Série “O Rio de Janeiro desaparecido” XXIV – O luxuoso Palace Hotel, na Avenida Rio Branco, uma referência da vanguarda artística no Rio de Janeiro

Com imagens produzidas por Antônio Caetano da Costa Ribeiro (18? – 19?), Augusto Malta (1864 – 1957), Guilherme Santos (1871 – 1966) e por um fotógrafo ainda não identificado, a Brasiliana Fotográfica conta um pouco da história do luxuoso Palace Hotel, tema do 24º artigo da Série O Rio de Janeiro desaparecido. Diversas exposições de fotografia e de pintura foram realizadas no Palace, tornando-o um pólo da vanguarda artística do Brasil, tema da poesia Rondó do Palace Hotel, de Manoel Bandeira.  O escritório Januzzi e Irmão foi responsável por seu projeto e também pelo do Teatro Phenix – aprovado em 14 de novembro de 1906 -, dois empreendimentos da família Guinle. O Teatro Phenix, contiguo ao Palace, será tema de um futuro artigo do portal.

 

 

Convidamos nossos leitores a explorar as fotografias com a ferramenta zoom e, a partir daí, fazer um passeio pelo Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX, observando mais de perto a paisagem urbana carioca e seus personagens.

Acessando o link para as fotografias do Palace Hotel, na avenida Rio Branco, disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

Um pouco da história do Palace Hotel

 

 

Localizado na Avenida Central , número 185, esquina com a rua Almirante Barroso, o Palace Hotel ficava na espinha dorsal do mundo das compras e do lazer dos elegantes, dos negócios e da cultura da então capital federal. Ficava no ponto mais nobre da avenida, onde também estavam situados os prédios do Jockey Club, projeto do arquiteto Heitor de Mello (1875 – 1920), inaugurado em 1913 e demolido na década de 1970; e do Clube Naval, projetado pelo italiano Tommaso Bezzi (1844 – 1915), executado por Heitor de Mello, inaugurado em 1910, e tombado em 1987 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.

A linha central da avenida havia sido inaugurada pelo presidente Rodrigues Alves (1848 – 1919), em 7 de setembro de 1904 (O Paiz, 8 de setembro de 1904, na sexta coluna, sob o título “Avenida Central” e Gazeta de Notícias, de 8 de setembro de 1904, na última coluna). No ano seguinte, 1905, sob um temporal, a avenida foi aberta oficialmente, em 15 de novembro (O Paiz, 16 de novembro de 1905, na quinta coluna, sob o título “15 de Novembro”).

 

 

A abertura da avenida foi uma das principais marcas da reforma urbana realizada por Francisco Pereira Passos (1836 – 1913), o bota-abaixo, entre 1902 e 1906, período em que foi prefeito do Rio de Janeiro. Essas transformações foram definidas por Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914), autor da seção “Binóculo”, da Gazeta de Notícias, com a máxima “O Rio civiliza-se”, que se tornou o slogan da reforma urbana carioca, que tornou o Rio uma cidade cosmopolita, moderna. A Avenida Central inaugurou um novo eixo da cidade em direção ao mar, a orla foi embelezada com a Avenida Beira-Mar, aberta em 1906, e a cidade, antes portuária, incorporou à sua vida urbana as praias de CopacabanaIpanema e Leblon.

 

 

O nome da Avenida Central foi mudado, por decreto, em 15 de fevereiro de 1912, para Avenida Rio Branco, uma homenagem ao diplomata e ministro das Relações Exteriores do Brasil, o barão de Rio Branco ( 1845 – 1912), que havia falecido cinco dias antes (O Paiz, 16 de fevereiro de 1912, sob o título “Barão do Rio Branco”).

No Álbum da Avenida Central, lançado em 1907 pelo fotógrafo Marc Ferrez (1843 – 1923), havia desenhos das fachadas do Palace, que ficava na avenida, e do Teatro Phenix, contiguo ao hotel, na Almirante Barroso, ainda Barão de São Gonçalo. Tanto o hotel como o teatro chamavam-se Avenida e fazian m parte do prédio 1885-187-189-191. Nenhum dos dois estava construído quando o álbum foi produzido, portanto não puderam ser fotografados. Quando foram construídos passaram a chamar-se Palace Hotel e Theatro Phenix. Esse álbum é um importante registro da reforma da principal via da então capital federal, onde ele contrapôs reproduções das plantas às fotografias das fachadas de cada edifício documentado. Esse tipo de fotografia foi fundamental para a construção e para a difusão de uma nova imagem do Rio de Janeiro, uma imagem associada aos ideais de civilização e progresso.

 

 

 

O Palace Hotel pertencia a Eduardo Palassin Guinle (1846 – 1912), patriarca de sua influente e abastada família. As obras do hotel foram concluídas em torno de 1915 e ele foi inaugurado, em julho de 1919. Foi o ponto de encontro da elite carioca, de celebridades nacionais e internacionais, além de ter sido o palco de diversos e importantes eventos culturais e mundanos. Na época, o Rio de Janeiro era tanto pólo de atração como modelo para as capitais estaduais.

 

 

Foi o primeiro empreendimento da família Guinle gerenciado pelo empresário Octávio Guinle (1886 – 1968), filho de Eduardo. O negócio contava com a sociedade do barão de Saavedra (1890 – 1956) e de Francisco Castro e Silva (18? – 19? que juntos comandavam a Companhia Hotéis Palace, fundada em 1919, mesmo ano da inauguração do Palace. Marcou o início de uma nova fase da indústria hoteleira no Rio de Janeiro. Eles também construíram o Copacabana Palace Hotel, quintessência do glamour carioca, inaugurado em 13 de agosto de 1923.

 

 

Pouco depois da inauguração do Palace Hotel foi realizado um grande banquete em um dos seus salões para autoridades que estavam no Rio de Janeiro para a posse do presidente Epitácio Pessoa (1865 – 1942) (O Paiz11 de julho de 1919, primeira coluna20 de julho de 1919, segunda colunaCorreio da Manhã, 30 de julho de 1919, antepenúltima coluna). Antes de se instalarem no Palácio do Catete, muitos  presidentes da República eleitos se hospedavam lá até o dia da posse. Washington Luis (1896 – 1957) esteve, em 1926, no quarto 309, e para o mesmo quarto voltou depois de seu exílio, 15 anos depois.

O Palace possuía 8 andares, servidos por seis elevadores, com 250 quartos de dormir. Sua imagem está mais próxima dos modelos dos palácios urbanos italianos, do barroco ou mesmo de exemplos maneiristas, inspirados na matriz renascentista de Florença. Sofreu uma intervenção do arquiteto francês Joseph Gire (1872 – 1933), provavelmente durante a década de 20. Gire foi o responsável pelos projetos dos hoteis Gloria (1922) Copacabana Palace (1923), dentre vários outros emprendimentos no Rio de Janeiro.

 

 

“Todos os quartos tem água quente e fria e o estylo do mobiliário é de muito bom gosto. A Empresa fez ligar para todos os quartos 10 linhas principaes de telephones. A sala de jantar, situada no sétimo andar, esta ricamente decorada, podendo conter 500 pessoas. As suas grandes janellas de sacada conduzem a grandes terraços com vista para a cidade e Bahia, tocando durante todas as refeições uma orchestra de primeira classe. O estabelecimento é dirigido segundo systema europeu, e tem serviço de cozinha irreprehnsível. O hotel tem ainda espaçosos salões de leitura, de visitas, recepção, baile, sala de concertos, bibliotheca, barbeiro, etc., etc. Na cave do edifício há grande stocks dos melhores vinhos. A Companhia emprega 230 pessoas. Todo o pessoal em contacto com os hospedes falla portuguez, inglez, francez, italiano, espanhol e allemão. Para o serviço de cosinha emprega 60 cosinheiros. A direção do hotel está entregue ao Snr. Jean Paul, da Dinamarca, tendo este senhor uma larga experiência nos hotéis das principaes cidades de Europa e dos Estados Unidos da América do Norte”.

Enciclopédia Comercial, Globe Encyclopedia Company, 1924, London.

 

Segundo o diplomata Maurício Nabuco (1891 – 1979) em seu livro Reflexões e reminiscências, o Palace Hotel teria sido a primeira grande hospedaria do Brasil e se tornado o centro de jovens casais. Em seu bar teria nascido o hábito de se tomar um aperitivo elegante à hora do jantar.  Ainda sobre o bar: sua entrada independente teria atraido, segundo Lucia Meira Lima, as mais formosas “francesas” que aqui aportaram e despertavam paixões entre a jeunesse dorée e os balzaqueanos das décadas de 1920 e 1930. Outros ambientes requintados do hotel eram o Salão Nobre, o Salão de Leitura e o Jardim de Inverno, que antecedia o salão que mais tarde abrigaria as exposições promovidas pela Associação dos Artistas Brasileiros (AAB), localizado ao fundo.

Várias homenagens, chás dançantes, recitais, almoços e jantares, bailes de carnaval eram realizados em seus salões. Foi no Palace Hotel que a poetisa gaúcha Iveta Ribeiro  (1886 – 1962) apresentou a revista Brasil Feminino, que dirigia (Revista da Semana, 6 de fevereiro de 1932).

 

 

 

 

 

 

Funcionou até 15 de setembro de 1950, quando o gerente sr. Rubens Bokel de Freitas mandou que fosse cerrada em definitivo a porta principal daquele estabelecimento, conforme informado no artigo O fim de uma época, de João Martins, publicado na revista O Cruzeiro, 7 de outubro de 1950. Teve seus bens leiloados. Foi demolido entre 1950 e 1951 (O Jornal, 17 de setembro de 1950, primeira coluna; Jornal do Brasil, 24 de setembro de 1950Jornal do Brasil, 5 de novembro de 1950, penúltima colunaJornal do Brasil, 20 de janeiro de 1951).

 

 

Em seu lugar foi erguido o Edifício Condomínio Marquês do Herval, projeto do escritório MMM Roberto, dos irmãos arquitetos Maurício, Marcelo e Milton; e uma das principais construções de arquitetura modernista do Rio de Janeiro. Foi inaugurado, em 1956,  com 36 andares, 35 mil metros quadrados de área construída e 600 unidades, incluindo as lojas e sobrelojas.

 

Edifício Marquês do Herval

Edifício Marquês do Herval

 

 

O Palace Hotel como referência de vanguarda artística

 

Foi uma referência da vanguarda artística desde os primeiros anos da década de 1920. Diversas exposições de pintura e fotografia aconteceram em seus salões.

 

Algumas exposições de fotografia realizadas no Palace Hotel

 

Algumas importantes exposições de fotografia aconteceram no Palace Hotel, dentre elas, o Salão do Branco e Preto, e uma de águas- fortes photographicas de Fernando Guerra Duval (18? – 1959), em outubro de 1932 (Revista da Semana, 8 de outubro de 1932O Malho, 15 de outubro de 1932).

 

 

 

Em outubro de 1933, realizou-se outra exposição de Fernando Guerra Duval (18? – 1959), um dos fundadores, em 1923, do Photo Club Brasileiro, uma associação de fotógrafos, no Rio de Janeiro, formada pelos associados do Photo Club do Rio de Janeiro, fundado em 1910, que se juntaram a fotógrafos de arte para debater as relações entre fotografia e arte. O Photo Club Brasileiro promovia cursos, concursos, exposições e excursões. Publicou as revistas Photo Revista do Brasil (1925 – 1926) e Photogramma (1926 – 1931). Também organizava salões anuais, o primeiro deles inaugurado em 4 de julho de 1924, no Liceu de Artes e Ofícios (Artigo de Fernando Guerra Duval, na Gazeta de Notícias, 9 de julho de 1924), além de divulgar novas técnicas e estéticas, mantendo correspondência com sociedades internacionais de fotografia. Até o fim da década de 1940, foi uma instituição fundamental na difusão da ideia da fotografia como arte. Uma matéria da revista Para Todos, de 17 de setembro de 1927, sobre a quarta exposição anual do Photo Club, ilustrava essa função primordial da associação. Alguns de seus membros de destaque foram Alberto Friedmann, Barroso Neto, Herminia Borges, João Nogueira Borges, Oscar de Teffé e Silvio Bevilacqua. Foi um reduto do pictorialismo.

 

 

Fernando, símbolo de elegância e frequentador dos mais requintados e intelectualizados salões cariocas desde as primeiras décadas do século XX, foi também poeta, ator e barítono. Foi casado com Stella de Carvalho Guerra Duval (1879 – 1971), fundadora da Pró-Matre e também da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, ao lado de Bertha Lutz  (1894 – 1976) e Jerônima Mesquita (1880 – 1972), dentre outras. Em 1939, era o presidente da Associação dos Artistas Brasileiros, cuja sede era o Palace Hotel. Em 1942, era seu coordenador-geral. Faleceu em novembro de 1959 (A Rua, 25 de outubro de 1916, última coluna; Vida Doméstica, junho de 1927O Paiz, 22 e 23 de setembro de 1930, penúltima colunaRevista da Semana, 7 de outubro de 1933; O Imparcial, 31 de julho de 1935, terceira colunaFon Fon, 2 de dezembro de 1939; O Malho, novembro de 1942; Correio da Manhã, 5 de dezembro de 1959, penúltima coluna).

 

 

Em 1935, foi realizada a Exposição Fotográfica do Touring Club do Brasil (Revista da Semana, 14 de dezembro de 1935).

 

 

Em 1937, realizou-se o Salão Pinturial Fotográfico (Revista da Semana, 30 de outubro 1937).

 

 

Em 1938, foram as seguintes as exposições de fotografia no Palace:

 

 

Em outubro de 1939, realização de mais um Salão em Preto e Branco.

 

 

No mês seguinte, no dia 4, foi inaugurada a exposição fotográfica de Jorge de Castro (? – 19?) intitulada Clichês, no Palace Hotel.  Foram exibidas imagens de paisagens rurais, de árvores, de habitações, de recantos poéticos do Rio de Janeiro, além de retratos de pessoas anônimas e também de registros do maestro Villa-Lobos, dos poetas Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Nery e Oswald de Andrade;, dos escritores Anibal Machado, Jorge Amado e José Lins do Rego; da pintora Adagisa Nery, do ministro Gustavo Capanema, dentre outros (Correio da Manhã, 4 de novembro de 1939, primeira coluna; Revista da Semana, 18 de novembro de 1939).

 

 

“Fundamentalmente realista, amando as visões da vida, ele as interpreta, porém, captando o momento e o ângulo rico ou compondo o ambiente em que a realidade capitula diante da luz e se converte numa expressão sugestiva e bela”.

Mário de Andrade sobre Jorge de Castro na crônica O homem que se achou,

1940

 

Algumas exposições de pinturas realizadas no Palace Hotel

 

 

… como a de artistas da Escola de Paris, trazida ao Brasil, em 1930 por Vicente do Rego Monteiro e Géo-Charle; a exposição de Arquitetura Tropical, em 1933; o Salão dos Novos, em 1926; o Salão de Maio, em 1936; Além das primeiras individuais de Cícero Dias, em 1928; Ismael Nery, Portinari e Tarcila do Amaral, em 1929; Bruno Lechovski, em 1931; e outras de Scliar, Segall, Armando Viana, Waldemar da Costa, Kaminagai, Nivouliés de Pierrefort, Manuel Constantino, Colette Pujol, Dimitri Ismailovitch etc. Na década de 50, o Palace Hotel seguia realizando exposições, porém menos significativas e provavelmente sem o aval da Associação dos Artistas Brasileiros.

Cronologia das Artes Plásticas no Brasil 1816-1994

 

 

De Ismael Nery, Exposição Foujita no Palace Hotel - 1931

De Ismael Nery, Exposição Foujita no Palace Hotel – 1931

 

O primeiro registro de uma exposição realizada no Palace é de 1923 quando Sylvia Meyer (1889 – 1955) mostrou, em um de seus salões, retratos em pastel que foram muito bem recebidos pela crítica e pelo público. Foi sua primeira exposição individual. Voltou a expor no Palace Hotel, em 1932, e a poetisa e feminista Anna Amélia Carneiro de Mendonça (1896 – 1971), uma das organizadoras do I Salão de Arte Feminina, em 1931, escreveu uma crítica muito favorável à artista (Diário de Notícias, 9 de outubro de 1932, primeira coluna).

 

 

A partir de 1929, o Palace Hotel sediou muitas exposições sob o patrocínio da Associação dos Artistas Brasileiros (AAB), fundada por iniciativa dos artistas plásticos e irmãos Armando e Mário Navarro Costa, e pelo jornalista, escritor, dramaturgo, professor, historiador e crítico de arte Celso Kelly (1906 – 1979). A Associação dos Artistas Brasileiros surgiu a partir do convívio de artistas plásticos dos mais variados ramos durante o 1º Salão dos Artistas Brasileiros, sediado no salão nobre da Biblioteca Nacional, em 1928. Sua sede, após passar pelo Liceu e Artes e Ofícios e pelo Teatro Cassino, passou a ser, em fins de 1929, o Palace Hotel, onde promoveu exposições antológicas.

Além das já citadas exposições, o Palace Hotel também recebeu, em 1927, uma exposição conjunta de Oswaldo Goeldi (1895 – 1961) com o príncipe russo Paulo Gagarin (1885 – 1980); de Tarsila do Amaral (1886 – 1973), em 1929; de Gilberto Trompovski (1908 – 1982), em 1930; de Levino Fânzeres (1884 – 1956), em 1931; de Haydéa (1896 – 1980) e Manoel Santiago (1897 – 1987) e de Eugenio Latour (1874 – 1942), em 1932; de Hernani do Irajá (1895 – 1969), de Georgina de Albuquerque (1895 – 1962), de Olga Mary (1891 – 1963) e Raul Pedrosa (1892 – 1962), de Oswaldo Teixeira (1905 – 1974) e do francês Marcel Féguide (1888 – 1968), em 1933; do retratista português Henrique Medina (1901 – 1988), do polonês Konstanty Brandel (1880 – 1970), do italiano José Boscagly (1862 – 1945), em 1935; de alunos de Cândido Portinari (1903 – 1962), em 1936; de Alberto da Veiga Guignard (1896 – 1962), de Sarah Villela de Figueiredo (1903 – 1958), em 1938; dentre inúmeras outras.

 

 

A já mencionada exposição organizada por Vicente do Rego Monteiro (1899 – 1970), foi a primeira mostra de arte moderna europeia na América do Sul e congregou obras de artistas do calibre de Fernand Léger (1881 – 1955), Georges Braque (1882 – 1963), Pablo Picasso (1881 – 1973) e Raoul Dufy (1877 – 1953).

 

 

 

 

Foi também no Palace Hotel que o mundialmente famoso arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright (1867 – 1959) proferiu sua  última palestra da temporada que passou no Rio de Janeiro, entre 2 e 24 de outubro de 1931.

Segundo Adriana Marta Irigoyen de Toucedo:

arquiteto

 

O Palace Hotel foi personagem de uma das poesias do grande Manuel Bandeira (1886 – 1968) que revelou, em uma entrevista ao cronista Paulo Mendes Campos (1922 – 1991), publicada na Revista Província de São Pedro, em 1949, que ela referia-se à Lembrança de uma farra de Carnaval com Cícero Dias no saguão do Palace HotelRondó do Palace Hotel foi publicada no livro Estrela da Manhã (1936).

 

 

 

Rondó do Palace Hotel

por Manuel Bandeira

No hall do Palace o pintor
Cícero Dias entre o Pão
De Açúcar e um caixão de enterro
(É um rei andrógino que enterram?)
Toca um jazz de pandeiro com a mão que o Blaise Cendrars perdeu na guerra.

Deus do céu, que alucinação!
Há uma criatura tão bonita
Que até os olhos parecem nus:
Nossa Senhora da Prostituição!
-“Garçom, cinco martínis!” Os
Adolescentes cheiram éter
No hall do Palace.

Aqui ninguém dá atenção aos préstitos
(Passa um clangor de clubes lá fora):
Aqui dança-se, canta-se, fala-se
E bebe-se incessantemente
Para esquecer a dor daquilo
Por alguém que não está presente
No hall do Palace.

 

 

 

Andrea C.T. Wanderley

Editora e Pesquisadora da Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

 

BULCÃO, Clóvis. Os Guinle: a história de uma dinastia. Rio de Janeiro : Intrínseca, 2015.

BATISTA, Antonio José de Sena. Arquitetos sem halo: a ação dos escritórios M.M.M.Roberto e Henrique Mindlin Arquitetos Associados. Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em História Social da Cultura, do Departamento de História da PUC-Rio, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em História, março de 2013.

CATTAN, Roberto Correia de Mello. A Família Guinle e a Arquitetura do Rio de Janeiro Um capítulo do ecletismo carioca nas duas primeiras décadas do novecentos. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História do Departamento de História da PUC-Rio, novembro de 2013.

CAVALCANTI, Lauro, org., Quando o Brasil Era Moderno Artes plásticas no Rio de Janeiro 1905-1960, Rio de Janeiro : Aeroplano Editora, 2001.

COSTA, Helouise. Pictorialismo e Imprensa: O Caso da Revista O Cruzeiro (1928-1932). In: FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia:  Usos e Funções no Século XIX. 2 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. (Texto & Arte, 3).

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

MARCHESAN, Luiz Gonzaga. Antonio Cândido na revista Texto.

MENDES, Ricardo org. Pensamento crítico em fotografia – Antologia Brasil – 1890 – 1930. FUNARTE, 2013.

MORAES, Frederico. Cronologia das Artes Plásticas no Brasil 1816-1994. Rio de Janeiro : Topbooks, 2001.

Site Clube Naval

Site Estilos Arquitetônicos

Site Inepac

SOARES, Débora Poncio. ENTRE APAGAMENTOS E LEMBRANÇAS: A artista Sylvia Meyer (1889 – 1955). Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de bacharel em História da Arte, 2021.

TOUCEDO, Adriana Marta Irigoyen de. Frank Lloyd Wright e o Brasil.  Dissertação de Mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos – Universidade de São Paulo, 2000.

XAVIER, Roger Ferreira. Os comediantes: da gênese à formulação do teatro do futuro (1938-1942). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de Mestre em Artes Cênicas. Linha de Pesquisa: História e Historiografia do Teatro e das Artes

Youtube – O LUXUOSO PALACE HOTEL DOS PRESIDENTES E ARTISTAS MODERNISTAS

 

Links para os outros artigos da Série O Rio de Janeiro desaparecido

 

Série O Rio de Janeiro desaparecido I Salas de cinema do Rio de Janeiro do início do século XXde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de fevereiro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido II – A Exposição Nacional de 1908 na Coleção Família Passos, de autoria de Carla Costa, historiadora do Museu da República, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 5 de abril de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido III – O Palácio Monroe, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica, em 9 de novembro de 2016.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IV - A via elevada da Perimetral, de autoria da historiadora Beatriz Kushnir, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2017.

Série O Rio de Janeiro desaparecido V – O quiosque Chopp Berrante no Passeio Público, Ferrez, Malta e Charles Dunlopde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portalpublicado na Brasiliana Fotográfica em 20 de julho de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VI – O primeiro Palácio da Prefeitura Municipal do Rio de Janeirode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de setembro de 2018.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VII – O Morro de Santo Antônio na Casa de Oswaldo Cruzde autoria de historiador Ricardo Augusto dos Santos da Casa de Oswaldo Cruzpublicado na Brasiliana Fotográfica em 5 de fevereiro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido VIII – A demolição do Morro do Castelode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portalpublicado na Brasiliana Fotográfica em 30 de abril de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido IX – Estrada de Ferro Central do Brasil: estação e trilhosde autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de novembro de 2019.

Série O Rio de Janeiro desaparecido X – No Dia dos Namorados, um pouco da história do Pavilhão Mourisco em Botafogode autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de junho de 2020.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XI – A Estrada de Ferro do Corcovado e o mirante Chapéu de Sol, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 22 de julho de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XII – o Teatro Lírico (Theatro Lyrico), de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 15 de setembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIII – O Convento da Ajuda, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 12 de outubro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIV – O Conselho Municipal, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de novembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XV – A Praia de Santa Luzia no primeiro dia do verão, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 21 de dezembro de 2021.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVI – O prédio da Academia Imperial de Belas Artes, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, publicado na Brasiliana Fotográfica em 13 de janeiro de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVII – Igreja São Pedro dos Clérigos, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 18 de março de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XVIII – A Praça Onze, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 20 de abril de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XIX – A Igrejinha de Copacabana, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 23 de junho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XX – O Pavilhão dos Estados, futuro prédio do Ministério da Agricultura, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 26 de julho de 2022.

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXI – O Chafariz do Largo da Carioca, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 19 de setembro de 2022. 

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXII – A Cadeia Velha que deu lugar ao Palácio Tiradentes, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicado na Brasiliana Fotográfica em 11 de abril de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXIII e Avenidas e ruas do Brasil XVII - A Praia e a Rua do Russel, na Glória, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 15 de maio de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVI – Conclusão do arrasamento do Morro do Castelo por Augusto Malta, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, publicada em 14 de dezembro de 2023

Série O Rio de Janeiro desaparecido XXVII e Série Os arquitetos do Rio de Janeiro V – O Jockey Club e o Derby Club, na Avenida Rio Branco e o arquiteto Heitor de Mello (1875 – 1920), de autoria de Andrea c. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal, em 15 de janeiro de 2024

 

Outros artigos publicados na Brasiliana Fotográfica sobre hotéis

 

Hotéis do século XIX e do início do século XX no Brasil, publicado em 5 de novembro de 2015 , de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica.

O Hotel Glória – antes e depois, publicado em 21 de dezembro de 2017, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica.

Copacabana Palace, símbolo do glamour carioca, publicado em 13 de agosto de 2020, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica.

O Hotel Pharoux por Revert Henrique Klumb, publicado em 15 de junho de 2022, publicado em 13 de agosto de 2023, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica.

O centenário do Copacabana Palace, quintessência do “glamour” carioca, e seu criador, o arquiteto francês Joseph Gire, publicado em 13 de agosto de 2023, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora da Brasiliana Fotográfica.

Série “Feministas, graças a Deus!” XVI – O I Salão Feminino de Arte, em 1931, no Rio de Janeiro

Entre 6 e 30 de junho de 1931, aconteceu, no Rio de Janeiro, o I Salão Feminino de Arte, em um dos salões da Escola Nacional de Belas Artes.  Foi um dos muitos eventos importantes da história das artes plásticas no Brasil ocorridos na cidade durante o referido ano e é o tema do décimo sexto artigo da série Feministas, graças a Deus!. O Salão Feminino é considerado, até hoje, a primeira exposição realizada no país com a participação exclusiva de mulheres nas áreas de arquitetura, artes aplicadas, escultura, gravura e pintura. Fotografias das pintoras Georgina Albuquerque (1885 – 1962) e Sylvia Meyer (1889-1955); e da escultora Nicolina Vaz de Assis Pinto do Couto (1874 – 1941), integrantes da mostra de 1931, fazem parte do Álbum de artistas doado, em 1932, pelo escritor M. Nogueira da Silva (1880 – 1943), à Seção de Estampas da Fundação Biblioteca Nacional, uma das instituições fundadoras da Brasiliana Fotográfica.

As imagens de Nicolina Pinto do Couto são das décadas de 10 e de 20 e, em algumas, ela está acompanhada de seu marido, o escultor português Rodolfo Pinto do Couto (1888 – 1945). Há ainda um registro de Nicolina com um grupo de artistas no Salão Nacional de 1913.

 

 

Acessando o link para as fotografias de mulheres do Álbum de Artistas disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas.

 

As fotografias de Silvia Meyer são de 1912: de aulas de pintura ao ar livre e de uma cena do concurso de fim de ano na Escola Nacional de Belas Artes.

 

 

Os registros de Georgina Albuquerque são da década de 1910: em um deles ela está com sua família, filhos e marido, o também pintor Lucilio de Albuquerque (1877 – 1939) e, em outro, ela está com seus filhos.

 

 

No Álbum dos artistas, vale ressaltar que, dentre imagens de dezenas de artistas, existem apenas fotos de cinco mulheres. Além das já citadas, imagens da arquiteta Arinda Sobral (1883 – 1981) e da pintora Angelina Agostini (1888 – 1973).

O I Salão Feminino de Arte foi promovido pela Sociedade Brasileira de Belas Artes, dirigida por Augusto José Marques Junior (1887 – 1960), em colaboração com a Associação de Artistas Brasileiros. A iniciativa foi apoiada pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), que se propôs a envidar esforços para que o evento fosse exitoso, revelando que, naquele momento do feminismo brasileiro, a organização de uma mostra com participação exclusiva de mulheres foi um fato importante para o movimento.

Em um artigo de Conceição Andrade de Arroxelas Brandão, publicado no Diário de Notícias, de 1º de fevereiro de 1931, fica evidente o entusiasmo da FBPF pela realização do I Salão Feminino de Arte (Diário de Notícias, 1º de fevereiro de 1931, última coluna).

 

 

Lembramos que, em torno de 1931, a busca pela emancipação da mulher no Brasil, principalmente a partir da luta pelo voto feminino, estava em alta e contava com feministas como Bertha Lutz  (1894 – 1976), fundadora de FBPF, em 1922; Natércia Cunha Silveira (1905 – 1993), fundadora da Aliança Nacional de Mulheres, em 1931, Elvira Komel (1906 – 1932) e  Carmen Portinho (1903 – 2001), fundadora da União Universitária Feminina, em 1929, dentre várias outras.  No mesmo mês da abertura do salão, sob a orientação de Bertha Lutz, foi promovido o Segundo Congresso Internacional Feminista. Finalmente, menos de um ano depois da realização da exposição, o Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, instituiu o Código Eleitoral Provisório e reconheceu o direito de voto às mulheres.

Além da efervescência de acontecimentos em prol da emancipação feminina na época, outro fato que liga o feminismo à realização deste evento artístico é a presença, na comissão organizadora do Salão, da escritora e feminista atuante, Anna Amélia Carneiro de Mendonça (1896 – 1971), presidente da Casa do Estudante do Brasil, fundada em 1929.

 

 

A exposição contou com 63 artistas, 172 pinturas, 17 esculturas, 1 gravura e 3 de artes aplicadas, todas obras assinadas individualmente, e mais outras dessas últimas artes, com a assinatura coletiva da Escola Profissional Orsina da Fonseca e da Escola Profissional Paulo de Frontin (Fon-Fon, 27 de junho de 1931). A diretora da Orsina da Fonseca era a feminista e professora Leolinda Daltro (1859 – 1935), que foi tema do décimo quinto artigo da série Feministas, graças a Deus!, publicado em 19 de abril dde 2023.

 

 

 

 

Algumas das artistas que participaram da exposição foram, além das já mencionadas, as pintoras Camilla Alvares de Azevedo, Cândida de Gusmão Cerqueira, Francisca Leão, Haydéa Santiago, Helvia Barbosa Lima, Ignez Corrêa de Castro, Isabel Teixeira de Mello Julieta Bicalho, Katarina Gesnesha, Maria Francelina Barreto Falcão (1897-1979), Moema Machado Vieira, Nativa Tinoco, Nieta Gomes, Odelli Castello Branco, Palmyra Pedra Domeneck, Regina Veiga, Ruth de Almeida, Sarah Vilela de Figueiredo, Solange Frontin Hess, Suzanna Mesquita, Wanda Turatti e Yvonne Visconti. A gravurista Lucilia Ferreira e as escultoras Celita Vaccani ((1913 – 2000), Rosalina Candido Mendes e Zelia Ferreira.

Chama atenção a ausência das modernistas Tarsila do Amaral (1886 – 1973) e Anita Malfatti (1889 – 1964). Terá sido devido à divisão entre acadêmicos e modernos, já que todas as obras expostas no I Salão Feminino de Arte tinham caráter acadêmico? Ou terá sido falta de interesse delas, já artistas consagradas, em participarem da mostra?

Segundo uma de suas organizadoras, a pintora Cândida de Gusmão Cerqueira:

 

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Inicialmente, a inauguração do salão seria na primeira quinzena de maio, mas foi adiada para junho (A Noite, 27 de abril de 1931, penúltima coluna; Jornal do Commercio, 7 de junho de 1931, última coluna).

 

 

Sua vernissage aconteceu em 5 de junho e, a abertura para o público, no dia seguinte.

 

 

Sob o patrocínio da comissão organizadora do evento, o jornalista, pintor e intelectual Celso Kelly (1906 – 1979) proferiu uma conferência sobre a arte brasileira (A Noite, 10 de junho de 1931, penúltima coluna). Ele havia sido, em 1928, o organizador de um mostra livre de arte, na Biblioteca Nacional, que reuniu 300 trabalhos de 120 artistas, e que resultou na criação por ele e pelos irmãos Armando e Mário Navarro da Costa (1883 – 1931) da Associação Brasileira de Artistas, uma das promotoras do I Salão Feminino de Arte.

 

 

Em 12 de junho, o Diário de Notícias publicou uma reportagem especial sobre o evento:

 

 

 

 

 

Terra de Senna, pseudônimo do jornalista, escritor, humorista, poeta e dramaturgo Lauro Nunes (1896-1972), publicou uma crítica sobre o salão e comentou se tratar de um esforço digno dos maiores incentivos, porém lamentou seu caráter de exposição retrospectiva (Diário Carioca, 17 de junho de 1931, segunda coluna).

Em 22 de junho, a poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça fez uma palestra intitulada Um salto de cinquenta anos (Jornal do Brasil, 23 de junho de 1931, quinta coluna).

 

 

A exposição foi encerrada com a palestra Príncipe Raul de Leoni, de Paschoal Carlos Magno (1906 – 1980) (A Noite, 29 de junho de 1931, segunda coluna). Publicação de uma crítica (O Jornal, 5 de julho de 1931).

 

 

O II Salão Feminino de Arte foi realizado muitos anos depois, em 1939, na Associação Cristã dos Moços. Algumas artistas que participaram do evento, em 1931, como Celita Vaccani, Georgina de Albuquerque e Regina Veira apoiavam a realização da segunda edição do evento, mais uma vez promovido pela Sociedade Brasileira de Belas Artes (Diário de Notícias 15 de junho de 1939, terceira coluna; O Jornal15 de junho de 1939, primeira coluna; e 23 de julho de 1939, quarta coluna).

 

Brevíssimo resumo de outros importantes eventos artísticos ocorridos no Rio de Janeiro em 1931

 

Movimento Artístico Brasileiro

 

 

Conforme mencionamos no início do artigo, em 1931, ocorreram no Rio de Janeiro outros importantes eventos da história das artes plásticas no Brasil. Um deles foi a criação do Movimento Artístico Brasileiro no Salão Essenfelder, no Studio Nicolas, que ficava localizado na Praça Marechal Floriano e pertencia ao fotógrafo romeno Nicolas Alagemovitz (1893 – 1940), um musicista que se fez mago da arte fotográfica, que era sócio do Photo Club Brasileiro. De acordo com o estatuto da nova associação, o Movimento foi organizado por uma comissão formada por Affonso de Carvalho, Nicolas Alagemovits, Fritz, Martha Silva Gomes, Henrique Pongetti, Bandeira Duarte e João Ribeiro Pinheiro.

“O “Movimento Artístico Brasileiro” começou pelo princípio: a sua sala no andar ocupado pelo fotógrafo Nicolas, num dos mais belos arranha céus da Cinelândia, dispõe de duzentas confortáveis cadeiras, de um palco para teatro, concertos e conferências e supera em elegância muitas das famosas “boîtes” espirituais de Paris, pequenas colmeias de homem de talento”.

 

O escritor Henrique Pongetti (1898 – 1979) em entrevista para o

Jornal do Brasil, 3 de junho de 1931

 

 

Segundo Nicolas, o Movimento Artístico Brasileiro é exclusivamente um centro de cultura, de arte e de pensamento e cuja atividade é dirigida no sentido de propagar todas as manifestações estéticas e congregar os seus criadores. José Siqueira, em artigo publicado, na Revista da Semana, de 19 de fevereiro de 1939, destacou que o Movimento vinha realizando uma série de conferências, concertos, recitais e exposições de pintura, em que tomaram parte grandes vultos da arte nacional e estrangeira. Essa instituição que é de todos os artistas, tem por fim congregá-los, para que dessa estreita união a Arte venha a ser amplamente beneficiada  (Diário de Notícias, 4 de junho de 1931Revista da Semana, 27 de junho de 1931, última coluna; Diário de Notícias, 22 de janeiro de 1932; Revista da Semana, 19 de fevereiro de 1938).

 

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Com a morte de Nicolas, em 27 de setembro de 1940, apesar de continuar existindo, o Movimento foi perdendo vigor e as notícias a seu respeito foram diminuindo na imprensa carioca nos anos que se seguiram (Correio da Manhã, 28 de setembro de 1940, última coluna).

 

Núcleo Bernardelli

 

 

Ainda em junho, no dia 12 , foi criado o Núcleo Bernardelli, formado por um grupo,  liderado por Edson Motta (1910 – 1981), de pintores insatisfeitos com o ensino artístico da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (ENBA). Buscavam democratizar o ensino de arte e conseguir o acesso dos artistas modernos ao prêmio de viagens ao exterior e ao Salão Nacional de Belas Artes. O nome é uma homenagem a dois professores da ENBA, os irmãos Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931).

Alguns dos integrantes do grupo foram Bustamante de Sá (1907 – 1988), José Pancetti (1902 – 1958), Manoel Santiago (1897 – 1987) e Milton Dacosta (1915 – 1988) (Diário de Notícias, 12 de junho de 1931, quarta coluna). Sua primeira sede foi o já citado Studio Nicolas. Depois o grupo se transferiu para os porões da Escola Nacional de Belas Artes, onde permanceu até 1936, quando foi para a Rua São José e, depois, para a Praça Tiradentes, n. 85, até 1941, quando foi extinto.

 

Exposição Geral de Belas Artes de 1931, que ficou conhecido como Salão Revolucionário

 

 

Meses depois, em 1º de setembro, foi aberto a Exposição Geral de Belas Artes de 1931, que ficou conhecido como Salão Revolucionário, sob a organização do então diretor da instituição, Lúcio Costa (1902-1998). Foi um marco na história da arte no Brasil. A participação dos artistas modernos foi maciça e por decisão do júri do evento todos os trabalhos inscritos foram aceitos. Participaram da exposição Alfredo da Veiga Guignard (1896 – 1962), Cândido Portinari (1903 – 1962), Di Cavalcanti (1897 – 1976), Ismael Nery (1900 – 1934) e Pedro Correia de Araújo (1874 – 1955), dentre vários outros. Um dos destaques do salão foi o quadro Eu vi  mundo…ele começa no Recife, de Cícero Dias (1907 – 2003) (O Jornal, 2 de setembro de 1931). Foi chamado pelo poeta Manuel Bandeira de Salão dos Tenentes pela participação de diversos modernistas que se opunham aos generais da arte, os acadêmicos.

Abaixo, o artigo O “Salão dos Tenentes”, de Bandeira, publicado no Diário Nacional, de São Paulo, em 5 de setembro de 1931:

 

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Andrea C. T. Wanderley

Editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

BANDEIRA, Manuel. O salão dos tenentes. VIEIRA, Lucia Gouveia. Salão de 31. Rio de Janeiro: Funarte, 1984. p.93-94.

Enciclopédia ItaúCultural

HARTWIG, Nathalia Lange. O Movimento Artístico Brasileiro (1931-1940) no cenário musical carioca dos anos 1930. XXVIII Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música – Manaus – 2018.

HARTWIG, Nathalia Lange. Salão Essenfelder: descobertas por meio da Imprensamusical do Rio de Janeiro da década de 1930. UFPR. ANAIS DO IV SIMPOM 2016  -SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PÓS-GRADUANDOS EM MÚSICA.

Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional

MORAES, Frederico. Cronologia das Artes Plásticas no Brasil 1816-1994. Rio de Janeiro : Topbooks, 2001.

SILVA, Tahis Canfield. Um olhar sobre o I Salão Feminino de Arte de 1931. XIII Encontro de História da Arte. Arte em confronto: embates em torno da história da arte, 2018..

 

Acesse aqui os outros artigos da Série “Feministas, graças a Deus!

Série “Feministas, graças a Deus!” I – Elvira Komel, a feminista mineira que passou como um meteoro, publicado em 25 de julho de 2020, de autoria da historiadora Maria Silvia Pereira Lavieri Gomes, do Instituto Moreira Salles, em parceria com Andrea C. T. Wanderley, editora e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” II  – Natércia da Cunha Silveira (1905 – 1993), o jequitibá da floresta, publicado em 20 de agosto de 2020, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” III  – Bertha Lutz e a campanha pelo voto feminino: Rio Grande do Norte, 1928, publicado em 29 de setembro de 2020, de autoria de Maria do Carmo Rainha, doutora em História e pesquisadora do Arquivo Nacional

Série “Feministas, graças a Deus!” IV  – Uma sufragista na metrópole: Maria Prestia (? – 1988), publicado em 29 de outubro de 2020, de autoria de Claudia Heynemann, doutora em História e pesquisadora do Arquivo Nacional

Série “Feministas, graças a Deus!” V – Feminista do Amazonas: Maria de Miranda Leão (1887 – 1976), publicado em 26 de novembro de 2020, de autoria de Maria Elizabeth Brêa Monteiro, mestre em História e pesquisadora do Arquivo Nacional

Série “Feministas, graças a Deus!” VI – Júlia Augusta de Medeiros (1896 – 1972) fotografada por Louis Piereck (1880 – 1931), publicado em 9 de dezembro de 2020, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” VII – Almerinda Farias Gama (1899 – 1999), uma das pioneiras do feminismo no Brasil, publicado em 26 de fevereiro de 2021, de autoria de Andrea C.T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” VIII – A engenheira e urbanista Carmen Portinho (1903 – 2001), publicado em 6 de abril de 2021, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” IX – Mariana Coelho (1857 – 1954), a “Beauvoir tupiniquim”, publicado em 15 de junho de 2021, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” X – Maria Luiza Dória Bittencourt (1910 – 2001), a eloquente primeira deputada da Bahia, publicado em 25 de março de 2022, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” XI e série “1922 – Hoje, há 100 anos” VI – A fundação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, publicado em 9 de agosto de 2022, de autoria de Andrea C. T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” XII e série “1922 – Hoje, há 100 anos” XI – A 1ª Conferência para o Progresso Feminino, publicado em 19 de dezembro de 2022, de autoria de Maria Elizabeth Brêa Monteiro, historiadora do Arquivo Nacional

Série “Feministas, graças a Deus!” XIII – E as mulheres conquistam o direito do voto no Brasil!, publicado em 24 de fevereiro de 2023, de autoria de Andrea C T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” XIV – No Dia Internacional da Mulher, Alzira Soriano, a primeira prefeita do Brasil e da América do Sul, publicado em 8 de março de 2023, de autoria de Andrea C T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” XV – No Dia dos Povos Índígenas, Leolinda Daltro,”a precursora do feminismo indígena” e a “nossa Pankhurst, publicado em 19 de abril de 2023, de autoria de Andrea C T. Wanderley, pesquisadora e editora do portal Brasiliana Fotográfica

Série “Feministas, graças a Deus!” XVII – Anna Amélia Carneiro de Mendonça e o Zeppelin, equipe de Documentação da Escola de Ciências Sociais FGV CPDOC, em parceira com Andrea C.T. Wanderley, publicado em 5 de janeiro de 2024

O retratista português Joaquim Insley Pacheco (c. 1830 – 14 de outubro de 1912)

Um dos mais prestigiados e famosos retratistas do Brasil no século XIX, o fotógrafo e pintor português Joaquim José Pacheco, posteriormente Joaquim Insley Pacheco, nasceu em Cabeceiras de Bastos, em 1830. Era muito requisitado pela corte imperial brasileira e, além de ter sido muito procurado para a execução de retratos, era reconhecido por seu trabalho com fotopintura.

Uma crônica do poeta e jornalista Xavier de Novais (1820 – 1869) de 24 de outubro de 1863 chamava atenção para a popularidade de Insley Pacheco no Rio de Janeiro:

“…Pouco distante do meu pouso eleva-se uma casa cuja fachada pintada de cores vivas provoca a atenção dos que passam. É aí o palácio do fotógrafo mais afamado da capital, J. Insley Pacheco, que tem tido a honra de copiar todos os narizes do Rio…”

No fim dos anos 1840, já estava em Fortaleza, capital do Ceará, onde teve contato com a fotografia com o daguerreotipista e mágico irlandês Frederic Walter (18? – 18?), que tornou-se seu mestre. Segundo Mello Moraes Filho, Insley possuía uma natureza em demasia curiosa, índole decidida e aventureira. De acordo com o mesmo autor, Insley foi o introdutor da ambrotipia no Brasil. Ele teria adquirido, de um capitão de navio ancorado no porto do Rio de Janeiro, fórmulas e máquinas do referido processo.

O primeiro estabelecimento de Insley que se tem notícia ficava na rua Formosa, em Fortaleza. Entre 1949 e 1951, viajou pelos Estados Unidos, onde estudou com os fotógrafos Mathew Brady (c.1822 – 1896), Jeremiah Gurney (1812 – 1895) e Henry E. Insley (1811 – 1894). Acredita-se que em homenagem a esse último adotou o sobrenome Insley.

 

Acessando o link para as fotografias de Joaquim Insley Pacheco disponíveis na Brasiliana Fotográfica, o leitor poderá magnificar as imagens e verificar todos os dados referentes a elas. 

 

Em 1851, de volta a Fortaleza, seu estúdio ficava na rua da Palma Unidos (O Cearense, 9 de maio de 1851, na última coluna).  Um ano depois, vendeu por menos de seu valor todos os utensílios pertencentes a sua profissão de retratista (Pedro II, 21 de agosto de 1852, na terceira coluna). Partiu para Sobral (Pedro II, 8 de dezembro de 1852) e depois de uma rápida permanência em Pernambuco, em 1854, onde seu ateliê ficava no Aterro da Boa Vista, nº 4, no Recife, foi para o Rio de Janeiro e anunciava, em 1855, sua Novíssima e esplêndida galeria de retratos pelo sistema cristalotipo, em seu novo estúdio fotográfico, na rua do Ouvidor, nº 31, posteriormente 40 (Jornal do Commercio  7 de fevereiro de 1855 e Correio Mercantil, 9 de fevereiro de 1855 ). Já assinava com o sobrenome Insley. No estabelecimento, também eram comercializados quadros, caixas, molduras e alfinetes (Jornal do Commercio, 2 de agosto de 1855). O ateliê também funcionava, eventualmente, como uma galeria para exposições de artes plásticas.

Insley Pacheco fotografou, em 11 de agosto de 1855, o imperador Pedro II (1825 – 1891), a imperatriz Teresa Cristina (1822 – 1829) e a filha do casal, princesa Leopoldina (1847 – 1871), na Quinta da Boa Vista (Diário do Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 1856). Em 22 de dezembro desse ano, foi agraciado com o título de “Fotógrafo da Casa Imperial” (segundo Guilherme Auler (1914-1965), sob o pseudônimo de Ricardo Martim, em dois artigos publicados na Tribuna de Petrópolis, em 1º e 8 de abril de 1956, conforme informado no livro O Brasil na fotografia oitocentista, de Pedro Vasquez). Tudo isso contribuiu para que seu público fosse consistentemente de representantes da elite e retratos realizados em seu estabelecimento eram presenças constantes em álbuns fotográficos de famílias da alta sociedade do século XIX.

Em 1858, foi anunciado um grande passo na arte fotográfica no ateliê de Insley Pacheco: É o ambrotipo e a pintura dando-se as mãos para reunirem a fidelidade da cópia à duração e à persistência das cores (Diário do Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1858, na quarta coluna). No mesmo ano, em um anúncio de seu estabelecimento, apresentava-se como primeiro e único retratista em vidro (Jornal do Commercio, 13 de maio de 1858).

Em 1860, a firma Pacheco e Irmão Ambrotypista da Augusta Caza Imperial abriu um estúdio em Salvador, que fecharia no mesmo ano, e outro em São Luís, fechado em 1861. Em 1863, abriu um novo estabelecimento, na rua do Ouvidor, nº 102, no Rio de Janeiro (Diário do Rio de Janeiro , 1º de abril de 1863, na quarta coluna).

Após diversas tentativas fracassadas, o Ministério do Império, com o decreto 5613, de 25 de abril, concedeu privilégio de cinco anos a Joaquim Insley Pacheco, para fazer fotografias de sua invenção, aplicadas à porcelana, vidro opalino e marfim (Diário do Rio de Janeiro, 15 de maio de 1874, na última coluna).

Insley Pacheco foi condecorado pelo governo português com a Ordem de Cristo  (Semana Ilustrada, 3 de março de 1866) e participou das exposições universais de Paris (1867 e 1889), de Viena (1873), e da Filadéfia (1876) e de outras exposições internacionais como as do Porto (1865), de Santiago do Chile (1875), de Buenos Aires (1882) e de Chicago (1893). No Brasil, esteve presente em diversas exposições nacionais e também em várias exposições da Academia Imperial de Belas Artes.

Em torno de 1892, na folha de proteção sobreposta às suas fotografias, Insley Pacheco identificava-se como Fotógrafo e pintor. Cavaleiro da Real Ordem de Cristo. Premiado com a Menção de Honra nas exposições de Vienna e mais 16 medalhas nas exposições de Philadelphia, Porto, Brazil, Chile, Buenos Aires e Chicago. Novo sistema de platinotipia – Rua dos Ourives, 38 – Rio de Janeiro.

Nas artes plásticas, seu mestre foi o pintor Arsênio da Silva (1833 – 1883) e seus quadros foram muitas vezes premiados. Eram adquiridos por destacadas figuras da sociedade como o Barão do Rio Branco (1845 – 1912). Insley Pacheco foi, em 1903, o primeiro presidente da Associação dos Aquarelistas. Em seu ateliê foram realizadas diversas exposições de pintores como Firmino Monteiro (1855 – 1888) e Pedro Weingarten (1853 – 1929).

Em 14 de outubro de 1912, faleceu Joaquim Insley Pacheco, o fotógrafo tradicional do Rio (Jornal do Brasil, 15 de outubro de 1912 e O Paiz, 16 de outubro de 1912, ambos na penúltima coluna).

 

 

Comentário de Boris Kossoy sobre o retrato acima: …um retrato do imperador, entretanto, datado de 1883, isto é, quando contava 58 anos de idade, é particularmente interessante pelo “clima” tropical criado no ateliê: cenário de natureza “plantada” como fundo para o retrato (bem ao contrário dos tradicionais fundos com paisagens europeias complementados por uma mescla de mobiliário vitoriano e clássico, recursos tão utilizados pelos fotógrafos no século XIX). Com a nova montagem do velho teatro tem-se explicitada a ideologia de uma civilização nos trópicos” (KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. 408 p., il. p&b.).

 

  Cronologia de Joaquim Insley Pacheco (c. 1830 – 1912)

c. 1830 - Provavelmente em março, nascimento de Joaquim José (depois Insley) Pacheco, em Cabeceiras de Basto, em Portugal. Era filho de José Antonio Pacheco e Maria Antonia da Conceição. Joaquim era o mais novo de três irmãos: Bernardo, nascido em 1824, e Joaquina, nascida em 1827. Ficaram órfãos de pai em 1835 e, de mãe, em 1839. 

Anos 1840 -  Provavelmente em fins de 1843 veio para o Brasil juntar-se ao seu irmão Bernardo, que teria partido de Portugal em 1837. Também em torno de 1843 sua irmã Joaquina veio para o Brasil. Joaquim fixou-se em Pernambuco, onde trabalhava como mascate ou caixeiro viajante. Nos últimos anos dessa década, estava em Fortaleza, no Ceará, onde teve contato com a fotografia com o daguerreotipista e mágico irlandês Frederic Walter, que tornou-se seu mestre.

Seu ateliê ficava na rua Formosa e ainda como Joaquim José Pacheco anunciou que havia recebido dos Estados Unidos uma excelente máquina e mais utensílios para tirar retratos pelo daguerreótipo (O Cearense, 17 de maio de 1849, na última coluna).

Provavelmente no período entre 1849 e 1851, viajou pelos Estados Unidos, onde estudou com os fotógrafos Mathew Brady (c. 1822 – 1896), Jeremiah Gurney (1812 – 1895) e Henry E. Insley (1811 – 1894). Acredita-se que em homenagem a esse último adotou o sobrenome Insley.

Anos 1850 – Provavelmente casou-se ao longo dessa década.

1851 - Anunciou que estava de volta à Fortaleza, depois de uma viagem aos Estados Unidos (O Cearense, 9 de maio de 1851, na última coluna). Seu ateliê ficava na rua da Palma.

Tinha um ateliê na rua Nova , 61, no Recife, e anunciava sua despedida da cidade (Diário de Pernambuco, 19 de novembro de 1851, primeira coluna).

1852 – Avisou que havia chegado de uma viagem às províncias do sul e divulgava seus retratos pelo sistema electrotypo (Pedro II, 30 de junho de 1852, na terceira coluna).

Provavelmente a falta de clientela levou-o a vender por menos de seu valor todos os utensílios pertencentes a sua profissão de retratista. Anunciava também possuir uma máquina eletro-magnética, que além de servir para choques contra reumatismo, ou gota, paralisia ou dores e S. Victor e todas as moléstias provenientes de um distúrbio do sistema nervoso tem a vantagem de servir para galvanizar!  (Pedro II, 21 de agosto de 1852, na terceira coluna).

Anunciou sua iminente partida de Fortaleza e aconselhava às pessoas a se deixarem retratar (Pedro II, 21 de setembro de 1852, na primeira coluna).

Partiu para Sobral, no Ceará (Pedro II, 8 de dezembro de 1852).

1854 – Em anúncio, ainda como J. J. Pacheco ou Joaquim José Pacheco, divulgava seu novo estilo de retratar e informava que seu estabelecimento, no Recife, ficava na casa em que havia morado o sr. Augustin Lettarte (Diário de Pernambuco, 23 de março de 1854, na primeira coluna)Seu estabelecimento fotográfico localizava-se a no Aterro da Boa Vista, nº 4 (Diário de Pernambuco, 29 de março de 1854, na terceira coluna). Neste mesmo endereço trabalharam os fotógrafos norte-americano Charles DeForest Fredricks (1823 – 1894), em 1851 (Diário de Pernambuco, 23 de julho de 1851, última coluna), Augustin Lettarte, em 1854 (Diário de Pernambuco, 6 de fevereiro de 1854, segunda coluna), e o pernambucano João Ferreira Villela, de 1856 a 1857 (Diário de Pernambuco, 3 de outubro de 1856, primeira coluna).

Houve entre o primeiro daguerreotipista pernambucano, Cincinato Mavignier (18? -?), e Insley Pacheco, um desentendimento em relação à venda de um daguerreótipo (Diário de Pernambuco, 29 de agosto de 1854, última coluna).

Mudou-se para o Rio de Janeiro.

Thomaz Oxford Smith, futuro sócio de Insley, apresentava-se como um professor de daguerreótipo recém chegado de Nova York  (Jornal do Commercio, 10 de dezembro de 1854).

1855 – Anúncio da Novíssima e esplêndida galeria de retratos pelo sistema cristalotipo, novo estúdio fotográfico de Insley Pacheco na rua do Ouvidor, nº 31, posteriormente 40 (Jornal do Commercio,  7 de fevereiro de 1855 e Correio Mercantil, 9 de fevereiro de 1855 ). Já assinava com o sobrenome Insley. Foi publicada uma propaganda da nova galeria em inglês (Jornal do Commercio, 9 de fevereiro de 1855). No estabelecimento, anunciado como o primeiro a realizar retratos pela técnica mencionada na América Meridional, também eram comercializados quadros, caixas, molduras e alfinetes (Jornal do Commercio, 2 de agosto de 1855). 

Um homem do público o acusa de charlatanismo, questionando o anúncio de retratos em cristotipo em seu novo estúdio fotográfico (Diário do Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1855, na quinta coluna). Insley Pacheco respondeu a seu acusador (Correio Mercantil, 12 de fevereiro de 1855, primeira coluna), que por sua vez replicou (Correio Mercantil, 14 de fevereiro de 1855, na primeira coluna).

Foi publicado um convite para uma exposição à noite na galeria de retratos de Insley Pacheco (Jornal do Commercio, 5 de abril de 1855, na quarta coluna). Elogio à exposição e comentário sobre as duas soberbas molduras destinadas às augustas efígies de SS. MM. II (Jornal do Commercio, 11 de abril de 1855, na sexta coluna).

Foi anunciada a nova iluminação a gás da galeria de Insley Pacheco (Jornal do Commercio, 4 de maio de 1855).

Insley Pacheco fotografou o imperador Pedro II, a imperatriz Teresa Cristina e a filha do casal, princesa Leopoldina (1847 – 1871), na Quinta da Boa Vista, em 11 de agosto (Diário do Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 1856).

Propaganda de seu ateliê, agora batizado de Photographia Moderna (Diário do Rio de Janeiro, 16 de novembro de 1855).

Foi noticiado que o estabelecimento de Insley Pacheco havia recebido dos Estados Unidos um rico e variado sortimento de molduras, caixas, passe-partouts (franceses) e outros produtos (Jornal do Commercio, 20 de dezembro de 1855).

Foi agraciado com o título de “Photographo da Caza Imperial”, em 22 de dezembro de 1855 (segundo Guilherme Auler, sob o pseudônimo de Ricardo Martim, em dois artigos publicados na Tribuna de Petrópolis, em 1º e 8 de abril de 1956, conforme informado no livro O Brasil na fotografia oitocentista, de Pedro Vasquez).

1856 - Propaganda do estabelecimento de Insley Pacheco, destacando uma técnica que beneficiava a execução de retratos de crianças (Correio Mercantil, 7 de dezembro de 1856).

Nascimento de sua filha Emilia (1856 – 1858), que viria a falecer em 1858.

1857 -  O fotógrafo Thomaz Oxford Smith anunciou o fim de sua sociedade com Insley Pacheco no ateliê fotográfico da rua do Ouvidor, 40 (Gazeta Mercantil, 23 de outubro de 1857, na penúltima coluna). 

Foi noticiado que Insley Pacheco havia sido agraciado com o título de “Fotógrafo da Casa Imperial” (Diário do Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 1857).

Em anúncio de seu estabelecimento fotográfico, apresentava-se como Photografista da augusta Casa Imperial e miniaturista em marfim (Jornal do Commercio, 22 de dezembro de 1857).

1858 -  Foi anunciado um grande passo na arte fotográfica no ateliê de Insley Pacheco: É o ambrotipo e a pintura dando-se as mãos para reunirem a fidelidade da cópia a duração e a persistência das cores (Diário do Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1858, na quarta coluna). Publicação de uma carta de Insley Pacheco sobre o assunto (Diário do Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1858, na terceira coluna). Foi feito um elogio a seu trabalho (Correio Mercantil, 17 de março de 1858, na segunda coluna).

De mesenterites, falecimento de Emilia, filha de Insley Pacheco de 18 meses (Correio da Tarde, 22 de abril de 1858, na primeira coluna).

Em anúncio de seu estabelecimento, Insley Pacheco apresentava-se como “primeiro e único retratista em vidro” (Jornal do Commercio, 13 de maio de 1858).

Insley Pacheco ofereceu ao liceu de artes e ofícios da sociedade Propagadora das Belas-Artes material para ser usado nas aulas de desenho (Diário do Rio de Janeiro, 24 de setembro de 1958).

Na casa do sr. Bernascone, na rua do Ouvidor, nº 143, exposição de um retrato do próprio Insley Pacheco colorido a óleo pelo pintor Giovanni Bruschetti (Jornal do Commercio, 29 de setembro de 1958, na terceira coluna).

Passou a integrar a comissão artística da sociedade Propagadora das Belas Artes (Diário do Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1958, na segunda coluna).

1859 - Insley Pacheco, sua mulher (Edvina?) e dois filhos retornaram de uma viagem ao norte, a bordo do paquete a vapor “Oiapoque” (Correio Mercantil, 26 de junho de 1859, na sexta coluna). Voltou ao comando de seu ateliê (Correio Mercantil, 29 de junho de 1859, na primeira coluna).

Foi anunciada a exposição do retrato de uma dama da sociedade tendo ao fundo um bosque, primeiro trabalho desse gênero obtido pelo sistema ambro-cromo-tipo, inventado pelo sr. J. Insley Pacheco (Correio Mercantil, 10 de outubro de 1859, na segunda coluna).

Tornou-se suplente da comissão artística da sociedade Propagadora das Belas Artes (Correio Mercantil, 10 de dezembro de 1859).

1860 – “Pacheco e Irmão Ambrotypista da Augusta Caza Imperial” anunciaram sua presença em Salvador, na Ladeira de São Bento, 17 (Jornal da Bahia, 3 de janeiro de 1860). Pouco tempo depois, foi anunciado que o estabelecimento fecharia em junho (Jornal da Bahia, 15 de maio de 1860).

A firma abriu um ateliê em São Luís (Jornal do Commercio, Instrutivo, Agrícola e Recreativo, 7 de setembro de 1860). Provavelmente, foi seu irmão que seguiu para o Maranhão.

O fotógrafo João Ferreira Villela (18? – ?) anunciou sua volta a Recife, depois de temporada no Rio de Janeiro, apresentando-se como único discípulo de Insley Pacheco (Diário de Pernambuco, de 4 de outubro de 1860, na última coluna).

Insley Pacheco foi um dos subscritores de uma carta enviada ao escritor  francês Victor Hugo (1802-1885) na ocasião da construção de um monumento em homenagem ao jornalista e político francês Charles Ribeyrolles (1812-1860) (Courrier du Brésil, 9 de dezembro de 1860, na segunda coluna).

1861 – Anunciou que a “Pacheco e Irmão Ambrotypista da Augusta Caza Imperial” deixaria São Luís no fim de fevereiro (O Commercio, 2 de fevereiro de 1861, na quarta coluna).

Realização de uma exposição de retratos em cartões de visita na loja de Insley Pacheco, no Rio de Janeiro (Jornal do Commercio, 27 de abril de 1861, na terceira coluna).

Propaganda de Insley Pacheco anunciando o processo “hallotypo” (Jornal do Commercio, 7 de setembro de 1861).

1862 - Foi agraciado com a medalha de cobre na Exposição Nacional de 1861 / 1862, na qual participou na seção de Belas Artes com retratos da família imperial e com fotopinturas de paisagens (Correio da Tarde, 13 de março de 1862, na última coluna).

1863 - Foi noticiada a abertura do novo estabelecimento de Insley Pacheco, na rua do Ouvidor, nº 102 (Diário do Rio de Janeiro , 1º de abril de 1863, na quarta coluna).

Foi nomeado sócio efetivo da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (Diário do Rio de Janeiro, 13 de maio de 1863, na quarta coluna).

1864 -  O irmão e sócio de Insley Pacheco, Bernado José Pacheco, chegou da Europa, depois de uma temporada entre Bruxelas, Paris e Londres, onde estudou em diversas oficinas fotográficas (Diário do Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 1864, na quarta coluna).

O escritor Machado de Assis (1839 – 1908), que nasceu no mesmo ano em que nasceu a fotografia, 1839, escreveu em sua coluna do Diário do Rio de Janeiro de 7 de agosto de 1864 sobre suas visitas à casa do Pacheco (justamente Insley Pacheco), que definiu como o mais luxuoso Templo de Delos do Rio de Janeiro, exaltando poder ver no mesmo álbum fotográfico os rostos mais belos do Rio de Janeiro, falo dos rostos femininos. Contou também a história da chegada do daguerreótipo na cidade e, em seguida, elogiou o trabalho realizado pelo artista  J.T. da Costa Guimarães, uma miniatura de Diane de Poitiers, exposto no estabelecimento de Insley Pacheco. Finalmente, revelou que havia chegado há pouco tempo no referido ateliê um aparelho fotográfico destinado a reproduzir em ponto grande as fotografias de cartão. Termina seu passeio perguntando-se “Até onde chegará o aperfeiçoamento do invento de Daguerre?”

Um grande temporal ocorrido em 10 de outubro, no Rio de Janeiro, atingiu seriamente o estabelecimento fotográfico de Insley Pacheco (O Paiz, 8 de novembro de 1864, na segunda coluna).

1865 – Na Revista da Semana, de 3 de setembro de 1865, foi publicada uma charge mencionando Insley Pacheco.

Enviou para a Exposição Internacional do Porto diversos retratos de pessoas “notáveis” e da família real, de dom Pedro II, da imperatriz Teresa Cristina, além de duas paisagens e dois estudos (Correio Paulistano, 3 de outubro de 1865, na segunda coluna). Esses trabalhos foram elogiados (O Despertador, 10 de outubro de 1865, na primeira coluna). Ele ganhou uma medalha de primeira classe por suas fotografias (Jornal do Commercio, 7 de novembro de 1865, na segunda coluna).

1866 - Anúncio de seu estabelecimento fotográfico, que já era na rua do Ouvidor, 102 (Índice Alfabético, edição de 1866).

No Club Fluminense, com a presença de dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, realização do Salão Literário e Artístico da Arcadia Fluminense, cuja galeria de arte havia sido arrumada por Insley Pacheco (O Publicador Maranhense, 3 de janeiro de 1866, na terceira coluna sob o título “Arcadia Fluminense”).

Foi publicado um comentário sobre o governo português ter condecorado Insley Pacheco com a Ordem de Cristo (Semana Ilustrada, 3 de março de 1866).

Insley Pacheco foi premiado com a segunda medalha de prata da secão de “Fotografia” na Exposição Nacional de 1866, realizada pela Academia Real de Belas Artes, 19 de outubro a 16 de dezembro de 1866. Pela primeira vez a fotografia apareceu como categoria específica, separando-se do grupo destinado às Belas Artes. Sobre sua participação, o pintor Victor Meirelles (1833-1903) comentou no Relatório sobre a II Exposição Nacional:

“Pelos seus retratos que se recomendam pela perfeição do trabalho, nitidez e beleza das meias tintas, efeitos de luz agradáveis, tornando-se sobretudo notável nessa parte, que é tratada artisticamente, a bela prova fotográfica representando uma senhora, que graciosamente e com bastante naturalidade descansa sobre o espaldar de uma poltrona”.

1867 - Notícia de sua conquista da medalha de prata na Segunda Exposição Nacional, realizada pela Academia Real de Belas Artes, na qual participou com fotografias, retrato de uma senhora e fotopinturas (Diário do Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 1867, na última coluna).

Participou da Exposição Universal de Paris com fotopinturas.

Integrava o conselho da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (Jornal do Commercio, 16 de outubro de 1867, na segunda coluna).

Foi concedido a Joaquim Insley Pacheco o privilégio do período de cinco anos para fazer fotografias de sua invenção, aplicadas à porcelana, vidro opalino e marfim. Ele havia pedido 20 anos (Jornal do Commercio, 19 de dezembro de 1867, na quinta coluna ).

1868 - O privilégio foi suspenso, impugnado por Carneiro & Gaspar (Jornal do Commercio, 1° de abril de 1868, na sexta coluna).

Na loja do sr. Bernasconi, estavam expostos retratos de dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, de autoria de Insley Pacheco (Diário do Rio de Janeiro, 5 de abril de 1868, na coluna “Folhetim”).

1870 - Insley Pacheco foi cumprimentar dom Pedro II (Diário do Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 1870, na terceira coluna).

Foi eleito conselheiro da Sociedade Propagadora das Belas Artes (Dezesseis de Julho, de 1870).

1871 -  Insley Pacheco foi cumprimentar dom Pedro II (Diário do Rio de Janeiro, 27 de março de 1871, na sexta coluna).

1872 – Insley Pacheco foi cumprimentar dom Pedro II (Diário do Rio de Janeiro1º de agosto de 1872, na segunda coluna).

Elogio aos trabalhos expostos no estabelecimento de Insley Pacheco (A Reforma, 25 de setembro de 1872, na quinta coluna).

1873 - Na Terceira Exposição Nacional, participou com pinturas a guache e pastel (fotopinturas) e com paisagens a óleo. Ganhou medalhas de prata e de cobre (Diário do Rio de Janeiro, 13 de março de 1873, na segunda coluna).

Na Exposição Universal de Viena, Insley recebeu uma menção honrosa no grupo das Artes Gráficas (Diário de São Paulo, 13 de setembro de 1873, na quinta coluna)

1874 - O Ministério do Império, com o decreto 5613, de 25 de abril, “concedeu privilégio de cinco anos a Joaquim Insley Pacheco, para fazer fotografias de sua invenção, aplicadas à porcelana, vidro opalino e marfim” (Diário do Rio de Janeiro, 15 de maio de 1874, na última coluna).

Anúncio do ateliê de Insley, já na rua do Ouvidor, 102 (A Vida Fluminense, 3 de julho de 1875, na terceira coluna).

1875 – Foi premiado com medalha de prata e menção honrosa na Terceira Exposição Nacional de 1873 (A Reforma, 12 de janeiro de 1875, nas primeiras e segunda colunas).

Insley Pacheco agradeceu à perícia do capitão Marques Sobrinho no combate a três incêndios ocorridos na rua dos Ourives (Diário do Rio de Janeiro, 5 de novembro de 1875, na sexta coluna).

No Despertador de 26 de novembro de 1875, transcrição de matéria do jornal O Globo de 13 de novembro do mesmo ano sobre a participação do Brasil na Exposição Internacional de Santiago, mencionando Insley Pacheco.

Participou da Quarta Exposição Nacional com desenhos e pinturas e foi premiado com a medalha de mérito (Diário do Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1876, na segunda coluna).

Na coluna “Folhetim da Gazeta de Notícias –  Bellas Artes”, o português Julio Huelva (1840 – 1904), pseudônimo do arquiteto e músico Alfredo Camarate, elogiou a fotografia produzida no Brasil e destacou os trabalhos dos ateliês de José Ferreira Guimarães  (1841 –1924), Joaquim  Insley Pacheco (c. 1830 – 1912) e de Albert Henchel (1827 – 1892) e Franz (Francisco) Benque (1841-1921). O autor cobrou também a presença de fotógrafos do Rio de Janeiro na Exposição Universal da Filadélfia, que se realizaria em 1876 (Gazeta de Notícias, 21 de dezembro de 1875).

1876 - Insley Pacheco e o folhetinista Julio Huelva, travaram uma espécie de duelo em torno da questão entre os estilos idealista e realista da arte, entre dezembro de 1875 e janeiro de 1876 (Gazeta de Notícias12 de dezembro de 1875Jornal do Commercio, 1º de janeiro de 1876, sétima colunaGazeta de Notícias6 de janeiro16 de janeiro, 17 de janeiro e 20 de janeiro de 1876). Esse confronto foi refletido em uma caricatura produzidas por Ângelo Agostini (1843 – 1910), para a Revista Illustrada.

 

Elogio às pinturas de paisagens de autoria de Insley Pacheco expostas na Exposição Internacional de Santiago, no Chile (Diário de Maranhão, 13 de janeiro de 1876, sob o título “O Brasil na exposição de Santiago”).

Insley Pacheco recebeu uma medalha na Exposição Universal da Filadélfia por suas fotografias (O Liberal do Pará, 28 de novembro de 1876, na segunda coluna e Diário do Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1876, na sexta coluna).

1877 -  A casa de Insley Pacheco foi atingida por um temporal ocorrido em setembro. Sua esposa, Elvira Laura Garcia Pacheco (c. 1831 – 1877) estava “gravemente enferma (Diário do Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1877, na última colunaO Despertador, 23 de outubro de 1877, na quarta coluna). Ela faleceu de tuberculose, depois de “longos e dolorosos sofrimentos”, em 24 de outubro (Revista Ilustrada, 27 de outubro de 1877 e Diário do Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1877, na quarta coluna).

1882 - Segundo informações dadas em anúncio do fotógrafo, foi premiado na Exposição Continental de Buenos Aires.

1883 - Em 18 de outubro, dom Pedro II visitou a exposição de pinturas de Arsênio da Silva (1833 – 1883), no estabelecimento de Insley Pacheco.

1884 - Insley Pacheco anunciou melhoramentos em seu estúdio fotográfico com a introdução da platinotipia, mencionando que Marc Ferrez (1843 – 1923) também já fazia uso da nova técnica (Jornal do Recife, 11 de maio de 1884, na terceira coluna).

Foi anunciada a exposição do artista plástico Firmino Monteiro (1855 – 1888) no ateliê de Insley Pacheco (Jornal do Recife, 3 de junho de 1884, na sexta coluna).

1885 a 1897 – Entre esses anos, o estabelecimento já pertencia à sociedade Joaquim Insley Pacheco & Filho.

1888 - Em 27 de janeiro, Antônio Parreiras (1860 – 1937) inaugurou uma exposição na Casa Insley Pacheco com 22 estudos de paisagem. Duas foram adquiridas pela própria princesa Isabel: “Ocaso no Arraial” e “Aldeia do Pontal” (O Paiz, 29 de janeiro de 1888, sob o título “Noticiário“, e Revista Illustrada, 4 de fevereiro de 1888).

Também na Casa Insley Pacheco realização da primeira exposição individual do artista plástico Pedro Weingartner (1853 – 1929) (Cidade do Rio, 28 de agosto de 1888, última coluna; Gazeta de tarde, 30 de agosto de 1888, última coluna; Gazeta de Notícias, 3 de outubro de 1888, última coluna).

1891 - Seu ateliê continuava localizado em um sobrado na rua do Ouvidor, 102 (Almanak Laemmert, 1891).

A neta de Insley Pacheco, Maria, faleceu (O Paiz, 18 de janeiro de 1891, na quarta coluna).

No salão nobre do Teatro São Pedro de Alcântara, participou do banquete oferecido por jornalistas e homens das letras ao corpo docente da Escola de Belas Artes para comemorar a inauguração de seus “trabalhos letivos” (Gazeta de Notícias, 17 de junho, na primeira coluna).

Falecimento de dom Pedro II (1825 – 1891), em Paris. Insley Pacheco reproduziu uma das fotografias do post-mortem do imperador, realizada por Felix Nadal (1820 – 1910), e as distribuiu no Brasil no formato carte-cabinet.

 

 

 

1892 - No ateliê de Insley Pacheco, exposição de quadros do artista alemão Breno Treidler (1857 – 1931) (O Tempo, 23 de janeiro de 1892, na última coluna, sob o título “Cabriolas”).

Em torno desse ano, na folha de proteção sobreposta às suas fotografias, Insley Pacheco identificava-se como “Photographo e pintor. Cavaleiro da Real Ordem de Cristo. Premiado com a Menção de Honra nas exposições de Viena e mais 16 medalhas nas exposições de Philadelphia, Porto, Brazil, Chile, Buenos Aires e Chicago. Novo sistema de platinotipia – Rua dos Ourives, 38 – Rio de Janeiro”.

1893 - Com fotografias e pinturas a óleo, Insley participou da Exposição Universal Colombiana de Chicago, que aconteceu em 1893 para celebrar os 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo (1451 – 1506) ao Novo Mundo, em 1492 (Gazeta de Notícias, 19 de janeiro de 1893, na última coluna).

Comentário sobre um quadro do pintor espanhol Fortuny (1838 – 1874), de propriedade de Insley (Gazeta de Notícias, 13 de março de 1893, na terceira coluna).

Seu filho, Joaquim Insley Pacheco Junior, casou-se em São João del Rei com Elvira de Oliveira Coelho (O Paiz, 16 de maio de 1893, na última coluna).

1895 – Seu filho, o engenheiro Alfredo Henrique Pacheco (? – 1895), faleceu. Ele era membro do Club de Engenheiros Civis de Londres e trabalhava no 2º distrito de obras públicas do Rio de Janeiro (O Paiz, 16 de fevereiro de 1895, na primeira coluna).

O estabelecimento de Insley Pacheco foi roubado (O Paiz, 10 de dezembro de 1895, na penúltima coluna).

1896 - Seu estabelecimento ficava no endereço Ourives, 40, no segundo andar (Almanak Laemmert, 1896).

Os pintores Augusto Petit (1844 – 1927), Madruga Filho (1882 – 1951) e Insley Pacheco receberam a terceira medalha na Exposição Geral de Belas Artes (Minas Gerais, 10 de outubro de 1896, na última coluna).

Inauguração do Club dos Repórteres em 12 de outubro. Em uma das salas havia uma pintura de Insley (Jornal do Commercio, 14 de outubro, na quarta coluna).

1897 - No toucador principal do Palácio do Catete, o novo palácio do governo no Rio de Janeiro, que seria inaugurado em poucos dias, havia uma aquarela de Insley Pacheco (Diário de Pernambuco, 6 de março de 1897, na terceira coluna).

1898 - O endereço de seu estabelecimento era Ourives, 38, 2º andar (Almanak Laemmert, 1898).

Participou da Exposição Retrospectiva do Centro Artístico expondo um guache de Arsenio Silva (1833 – 1883), uma marinha de Edoardo De Martino (1838 – 1912) , uma paisagem de Henri Langerock (1830 – 1915) e miniaturas de Thomaz da Costa Guimarães. O Centro Artístico, associação de jornalistas e literatos, criada em 1897,  tinha como objetivo a promoção da arte brasileira. A exposição, realizada durante o mês de julho, na Escola Nacional de Belas Artes, foi o primeiro evento organizado pela associação. Reuniu um grande número de objetos de arte, cedidos por proprietários e colecionadores (A Notícia, 28 e 29 de julho de 1898, na quarta coluna e 12 e 13 de agosto de 1898).

Participou com 37 quadros da 5ª Exposição Geral de Belas Artes (Gazeta da Tarde, 1º de setembro de 1898, na penúltima coluna).

1899 - Algumas vezes ao longo desse ano, foram publicados o anúncio: Retratos – Admiráveis pelo novíssimo processo a platina, unicamente feitos por Insley Pacheco a rua do Ourives n.38 (Jornal do Commercio, 17 de janeiro de 1899, na sexta coluna).

Insley Pacheco, Marc Ferrez (1843 – 1923) e José Ferreira Guimarães (1841 – 1924) foram nomeados para formar a comissão de propaganda da classe de fotografia da Exposição do Quarto Centenário do Brasil, em 1900, promovida pela Sociedade Propagadora das Belas Artes (A Imprensa, 31 de outubro de 1899, na quarta coluna).

Insley Pacheco estava presente na cerimônia de exéquias mandada celebrar pelos alunos da Escola de Belas Artes pelo pintor Almeida Júnior (1850 – 1899), realizada na matriz da Candelária (Jornal do Commercio, 23 de novembro de 1899, na quinta coluna).

1901 - Insley Pacheco foi um dos jurados do 2º concurso entre fotógrafos amadores, promovido pela “afamada fotografia Leterre”. Os outros jurados foram o escultor Rodolfo Bernardelli (1852 – 1931), diretor da Escola Nacional de Belas Artes, e o artista Hilário Teixeira (A Imprensa, 2 de março de 1901, na terceira coluna).

Insley Pacheco exibiu uma fotografia em estereoscópio, reprodução em cores naturais de um vaso de flores , obtida por um processo inteiramente novo, ao que se diz superior ao de Lippman e de outros…A propósito desse processo de fotografia foi apresentado pelos seus inventores A.L. Lumière, um interessante relatório (Jornal do Brasil, 7 de março de 1901,na terceira coluna).

Insley estava presente na inauguração da quinta exposição de paisagens de Antônio Parreiras ( 1860 – 1937) (O Fluminense, 12 de março de 1901, na segunda coluna).

Insley Pacheco foi um dos jurados do 3º concurso entre fotógrafos amadores, promovido pela fotografia Leterre, ocorrido no dia 3 de agosto de 1901. Os outros jurados foram o escultor Rodolfo Bernardelli (1852 – 1931), diretor da Escola Nacional de Belas Artes, e o artista Hilário Teixeira (Jornal do Brasil, 2 de agosto de 1901, na terceira coluna).

Estava presente na Central do Brasil durante o embarque do presidente Prudente de Morais (1841 – 1902) para São Paulo (Jornal do Brasil, 30 de outubro de 1901, na terceira coluna).

1902 – Publicação do “Artigo Infamante – Aos Amadores de Fotografia no Brasil – Aos profissionais e a meus clientes e amigos “, de autoria de A. Laterre em resposta a uma publicação de 5 de abril na Gazeta do Commercio, em Porto Alegre, que relatava que durante uma reunião do Sploro Photo-Club haviam sido feitos protestos contra um artigo publicado pela revista parisiense Photographie Française, de janeiro de 1902, e também protestos contra o fotógrafo sr. A. Leterre, acusado de prejudicar os fotógrafos amadores do Rio Grande nos concursos que promovia. Nele Insley Pacheco, um dos juízes dos concursos, era mencionado (Jornal do Brasil, 20 de abril de 1902).

Integrou a Exposição Geral de Belas Artes com 60 quadros (A Notícia, 30 e 31 de agosto de 1902, na última coluna). Alguns de seus quadros foram adquiridos pelo Barão Sampaio Vianna (O Paiz, 5 de setembro de 1902, na penúltima coluna). Foi um dos participantes da festa dos artistas da exposição, realizada no restaurante do Silvestre (A Notícia, 12 e 13 de setembro de 1902, na quinta coluna, sob o título “Festa entre artistas”).

Insley Pacheco foi à delegacia dar queixa sobre o não pagamento de uma dívida a seu filho Insley Pacheco Júnior pelo estabelecimento Jupiter Almeida & Comp (O Pharol, 12 de outubro de 1902, na penúltima coluna).

Foi um dos organizadores do Rancho das Reisadas (Gazeta de Notícias, 25 de dezembro de 1902).

1903 - Publicação de um daguerreótipo de Ludovina Soares da Costa, “primeira dama trágica do teatro brasileiro”, produzido em 1860 por Insley Pacheco (Brasil-Theatro, 1903).

Em São João del Rei, faleceu a neta de Insley Pacheco, Maria de Lourdes, filha de Joaquim Insley Pacheco Junior (Correio Paulistano, 31 de janeiro de 1903, na segunda coluna).

Ao longo de abril e maio de 1903, foram publicadas quatro colunas no Correio da Manhã, intituladas “Artistas do meu Tempo” – Carlos Kornis e Insley Pacheco, de autoria de Mello Moraes Filho (Correio da Manhã, 5 de abril de 1903, 12 de abril, 19 de abril3 de maio de 1903, quarta coluna).

Em uma reunião de artistas, promovida pelo pintor Rodolfo Amoedo (1857 – 1941), na Escola de Belas Artes, foi fundada a Associação de Aquarelistas e Insley foi eleito para presidi-la. A primeira exposição da associação foi inaugurada em 1º de julho e Insley participou com oito marinhas. Outros artistas que participaram da mostra foram Eliseu Visconti (1866 – 1944), Henrique Bernardelli  (1858 – 1936) e Rodolfo Amoedo, dentre outros (A Notícia, 24 e 25 de abril de 1903, na terceira colunaJornal do Brasil, 2 de julho de 1903, na oitava coluna, e Correio da Manhã, 3 de julho de 1903, quinta coluna).

Na matéria “Problema histórico” sobre o motivo de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746 – 1792), sempre ser representado com a fisionomia de Jesus Cristo, seu autor, Carlos Laet (1847 – 1927), afirmou que Insley Pacheco era responsável pelo fato. Uma das duas filhas de Insley estava copiando uma estampa da coleção Julien de uma cabeça de Cristo quando o estatuário Cândido Caetano de Almeida Reis (1838 – 1889) chegou para uma visita. Durante sua conversa com Insley, mencionou que haviam lhe feito uma encomenda de um busto de Tiradentes e ele não havia encontrado nenhuma representação em que ele pudesse se basear. Foi então que Insley ofertou a ele o desenho de sua filha (Jornal do Brasil, 20 de julho de 1903, na primeira coluna, sob o título “Problema histórico”).

1904 - Participou da Exposição Universal de Saint Louis, realizada entre 30 de abril e 1º de dezembro de 1904, em conjunto com os III Jogos Olímpicos, e obteve a medalha de ouro em fotografia e a de bronze na seção de arte (Almanak Laemmert, 1905).

Insley inaugurou uma exposição de seus últimos trabalhos, em seu ateliê, na rua dos Ourives, 38 (Correio da Manhã, 15 de maio de 1904, na segunda coluna).

O Barão de Rio Branco (1845 – 1912), na época ministro das Relações Exteriores do Brasil, adquiriu uma paisagem de Insley Pacheco, exposta no Club Petrópolis (Correio da Manhã, 24 de março de 1904, na quarta coluna).

A segunda exposição da Associação de Aquarelistas foi realizada na casa 70 da rua Gonçalves Dias e Insley apresentou quatro aquarelas a guache (A Notícia, 15 e 16 de junho de 1904, na segunda coluna).

Em 7 de setembro, reabriu seu ateliê na rua do Ouvidor esquina com Gonçalves Dias (Correio da Manhã, 7 de setembro de 1904, na penúltima coluna).

Participou da Exposição da Escola Nacional de Belas Artes de 1904 com 15 guaches (O Tagarela, 15 de setembro de 1904 e O Paiz, 25 de setembro de 1904, na primeira coluna).

1905 - O estabelecimento de Insley Pacheco ficava na rua do Ouvidor, 124, esquina com Gonçalves Dias, 70 (Almanak Laemmert, 1905).

Foi publicado que os participantes da Exposição de Saint Louis, ocorrida em 1904, podiam retirar os produtos enviados para o evento que lhes pertencessem (Jornal do Brasil, 6 de junho de 1905, na segunda coluna).

Foi noticiado que Insley Pacheco havia conseguido “em fotografia colorida um belo triunfo”  (Gazeta de Notícias, 11 de julho de 1905, na sexta coluna).

Foi um dos jurados da 2ª Exposição Artística do Photo Club (O Paiz, 26 de julho de 1905, na primeira coluna). Foi publicado um artigo de A. Leterre intitulado “Rapto de honra – Fotografia” sobre o resultado da 2ª Exposição Artística do Photo Club (Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1905, nas penúltima e última colunas).

Nos “suntuosos salões” do Cassino Fluminense, realização de um baile, no qual Insley era um dos convidados (Jornal do Brasil, 22 de agosto de 1905, na terceira coluna).

1907 - No Palácio Monroe, em 2 de junho, foi realizada a entrega dos prêmios aos participantes brasileiros da Exposição Universal de Saint Louis, de 1904 (O Século, 3 de junho de 1907Relatórios do Ministério da Agricultura, 1908).

Participou da Exposição da Escola Nacional de Belas Artes (Jornal do Brasil, 31 de agosto de 1907, na sexta coluna).

1908 - Na Exposição Nacional de 1908, ganhou a medalha de prata na categoria de pintura e o grande prêmio de fotografia (Almanak Laemmert, 1909).

Insley Pacheco havia “iniciado um processo…para a impressão de clichês à tinta, processo esse que torna indelével a fotografia …” (O Paiz, 13 de outubro de 1908, nas quarta e quinta colunas).

1909 – Seu estabelecimento ficava na rua Gonçalves Dias, 74 (Almanak Laemmert, 1909).

Insley instalou em seu ateliê a tipocromia, “um novíssimo e interessante invento” (A Notícia, 6 e 7 de abril de 1909, nas quarta e quinta colunas , O Século, 7 de abril de 1909, na primeira coluna e O Paiz, 19 de maio de 1909, na segunda coluna).

Participou da Exposição de Belas Artes com uma coleção de guaches (O Paiz, 1º de setembro, na terceira coluna).

1910 - Pela última vez seu estabelecimento foi listado pelo Almanak Laemmert.

Participou da 17ª Exposição Geral de Belas Artes com guaches (A Imprensa, 29 de setembro de 1910).

O comendador Insley Pacheco estava presente ao desembarque do ex-diplomata português Camelo Lampreia, no Cais Pharoux (Gazeta de Notícias, 12 de março de 1911).

1912 - Falecimento de Insley Pacheco, “o fotógrafo tradicional do Rio” (O Século, 15 de outubro de 1912, na sexta colunaJornal do Brasil, 15 de outubro de 1912, na sétima coluna , O Paiz, 16 de outubro de 1912, na penúltima coluna).

1936 - Insley Pacheco foi o biografado da coluna “Figuras do Passado” (O Malho, de 3 de setembro de 1936).

 

Andrea C. T. Wanderley

Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

 

Fontes:

ERMAKOFF , George. Rio de Janeiro 1840 – 1900 – Uma crônica fotográfica. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2006.

FERREZ, Gilberto. A Fotografia no Brasil: 1840-1900 / Gilberto Ferrez; [prefácio por Pedro Vasquez] – 2ª ed. – Rio de Janeiro: FUNARTE: Fundação Nacional Pró-Memória, 1985.

FERREZ, Gilberto; NAEF, Weston J.. Pioneer Photographers of Brazil, 1840-1920. New York: Center for Inter-American Relations, 1976.

GONÇALVES, Joaquim Castro. O fotógrafo do imperador. O Castro Manco, 9 de fevereiro de 2016.

KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. 408 p., il. p&b.

LAGO, Bia Corrêa do;LAGO, Pedro Corrêa do. Coleção Princesa Isabel: fotografia do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2008.432p.:il., retrs.

MEIRELLES, Victor. “Photographia” In BRASIL. Exposição Nacional. Relatório da Segunda Exposição Nacional de 1866, publicado […] pelo Dr. Antonio José de Souza Rego, 1o secretário da Commissão Directora. Rio de Janeiro: Typ. Nacional, 1869, 2ª parte, pp. 158-170

MORAES FILHO, Melo. Artistas do meu tempo. Rio de Janeiro: Garnier, 1904.

PINHO, Wanderley. Salões e Damas do Segundo Reinado. São Paulo:Martins, 1942.

Site da Encilopédia Itaú Cultural

Site O Castro Manco

TURAZZI, Maria Inez. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo: 1839/1889. Prefácio Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro: Funarte. Rocco, 1995. 309 p., il. p&b. (Coleção Luz & Reflexão, 4). ISBN 85-85781-08-4.

VASQUEZ, Pedro Karp. Mestres da fotografia no Brasil. Centro Cultural do Banco do Brasil Rio de Janeiro, 1995.

A Brasiliana Fotográfica também pesquisou em diversos periódicos na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.