Uma homenagem aos 150 anos da imigração italiana para o Brasil

Para celebrar o Dia Nacional do Imigrante Italiano, a Brasiliana Fotográfica já homenageou essa comunidade e seus descendentes destacando a obra de três talentosos fotógrafos italianos que atuaram no Brasil no século XIX e nas primeiras décadas do século XX: Camillo Vedani (18? – c. 1888)Nicola Maria Parente (1847 – 1911) e Vincenzo Pastore (1865 – 1918), que já foram temas de publicações do portal. Neste artigo, destacaremos as obras dos fotógrafos, também italianos, José Boscagli (1862 -1945) e Luis Terragno (c. 1831 – 1891)

 

Significado da Bandeira da Itália (cores, formato, história,...) -  Enciclopédia Significados

Bandeira da Itália

 

 

José Boscagli (1862 – 1945)

Na maior parte de sua vida, o italiano José Boscagli, nascido em Florença ou em Siena (as fontes variam), foi pintor e desenhista, mas foi também fotógrafo, tendo trabalhado no ateliê de Jacintho Ferrari (18? – 1935), filho do italiano Rafael Ferrari, um dos fotógrafos pioneiros de Porto Alegre, onde passou a morar em torno de 1897. Foi o pintor oficial nas expedições do Marechal Rondon pelo interior do país. Retratou aspectos da fauna, flora, população e costumes locais, destacando-se, especialmente, as representações dos indígenas e aspectos de sua cultura.

 

Acessando o link para as fotografias de José Boscagli disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá visualizar e magnificar as imagens.

 

Luis Terragno (c. 1831 – 1891)

Nascido em Gênova, Luis Terragno foi um dos pioneiros da fotografia no Rio Grande do Sul, onde já encontrava em torno de 1850. Dom Pedro II (1825 – 1891), fotografado por ele, outorgou a Terragno o título de Fotógrafo da Casa Imperial. Foi o fundador da Loja Maçônica Paz e Ordem, em Porto Alegre, e inventou o fixador à base de mandioca, a pistola Terragno, um aparelho para tirar fotografias instantâneas; o Sinete-Terragno e uma máquina para conservar carnes. No período em que atuou no Rio Grande do Sul, do início da década de 1850 a 1891, Luis Terragno testemunhou o crescimento e desenvolvimento de Porto Alegre que, entre 1820 e 1890, passou de cerca de 12 mil habitantes para pouco mais de 52 mil. Os colonos alemães começaram a chegar a partir de 1824 e, os italianos, a partir de 1875. Foi, no estado, contemporâneo dos fotógrafos Justiniano José de Barros (18? -?), de Madame Reeckel (1837 – 19?), de Rafael Ferrari (18? -?) e de Thomas King, dentre outros. Este último também foi agraciado com o título de Fotógrafo da Casa Imperial. Ao longo de sua carreira de fotógrafo, Terragno ofereceu diversos serviços e produtos como, por exemplo, cursos e câmeras para amadores, além de ter investido em técnicas como a estereoscopia e, depois, a impressão fotográfica sobre superfícies diversas – borracha, mármore, porcelana, tecido etc. Teve estabelecimentos fotográficos em diversos endereços de Porto Alegre.

 

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Luis Terragno. [Pedro II, Imperador do Brasil : retrato], 1865. Porto Alegre, RS / Acervo FBN

Acessando o link para as fotografias de autoria de Luis Terragno disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Dia Nacional do Imigrante Italiano

 

A data remete à chegada ao Porto de Vitória, na então província do Espírito Santo, em 17 de fevereiro de 1874, do brigue barca La Sofia, trazendo, a bordo, 388 pessoas oriundas da península itálica, na maioria das regiões do Vêneto e de Trento, esta última ainda sob o domínio austro-húngaro. A La Sofia havia partido de Gênova, em 3 de janeiro de 1874. O desembarque aconteceu, em 21 de fevereiro que, pela  Lei nº 11.687, de 2 de junho de 2008, tornou-se a data oficial, no Brasil, do Dia Nacional do Imigrante Italiano.

 

 

A imigração, após as primeiras leis abolicionistas, tornou-se uma saída para suprir a falta de mão de obra barata. Certamente, esta decisão impactou fortemente o destino dos escravizados no Brasil. Esta expedição, trazendo trabalhadores para substituir a mão de obra escravizada, foi organizada pelo italiano Pietro Tabacchi (? – 1874), que já vivia no país, é considerada o marco do início do processo da migração em massa dos italianos para o Brasil. Foi um empreendimento privado estabelecido a partir de um acordo entre Tabacchi e o Ministério da Agricultura (O Espírito-Santense, 7 de janeiro de 1873, segunda coluna). Inicialmente os colonos trabalharam nas terras de Tabacchi, na colônia de Nova Trento, atual município de Santa Cruz, mas logo houve uma rebelião. Segundo eles, as condições de trabalho eram muito diferentes das combinadas (O Espírito-Santense, 7 de maio de 1874, primeira coluna; e 7 de maio de 1874, segunda coluna).

 

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Pietro Tabacchi (? – 1874)

 

Um grupo seguiu para as colônias do Sul do país. Outro, formado por 145 italianos, se instalou na Colônia Imperial de Santa Leopoldina. Chegando à colônia, foram para o Núcleo do Timbuy, hoje Santa Teresa, primeiro município fundado por italianos, na Região Serrana do Espírito Santo.

 

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Estima-se que, atualmente, aproximadamente 35 milhões de descendentes de italianos vivam no Brasil.

Uma curiosidade: A Hospedaria de Imigrantes do Brás, em São Paulo, inaugurada em 1887, e, desde 1993, local do Museu da Imigração, acolheu cerca de 800 mil imigrantes italianos durante o final do século XIX e início do século XX.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

Brasiliana Fotográfica

Folha de São Paulo

G1

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

Site DW

Site Museu da Imigração

 

 

Dia Nacional do Imigrante Italiano

Para celebrar o Dia Nacional do Imigrante Italiano, a Brasiliana Fotográfica homenageia essa comunidade e seus descendentes destacando a obra de dois talentosos fotógrafos de origem italiana que atuaram no Brasil no século XIX e nas primeiras décadas do século XX: Camillo Vedani (18? – c. 1888) e Vincenzo Pastore (1865 – 1918) – eles já foram temas de publicações do portal. Pela importância que a comunidade italiana tem na história do Brasil, a lei nº 11.687, de 2 de junho de 2008 instituiu oficialmente o Dia Nacional do Imigrante Italiano no calendário de todo o território nacional. O dia 21 de fevereiro foi escolhido devido à expedição que Pietro Tabacchi fez ao Espírito Santo, em 1874, marco do início do processo da migração em massa dos italianos para o Brasil. Estima-se que atualmente aproximadamente 30 milhões de descendentes de italianos vivam em terras brasileiras.

Camillo Vedani foi o desenhista da comissão encarregada do estudo do traçado da ferrovia Madeira-Mamoré, em 1883. Identificava-se como “Photographo Paizagista” e era também professor de desenho e da língua italiana, tendo se estabelecido no Rio de Janeiro em torno de 1853. Produziu excelentes registros da cidade e também da Bahia, onde residiu entre 1860 e 1865. Na ocasião, trabalhou para a Bahia and São Francisco Railway.  Voltou para o Rio de Janeiro e morou durante um período em Campos.

 

 

Acessando o link para as fotografias de Camillo Vedani disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

A obra do bem sucedido imigrante italiano, o fotógrafo italiano Vincenzo Pastore, importante cronista visual de São Paulo da segunda metade do século XIX e do início do século XX, ficou, durante décadas, em uma caixa de charutos, sem negativos. O segredo de família chegou ao fim quando as fotografias foram herdadas por seu neto, o pianista e professor Flávio Varani, que as doou – 137 imagens – para o Instituto Moreira Salles, em 1997. Com sua câmara, Pastore capturava tipos e costumes de um cotidiano ainda pacato de São Paulo e com seu olhar sensível flagrava trabalhadores de rua. Ao retratar pessoas simples do povo, Pastore realizou, na época, um trabalho inédito na história da fotografia paulistana.

 

 

Acessando o link para as fotografias de Vincenzo Pastore disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

 

 

Para mais informações sobre Camillo Vedani e Vincenzo Pastore acessar as publicações:

O fotógrafo paisagista Camillo Vedani (18?, Itália – c. 1888, Brasil)

Vincenzo Pastore (Casamassima, Itália 5 de agosto de 1865 – São Paulo, Brasil 15 de janeiro de 1918)

 

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica