A beleza das baianas na fotografia do século XIX no Brasil

A Brasiliana Fotográfica homenageia a beleza das baianas na fotografia do século XIX no Brasil na data da comemoração do Dia Nacional da Baiana de Acarajé, publicando imagens produzidas por Alberto Henschel (1827 – 1882) e por Marc Ferrez (1843 – 1923). Estas fotografias da segunda metade do século XIX, período ainda de vigência do trágico regime de escravidão que marcou e moldou a história de nosso país, nos colocam face a face com mulheres que vivenciaram diretamente a sociedade daquele momento em todas as suas contradições, algumas libertas, outras ainda na condição de escravizadas, todas, entretanto, integrantes da construção deste legado de cultura e de resistência. Os registros revelam sua beleza, dignidade e altivez.

A baiana, oriunda das ruas de Salvador, tornou-se ao longo da história uma figura emblemática e tradicional da cultura brasileira. Dá nome, inclusive, a uma ala obrigatória das escolas de samba do país. Foi na casa de uma baiana, Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata (1854 – 1924), no coração da Pequena África, apelido da Praça XI, que o samba nasceu, no Rio de Janeiro. Foi em 27 de novembro de 1916 que o compositor Donga (1889 – 1974) registrou na Biblioteca Nacional a música “Pelo telefone”, considerada o primeiro samba, composta em uma das festas da casa de Tia Ciata.

Acessando o link para as fotografias de baianas de autoria de Alberto Henschel e de Marc Ferrez disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

O Dia Nacional da Baiana de Acarajé foi instituído pela Lei nº 12.206, de 19 de janeiro de 2010, e é, desde então, comemorado anualmente, no dia 25 de novembro, em todo o país. Anteriormente só era festejado na Bahia. O ofício das baianas de acarajé é considerado patrimônio cultural imaterial do Brasil, um reconhecimento oficial e da sociedade à importância da atividade.

“Este bem cultural de natureza imaterial, inscrito no Livro dos Saberes em 2005, é uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia. Dentre as comidas de baiana destaca-se o acarajé, bolinho de feijão fradinho preparado de maneira artesanal, na qual o feijão é moído em um pilão de pedra (pedra de acarajé), temperado e posteriormente frito no azeite de dendê fervente. Sua receita tem origens no Golfo do Benim, na África Ocidental, tendo sido trazida para o Brasil com a vinda de escravos dessa região.”

Alguns dos aspectos abordados quando o ofício foi registrado foram a indumentária da baiana, a preparação do tabuleiro e locais onde se instalam e os significados atribuídos pelas baianas ao seu ofício.

 

 

 

Link para o artigo O enigma da “negra da Bahia”, de Hanayrá Negreiros, publicado em 16 de março de 2021, na Revista de Fotografia Zum*

*Essa informação foi inserida no artigo em 17 de março de 2021.

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica