 

 

No anúncio veiculado pelo Jornal do Recife, 4 de julho de 1907, terceira coluna, Bocage explicava seu trabalho como massagista e dos métodos que utilizava em seus exercícios físicos, além de apresentar Mme du Bocage como parteira e massagista.

 

 

 

1908 – Chegou à Alfândega do Recife, proveniente de Hamburgo, na Alemanha, no vapor alemão San Nicola, aparelhos fotográficos importados por Bocage (Diário de Pernambuco, 31 de março de 1908, terceira coluna).

No vapor brasileiro Bahia, chegaram, de novo de Hamburgo, artigos fotográficos para Bocage (Diário de Pernambuco, 26 de julho de 1908, terceira coluna).

Bocage possuía produtos em armazéns da Alfândega do Recife (Jornal do Recife, 8 de agosto de 1908, terceira coluna).

No Recife, Bocage registrou o plantio de aglaias na rua Camarão, obedecendo ao plano traçado pelo ilustre doutor Archimedes de Oliveira, prefeito desta capital  para o embelezamento desta cidade (Diário de Pernambuco, 19 de setembro de 1908, quarta coluna).

1909 – Bocage fotografou a festa realizada pelo Instituto de Proteção à Infância (A Província, 26 de janeiro de 1909,  quinta coluna).

Chegaram ao porto do Recife, a bordo do vapor alemão Corrientes, proveniente de Nova York, placas fotográficas importadas por Bocage (Diário de Pernambuco, 4 de fevereiro de 1908, quinta coluna).

O escriturário Lacerda de Almeida, da Recebedoria do Estado, cientificou ao sr. F. du Bocage, a rua do dr. Rosa e Silva n. 31 a coleta de um imposto no valor de 200$000 (Diário de Pernambuco, 26 de fevereiro de 1909, sexta coluna).

Chegaram ao porto do Recife, provenientes de Hamburgo, na Alemanha, a bordo do vapor alemão Etruria, quatro caixas de artigo para farmácia importadas por Bocage (Diário de Pernambuco, 7 de abril de 1909, terceira coluna).

No vapor alemão Petrópolis, vindo de Hamburgo, na Alemanha, chegaram no porto de Recife 4 caixas de material fotográfico importados por Bocage (Diário de Pernambuco, 24 de julho de 1909, quinta coluna).

Bocage foi um dos autores do serviço fotográfico do Álbum de Pernambuco, organizado pelo jornalista Manuel Monteiro, cuja impressão ficou a cargo da casa do comendador Francisco Pastor. Os outros fotógrafos foram Manuel Tondella, Fernando Piereck, João José de Oliveira, Umbelino Silva, Mario Ribeiro e Luiz Santiago (Diário de Pernambuco, 24 de agosto de 1909, última coluna e Jornal Pequeno, 24 de agosto de 1909, última coluna).

 

 

No vapor alemão São Paulo, chegada de material fotográfico, importado de Hamburgo por Bocage (Diário de Pernambuco, 4 de novembro de 1909, quarta coluna).

Foram enterradas no Cemitério de Santo Amaro, com um intervalo de 9 dias, Beatriz Bocage, de 15 anos, e Carmen du Bocage, de 16 anos. A Brasiliana Fotográfica acredita que, provavelmente, elas eram filhas de Anna e Francisco du Bocage (A Província, 25 de novembro de 1909, segunda coluna A Província, 30 de novembro de 1909, segunda coluna).

1910 – Bocage continuava a importar artigos fotográficos (Diário de Pernambuco, 19 de fevereiro de 1910, quarta coluna;  10 de março de 1910, na quinta coluna; 7 de maio, quinta coluna; 5 de junho, quarta coluna;17 de setembro, quarta coluna; 5 de outubro, sexta coluna).

1911 – A administração dos Correios publicou que Anna e Francisco du Bocage estavam na relação de pessoas que haviam autorizado a entrega de suas correspondências registradas (Jornal do Recife, 21 de julho de 1911, terceira coluna).

Durante o ano, Bocage seguiu fazendo importações de artigos fotográficos (Diário de Pernambuco, 28 de maio de 1911, quarta coluna; 7 de julho, sétima coluna; 8 de junho, terceira coluna; 8 de agosto, quinta coluna; 22 de agosto, quarta coluna; e 20 de outubro, quarta coluna).

Bocage utilizava em seu estabelecimento, a Photographia Industrial e Artística, os filmes Ensign, considerado por ele como superior a qualquer outro (A Província, 14 de setembro de 1911, quarta coluna).

Bocage fotografou a chegada do general Emidio Dantas Barreto (1850 – 1931), futuro governador de Pernambuco, no Recife (A Província, 14 de outubro de 1911, terceira coluna).

1912 – Embarcou no vapor Ilheus rumo a Aracaju, de onde retornou, no vapor Canavieiras (Jornal do Recife, 11 de março de 1912, última coluna, e Jornal do Recife, 23 de março de 1912, última coluna).

A família Porto Carrero fez uma agradecimento a algumas pessoas, dentre elas, Anna du Bocage, pelos cuidados, dedicação e carinho que havia tido com Maria Emilia Uchoa Porto Carrero  (Jornal do Recife, 5 de maio de 1912, quinta coluna).

Francisco du Bocage ofereceu à Biblioteca da Escola Regimental da Força Pública do Estado um grande número de obras de subido valor (Jornal do Recife, 3 de setembro de 1912, sexta coluna).

Chegaram no Recife, a bordo do vapor alemão Queen Eleonora, vindo de Hamburgo, três caixas de material fotográfico importados por Bocage (Jornal do Recife, 20 de novembro de 1912, terceira coluna). Uma caixa de papel fotográfico chegou para ele em um vapor alemão, vindo de Nova York (Jornal do Recife, 9 de dezembro de 1912, quarta coluna).

Bocage fotografou a festa de encerramento das aulas da Escola de Aprendizes Marinheiros (Jornal do Recife, 19 de dezembro de 1912, oitava coluna)

1913 – Seguiam as importações de artigos fotográficos feitas por Bocage (Diário de Pernambuco, 30 de março, quinta coluna).

Embarcou no vapor Pará, rumo a Natal (Diário de Pernambuco, 29 de abril de 1913, última coluna).

Bocage fez o brinde ao dr. Gouveia de Barros, diretor de Higiene do Recife, após uma visita às obras do Matadouro de Peixinhos (Jornal do Recife, 2 de novembro de 1913, segunda coluna).

Seu nome constava em um despacho da prefeitura do Recife (Jornal do Recife, 5 de novembro de 1913, quarta  coluna).

1914 - Bocage foi contratado pelo Jockey Club para registrar as chegadas dos cavalos no fim de cada páreo e, no caso de dúvidas sobre algum resultado, revelar a chapa imediatamente (Jornal do Recife, 19 de abril de 1914, na última coluna).

Anna du Bocage e George, filho do casal Bocage, embarcaram para Bremen, na Alemanha, no vapor alemão Erlangen (Jornal do Recife, 12 de julho de 1914, segunda coluna).

O outro filho do casal Bocage, Daniel, tornou-se conselheiro do recém fundado Riachuelo Football Club (Diário de Pernambuco, 26 de julho de 1914, terceira coluna). Ele estudava no Ginásio Ayres Gama (Diário de Pernambuco, 22 de novembro de 1914, quinta coluna).

1915 – Chegou no Recife, a bordo do vapor inglês Justin, vindo de Nova York, artigos fotográficos, envelopes e produtos químicos para fotografia, importados por Bocage (Jornal do Recife, 2 de julho de 1915, sexta coluna). Dias depois, chegada de papel fotográfico, também importado por ele, vindo de Liverpool, a bordo do vapor inglês Southampton (Jornal do Recife, 25 de julho de 1915, quinta coluna).

Bocage foi convidado a comparecer na 1ª seção dos Correios (Diário de Pernambuco, 24 de novembro, quarta coluna).

Bocage partiu para a Bahia no vapor Olinda e retornou para o Recife no vapor Itapura (A Província, 4 de novembro de 2015, quarta coluna; e Jornal do Recife, 13 de dezembro de 1915, quarta coluna).

1916 - Bocage foi e voltou à Bahia, no vapor Itatinga (A Província, 15 de maio de 1916, primeira coluna; e Jornal do Recife, 28 de agosto de 1916, quarta coluna).

O ministro da Fazenda negou provimento ao recurso ex-oficio interposto pelo Delegado Fiscal de Pernambuco, do seu ato, julgando improcedente o auto lavrado contra Francisco du Bocage, por infração do regulamento dos impostos de consumo (Jornal do Commercio, 6 de junho de 1916, sétima coluna).

1917 – George, filho de Bocage e Anna,  voltou da Europa, a bordo do vapor holandês Hollandia (Jornal do Recife, 5 de janeiro de 1917, primeira coluna).

De volta de uma viagem a Bezerros, Bocage foi saudado como distinto fotógrafo (Diário de Pernambuco, 20 de maio de 1917, primeira coluna).

Acessórios fotográficos e medicamentos importados por Bocage chegaram no Recife a bordo do vapor brasileiro Tapajós, vindo de Nova York (Diário de Pernambuco, 14 de março, terceira coluna e Jornal do Recife, 17 de março de 1917, quarta coluna).

Foi anunciado pela Casa du Bocage, na rua Imperatriz, n. 31, a produção de retratos pelo sistema fotomecânico, perfeitos e inalteráveis…únicos e a preços baratíssimos. O anúncio foi repetido diversas vezes ao longo do ano, mas a partir de julho, o endereço passou a ser rua Imperatriz, n. 13 (Jornal Pequeno, 7 de abril de 1917, primeira coluna e Jornal Pequeno, 5 de julho de 1917, quarta coluna).

Bocage fez uma exposição fotográfica muito elogiada com o tema Maternidade: Pernambuco pode apresentar  Bocage como um grande artista e seus belos trabalhos fotográficos honram qualquer galeria e podem figurar em qualquer certame artístico (A Província, 27 de julho de 1917, primeira coluna).

 

 

1918 – Com o título “Photographia Industrial”, Bocage anunciou não autorizar ninguém a fazer dívidas em seu nome (Diário de Pernambuco, 21 de janeiro de 1918, primeira coluna).

Bocage chegou do Maranhão a bordo do vapor Cururupu (Diário de Pernambuco, 24 de agosto de 1918, segunda coluna).

Após uma viagem ao norte do Brasil, Bocage anunciou o recomeço de seus trabalhos fotográficos, na rua da Imperatriz, 121 (Jornal do Recife, 1º de setembro de 1918, terceira coluna). Dias depois, veiculou uma propaganda de seu estúdio fotográfico (Jornal do Recife de 6 de setembro de 1918).

 

 

1919 – Chegada de material fotográfico importado por Bocage, no vapor inglês Somme, vindo de Londres (Jornal do Recife, 4 de outubro de 1919, terceira coluna).

George du Bocage, filho de Francisco e Anna, estava na relação dos alistados para o serviço militar da cidade do Recife (Diário de Pernambuco, 8 de outubro de 1919, terceira coluna).

Francisco du Bocage faleceu, em 22 de outubro de 1919, na cidade de Bezerros, onde se achava em tratamento de grave enfermidade e onde foi enterrado. Sua esposa, Anna du Bocage, declarou que continuava no mesmo ramo de negócios de seu falecido marido, Francisco du Bocage, à rua da Imperatriz, 121, dedicando-se especialmente ao serviço de amadores postais, vistas, etc, esperando a mesma confiança e boa vontade da parte de seus estimado fregueses ( Jornal Pequeno, 24 de outubro de 1919, terceira coluna; A Rua, 25 de outubro de 1919, quinta coluna; e Jornal do Recife, 26 de outubro de 1919, quarta e sexta colunas).

 

 

 

 

A Casa Bocage anunciou a venda de iluminação à gasolina e de material fotográfico (Diário de Pernambuco, 30 de outubro, na terceira coluna; e 31 de outubro, primeira coluna).

Seu filho, George, tornou-se o proprietário da Casa Bocage (Jornal do Recife, 28 de dezembro de 1919, terceira coluna).

 

 

 

As informações sobre nacionalidade, data de nascimento e filiação de Bocage foram fornecidas por seu bisneto Sergio du Bocage, entre 27 de novembro e 20 de dezembro de 2018.

*Esse artigo foi atualizado em 18 de junho de 2020.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

GERODETTI, João Emilio; CORNEJO, Carlos. Railways of Brazil in Postcards and Souvenir Albums. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2015.

KOSSOY, Boris. Dicionário Histórico Fotográfico Brasileiro. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.

O Brasil na máquina do tempo: coleção referencial da história da fotografia brasileira / [Organizadores] Imager – Centro de Estudos da Imagem Fotográfica e Eduardo Castanho. São Paulo: Instituto Cultural  Itaú, 1997.

Site da Enciclopédia Itaú Cultural

Site da Fundação Joaquim Nabuco

Site do IMS

VASQUEZ, Pedro. Três mestres da fotografia brasileira no século XIXAcervo, Revista do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro, v. 6, n 1-2, jan./dez. 1993, p. 3.