Ao longo de sua vida, a princesa Isabel foi retratada por diversos e destacados fotógrafos do século XIX. A Brasiliana Fotográfica reuniu alguns desses registros, feitos por Revert Henrique Klumb (c. 1826 – c. 1886), Joaquim Insley Pacheco (c. 1830 – 1912), Marc Ferrez (1843 – 1923), Alberto Henschel(1827 – 1882) & Benque e por anônimos, criando para seus leitores a Galeria de Fotos da Princesa Isabel.
Por ter assinado a Lei Áurea, ela ficou conhecida como A Redentora. Filha do imperador Dom Pedro II, um entusiasta da fotografia, e da imperatriz Thereza Christina, formou com seu marido, o conde D´Eu, uma coleção de fotografias, que se encontra na Europa e representa um importante acervo iconográfico do oitocentos no Brasil. Fazem parte da coleção fotografias de Marc Ferrez (1843 – 1923), Alberto Henschel(1827 – 1882), Augusto Riedel (18? – ?), Augusto Stahl (1828 – 1877), George Leuzinger (1813 – 1892), e Victor Frond (1821 – 1881), dentre outros, além de imagens das celebrações da abolição da escravatura, em 1888.
Galeria de Fotos da Princesa Isabel
Cronologia da Princesa Isabel
1846 – em 29 de julho, nascimento da princesa Isabel no Paço Imperial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, filha do imperador Pedro II e da imperatriz Thereza Christina Maria (Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de julho de 1846, sob o título “Parte official”). Em 15 de novembro, realização do batizado da princesa Isabel, que recebeu o nome de Isabel Christina Leopoldina Augusta Michaella Gabriella Raphaela Gonzaga. Seus padrinhos foram Dom Fernando II, rei de Portugal, representado por Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, o marquês de Itanhaém; e a Sra. Maria Isabel, rainha viúva das Duas Sicílias, representada por Guilhermina Adelaide Carneiro Leão, a marquesa de Maceió (Diário do Rio de Janeiro, edição de 16 de novembro de 1846, na coluna O Diário)
1850 – em 10 de agosto, no Paço do Senado, é proclamada, Herdeira do Trono, pela Assembleia Geral (Correio da Tarde, edição de 9 de agosto de 1850, na primeira coluna, sob o título “Lê-se no Correio Mercantil”).
1860 – em 29 de julho, quando completa 14 anos, a princesa Isabel presta juramento de “manter a religião católica, observar a constituição política do País e ser obediente às Leis e ao Imperador” (Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de julho de 1860).
1864 – em 15 de outubro, casamento da princesa Isabel com Gastão d´Orleans (1842-1922), o conde D´Eu, na Capela Imperial, no Rio de Janeiro, celebrado por D. Manoel Joaquim da Silveira, arcebispo da Bahia e primaz do Brasil (Diário do Rio de Janeiro, edição de 16 de outubro de 1864). O escritor Machado de Assis escreve na coluna Folhetim uma calorosa descrição do casamento (Diário do Rio de Janeiro, edição de 17 de outubro de 1864). O casal passa a lua de mel em Petrópolis, de onde retorna no dia 24 de outubro.
1871 – de maio desse ano a março de 1872, a princesa Isabel exerce pela primeira vez a regência do Brasil. Em 29 de julho, ao completar 25 anos, torna-se a primeira senadora do Brasil, conforme estabelecido na Constituição Brasileira de 1824: “Art 46. Os Principes da Casa Imperial são Senadores por Direito, e terão assento no Senado, logo que chegarem á idade de vinte e cinco annos”. Em 28 de setembro, promulga a Lei do Ventre Livre, que concedeu liberdade a todos os filhos de mulheres escravas que nascessem a partir da data de assinatura da lei (Diário do Rio de Janeiro, edição de 30 de setembro de 1871).

Ilustração sobre o projeto da Lei do Ventre Livre, da revista Semana Ilustrada, edição de 21 de maio de 1871 / BN Digital
1874 – em 28 de julho, a princesa Isabel dá à luz a uma menina natimorta, Luísa Vitória de Orléans e Bragança (Diário do Rio de Janeiro, edição de 29 de julho de 1874, sob o título “Parte Official”).
1875 – em 15 de outubro, em Petrópolis, nascimento de seu primeiro filho, Pedro de Orléans e Bragança (Diário do Rio de Janeiro, edição de 16 de outubro de 1875, sob o título “Diário do Rio”). Ele faleceu em 29 de janeiro de 1940, na mesma cidade em que nasceu.
1876 – de março desse ano a setembro de 1877, a princesa Isabel exerce, pela segunda vez, a regência do Brasil.
1878 – em 26 de janeiro, nascimento de seu segundo filho, Luis Maria de Orléans e Bragança, em Petrópolis (Diário do Rio de Janeiro, edição de 27 de janeiro de 1878, na segunda coluna). Ele faleceu em Cannes, na França, em março de 1920.
1881 – em 9 de agosto, nascimento, em Paris, de seu terceiro e último filho, Antonio Gastão de Orléans e Bragança (Gazeta de Notícias, edição de 10 de agosto de 1881, na primeira coluna). Ele faleceu em 29 de novembro de 1918, devido a um desastre de avião, em Londres.
1887 – de junho desse ano a agosto de 1888, a princesa Isabel exerce, pela terceira e última vez, a regência do Brasil.
1888 - em 13 de maio, assina a Lei Áurea, que dá fim à escravidão no Brasil (Gazeta de Notícias, edição de 14 de maio de 1888). Por esse ato, em 28 de setembro, recebe a condecoração Rosa de Ouro, concedida pelo papa Leão XIII, tendo sido saudada pelo bispo do Pará (Gazeta de Notícias, edição de 29 de setembro de 1888).
1889 - em 17 de novembro, dois dias após a proclamação da República, a família real parte para o exílio, na Europa (Gazeta de Notícias, edição de 18 de novembro de 1889, sob o título “O Embarque do Imperador”, na segunda coluna).
1921 – em 14 de novembro, morte da princesa Isabel, no Castelo d´Eu, na França (Gazeta de Notícias, edição de 15 de novembro de 1921).
1953 – em 6 de julho, chegada no Rio de Janeiro dos restos mortais da princesa Isabel e os de seu marido, o conde D’Eu (Correio da Manhã, edição de 7 de julho de 1953).
1971 – os restos mortais da princesa Isabel e os de seu marido, o conde D’Eu, são trasladados da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro para a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (Correio da Manhã, edição de 11 de maio de 1971) e, finalmente, são sepultados na Catedral de Petrópolis (Correio da Manhã, edição de 14 de maio de 1971).
Além da pesquisa em diversos periódicos na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, para a elaboração dessa cronologia, a Brasiliana Fotográfica consultou os livros “A História da Princesa Isabel, amor, liberdade e exílio”, de Regina Echeverria; “As Barbas do Imperador – D. Pedro II, um monarca nos trópicos”, de Lilia Moritz Schwarcz; “O Castelo de Papel”, de Mary del Priori; e “Dom Pedro II”, de José Murilo de Carvalho.
Andrea C. T. Wanderley
Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica
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Prezadas,
Como sempre, parabéns pelas pesquisas!
Corrijam, p.f., o dado sobre a avó e madrinha de D. Isabel: era ela a Rainha-mãe das Duas Sicílias, D. Maria Isabella (nascida Infanta D. Maria Isabel de Espanha, irmã de D. Carlota Joaquina).
No nome da batizanda, os prenomes “Michaela” e “Gabriela” não tinham o L dobrado. Uma curiosidade é que no batizado ela foi registrada como “Izabel”, mas jamais o assinou. Sempre firmou “Isabel Christina”, quando criança; “Isabel Condessa d´Eu”, após o matrimônio e “Isabel”, simplesmente, quando D. Pedro II morreu, na França, em 05.12.1891, e ela se tornou a imperatriz do Brasil no exílio.
Se puderem, indiquem o blog e a página do IDII, onde os internautas podem acessar dados bastante completos sobre a pesquisada: http://www.idisabel.org.br e http://www.idisabel.wordpress.com.
Cordialmente,
Bruno da S. A. de Cerqueira
Gestor do IDII
Sr. Bruno, a Brasiliana Fotográfica agradece sua contribuição. As informações sobre o batizado da princesa Isabel estão baseadas no texto do Diário do Rio de Janeiro publicado no dia seguinte ao evento.
Grato, Andrea.
O IDII divulgou seu belo trabalho de equipe: https://idisabel.wordpress.com/2015/07/29/brasiliana-fotografica-homenageia-os-169-anos-de-dona-isabel/.
BSAC
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Oi Gente, estou fazendo uma visitinha por aqui.
Gostei bastante do site, vou ver se acompanho toda semana suas postagens
Gosto muito desse tipo de conteúdo um Abraço
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